sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Fim de sonhos para a Presidência da República

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Luísa Diogo, Aiuba Cuereneia e Manuel Tomé caem da comissão política
Renovaram mandato na comissão política: Alberto Chipande, Eduardo Mulémbwè, Eneias Comiche, Raimundo Pachinuapa, José Pacheco (secretário da Comissão de Verificação), Aires Ali (primeiro-ministro), Margarida Talapa (chefe da bancada), Verónica Macamo (Presidente do Parlamento), Conceita Sortane e Alcinda de Abreu.
- A votação continua hoje. Benvinda Levy e Edson Macuácua são cogitadas novas caras na CP
Pemba (Canalmoz) – A votação para eleger os membros da comissão política (CP) do partido Frelimo teve que ser interrompida na madrugada, porque os delegados ao congresso já estavam cansados.
Eram já duas horas da manhã, quando Guebuza teve que interromper a sessão que iniciara as 9 horas da manhã do dia anterior. Por isso a lista dos novos membros do órgão executivo do partido no poder ainda estão por completar, mas para já são conhecidos 10 membros que continuam no órgão. Fim do sonho para Manuel Tomé, Luísa Diogo e Aiuba Cuereneia, que algum dia acalentaram a esperança de concorrer à Presidência da República pela Frelimo. Sem estar na comissão Política fica muito difícil – quase impossível – realizar esse sonho.
Conhecidos os primeiros membros da CP, o desgosto acampou pela madrugada adentro em Muxara, e alguns dos novos membros do Comité Central tiveram de abraça-lo. Aiuba Cuereneia (actual ministro da Planificação e Desenvolvimento), Manuel Tomé (administrador da HCB e membro da Comissão Permanente da Assembleia da República), Luísa Diogo (ex-primeira ministra e deputada da AR) e Paulina Mateus Nkunda, (ex-secretária Geral da OMM e deputada da AR) estão fora da Comissão Política Junta-se a essa lista Teodoro Waty, actual presidente do Conselho de Administração das Linhas Aéreas de Moçambique (LAM) que nem ao Comité Central conseguiu se fazer eleger. Lembre-se que de acordo com os estatutos da Frelimo 40, porcento dos membros da Comissão política devem abandonar o órgão em cada Congresso para dar lugar aos outros membros.
Pelos corredores mesmo a madrugada lamentava-se a “queda” de Luísa Diogo que perdeu o lugar para Alcinda Abreu. Diogo era vista como sendo “futura candidata do partido” às presidenciais. O facto de ela não ter conseguido manter o nome na Comissão Política torna complicadas as suas ambições. A eleição dos membros da Comissão Política decorreu na madrugada de hoje e foi interrompida devido ao cansaço que já era visível no rosto de todos os presentes em Muxara (o pobre bairro de Nmpula que por estes dias é a capital política do País).
O presidente do partido viu-se obrigado interromper os trabalhos parque o cansaço e sono tomava conta da sala. Assim, só foi sufragada a lista da continuidade, onde destaque vai para a eleição de Eduardo Mulémbwè e Eneias Comiche, tidos como da ala de Joaquim Chissano.
As eleições continuam esta manhã por volta das 10 horas e 30 minutos. Serão eleitos os candidatos à comissão política pela lista de renovação e representação provincial. Nomes como do Secretário da Frelimo para a Mobilização e Propaganda, Edson Macuácua e da actual ministra da Justiça, Benvinda Levi, são apontados nos corredores como candidatos a Comissão Política.
Um órgão nevrálgico
A luta pela entrada na Comissão Política tem sido renhida e marcada pela presença de pesos pesados do partido. De acordo com os estatutos do partido a comissão política é composta por um número ímpar, entre quinze (15) e vinte e um membros (21) e é o órgão que orienta e dirige o Partido no intervalo das sessões do Comité Central. Pelos estatutos, compete à Comissão Política: a) Velar pelo cumprimento das deliberações dos órgãos superiores do Partido; b) Realizar análises sobre questões da vida nacional, internacional e do Partido, tomar decisões e propor linhas de actuação ao Comité Central; c) Deliberar sobre questões urgentes e inadiáveis, prestando posteriormente contas dessas decisões ao Comité Central; d) Convocar o Comité Central; e) Preparar e apresentar nas sessões ordinárias do Comité Central relatórios sobre a acção política do Partido; f) Preencher as vagas no Comité Central pela ordem de eleição dos membros suplentes; g) Sob proposta do Secretário-Geral, definir a composição do Secretariado do Comité Central; h) Apreciar os curricula e sancionar as propostas de candidaturas a Primeiros Secretários Provinciais; i) Designar, ouvido o Comité de Verificação do Comité Central, os Primeiros Secretários Provinciais substitutos; j) Homologar a designação de candidatos a presidentes de Conselhos autárquicos; k) Deliberar sobre a atribuição de medalhas e distinções; l) Criar e extinguir os órgãos de informação do Partido e autorizar as publicações locais; m) Aprovar a linha editorial dos órgãos de Informação do Partido e nomear os respectivos directores; n) Aprovar a política e o plano de formação de quadros; o) Aprovar o programa das escolas do Partido e nomear os respectivos directores; p) Apreciar e aprovar a candidatura da FRELIMO a Presidente da Assembleia da República; q) Pronunciar-se sobre a composição do Governo da FRELIMO; r) Deliberar sobre a participação do Partido em coligações governamentais e para os órgãos autárquicos; s) Deliberar sobre a participação em associações partidárias e sobre a adesão em organizações; t) Aprovar directivas; e u) Criar, sob proposta do Secretariado do Comité Central, Comissões de Trabalho necessárias ao estudo e acompanhamento pelo Partido dos grandes sectores da vida nacional e eleger os respectivos Presidentes e Secretários entre outras atribuições chave. (Matias Guente, enviado do Canalmoz e Canal de Moçambique à Pemba)