terça-feira, 18 de setembro de 2012

Populares de Nacala pedem regresso de campos de reeducação para combater alta de crime


O desejo foi formulado na segunda-feira, durante um encontro popular orientado pelo comandante geral da Polícia da República de Moçambique, Jorge Kalau, que acaba de efectuar uma visita de trabalho à província de Nampula.
-Comandante geral da PRM reconhece aumento da criminalidade na região
A população da cidade portuária de Nacala exige ao Estado moçambicano a reactivação dos centros de reeducação, como forma de reduzir o índice de criminalidade no país, e na região de Nacala, em particular.
O desejo foi formulado na segundafeira, durante um encontro popular orientado pelo comandante geral da Polícia da República de Moçambique, Jorge Kalau, que acaba de efectuar uma visita de trabalho à província de Nampula.
Na opinião de alguns populares, os centros de reeducação poderiam absorver os criminosos que, de forma sistemática, cometem atrocidades em vários cantos do país, com maior incidência na cidade de Nacala.
Maria Helena Reane, secretária do comité do partido Frelimo da zona de Mocone, sugere que o assunto seja parte das matérias em debate no décimo congresso daquele partido, a decorrer de 23 a 28 deste mês, na cidade de Pemba, província nortenha de Cabo-Delgado.
“A criminalidade em Moçambique tem de acabar. Os criminosos são detidos hoje e no dia seguinte voltam a cometer os mesmos crimes. Queremos pegar um ladrão e ouvirmos que está no centro de reeducação.”
Mocone é uma das zonas de Nacala com muitos focos de criminalidade, devido à alegada ausência dos agentes de policia e dos membros dos conselhos comunitários de segurança.
Os nacalenses acusam as autoridades polícias de nada fazerem para o restabelecimento da ordem e tranquilidades públicas na chamada zona económica especial.
Segundo foi referido na reunião, alguns destes criminosos são provenientes da capital provincial e dos distritos da Ilha de Moçambique e Meconta que se vêm juntar aos seus comparsas de Nacala-porto.
Aliás, no passado dia 14 deste mês, um grupo indivíduos, munidos de catanas e facas foi vandalizar uma residência de um funcionário bancário, tendo em seguida se apoderado de todos os seus bens, incluindo a sua viatura. Na madrugada do último domingo, um outro grupo de 10 indivíduos, provenientes de Nampula e Namialo, que se faziam transportar em duas viaturas, assaltou uma residência de um cidadão nigeriano, no bairro de Bloco I, de onde retiraram todos os bens, incluindo uma motorizada que acabava de adquirir. A Polícia diz ter recuperado uma das viaturas usadas no transporte dos bens roubados, e em conexão com este caso estão detidos dois dos 10 meliantes. O ambiente social e económico está totalmente agitado em Nacala porto. As pessoas não circulam à vontade e pedem ao governo o aumento do efectivo e de postos policiais, sobretudo ao nível dos bairros populosos de Mathapue, Ontupaia, Triângulo e Quissimajulo.
O comandante geral da PRM reconhece os preocupantes índices de criminalidade na região, mas garante que a sua corporação está a envidar esforços no sentido de inverter este cenário. Entretanto mas pede a colaboração da população na denúncia dos criminosos. De Janeiro a esta parte, conforme referiu, foram neutralizadas em Nacala, cinco quadrilhas de criminosos perigosos.
De acordo ainda com Jorge Kalau, toda a gente deve ser vigilante e não esperar apenas pela polícia porque, para além de esta não dispor de todos os meios necessários, não cobre toda a cidade de Nacala, com uma população estimada em 208 mil habitantes, segundo o censo geral de 2007.
O NACALENSE – 19.09.2012