quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Façamos dos 50 anos da Frelimo um momento de reconciliação (Concl.)

SR. DIRECTOR!
Compatriotas, não se pode falar da história da FRELIMO, sem passar pela história da Igreja. Quando a FRELIMO, lutava nas sagradas matas, a Igreja orava fortemente usando esse acto: orar e acção o que equivale a oração. Essa acção foi o incutir na mente dos filhos moçambicanos a necessidade de se juntar à FRELIMO, para se libertar a Igreja e o país.
Maputo, Sexta-Feira, 14 de Setembro de 2012:: Notícias
O grande dom que a Igreja ofereceu a FRELIMO, foi o próprio Mondlane. Ele bebeu dessa Igreja os valores mais nobres do ser humano e as aspirações mais sublimes do Homem. Os crentes oraram pela FRELIMO, para que a luta pela independência fosse acelerada. Não quero aqui definir o que é “Deus”, mas dizer que Deus esteve com a FRELIMO; Deus lutou lado a lado com a FRELIMO, Deus inspirou a FRELIMO; Deus apoiou a FRELIMO; Deus “ chorou” com a FRELIMO; Deus amou a FRELIMO.
Eu sei que a FRELIMO, mais do que ninguém adora e respeita a Deus e conhece o valor da Igreja (não falo de dízimos), falo de Igreja como consciência libertadora. Mesmo que os outros aparentemente se mostrem opostos à religião ou à Igreja no seio da FRELIMO, a verdade é que a Igreja foi parte deste grande movimento que se chama FRELIMO. A FRELIMO é um “enigma’ que encontra explicação no próprio Deus: A coragem que os militantes tiveram no meio de tantas incertezas não se achou no vazio e nem em nenhum lugar obscuro. Esta sim, foi uma providência; uma dádiva; um devir sagrado, o dom do patriotismo vem do alto, foi fruto duma inspiração. Alguns combatentes mesmo sendo torturados preferiram sofrer as mais caricatas sevícias em troca de silêncio. Não ousaram nunca apontar onde ficavam as bases do movimento. Lutaram pela fé. Foram autênticos mártires. Compatriotas, Deus estava lá! Isto não é para quem quer, mas quem pode pela fé e para quem foi revestido de tal poder, o qual está acima de si. Neste testemunho vivo, a Igreja contribuiu bastante. Ora, por tudo isto e o que não disse requer da FRELIMO uma resposta madura. Não pode a FRELIMO ocultar sua história mesmo onde a mesma não foi brilhante. A FRELIMO foi parte da história de África e do Mundo, não deve ter vergonha de contar ao mundo e em especial para os seus filhos e filhas, pois se trata de uma FRELIMO madura, que já não é criança, mas sim experiente e conselheira, uma FRELIMO, que sabe reconhecer seus fortes e fracos; uma FRELIMO de glória na humildade; uma FRELIMO espiritualmente livre. E para que isto aconteça, esta FRELIMO deve buscar continuamente o caminho no seu povo, saber repreender os que a desviam da linha e do compromisso com o seu povo; deve temer andar distante do seu povo, para que a FRELIMO, continue sendo o próprio povo. Deve defender o povo de todo e qualquer sinal que tende a inferiorizar o seu povo, quer pelos nacionais, quer pelos estrangeiros.
Ao completar os seus 50 anos de existência, cumpre à FRELIMO, quer como movimento, quer como partido amparar, educar, perdoar e se reconciliar com os que outrora foram opositores seus, pois sendo a FRELIMO da classe das organizações idosas, o idoso não repara para a dimensão das ofensas contra si dirigidas, nem para o erro contra si cometido, mas para a busca de soluções. Alguns erros não foram propositados, foram erros de circunstância, atendendo e considerando que nenhum de nós caiu do céu. A própria FRELIMO foi fundada e constituída por homens de carne e fraqueza como um de nós, como seres humanos e com características meramente humanas. Os próprios padres, pastores, etc., em certos momentos tropeçaram. Cometeram grandes gralhas, alguns erros foram estratégicos e outros não. Outros erros foram éticos e outros morais e outros culturais e outros ainda antropológicos.
Afinal todo o ser humano é fraco e aceitando essa fraqueza nos tornamos cada vez mais fortes. O poder do tal Jesus Cristo residiu afinal nessa fraqueza e humildade. Viva a FRELIMO, com a sua componente espiritual!!!!!!!
  • Marcos Efraim Macamo