sábado, 15 de setembro de 2012

Uria Simango e companhia imortalizados na Beira

Uria Simango e companhia imortalizados na Beira

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No centenário da Igreja Cristo Unida em Moçambique O reverendo Uria Simango, um dos fundadores e antigo vice-presidente da Frelimo executado sumariamente em Junho de 1977, na província do Niassa, juntamente com outros históricos do partido foi imortalizado ZAMBEZE - 15-07-2005 O reverendo Uria Simango, um dos fundadores e antigo vice-presidente da Frelimo executado sumariamente em Junho de 1977, em M`telela, distrito de Majune, província do Niassa, juntamente com outros históricos do partido no poder acusados de serem reaccionários no decurso da luta armada de libertação nacional, foi imortalizado há dias, na cidade da Beira, nas cerimónias alusivas à passagem do centenário da Igreja Cristo Unida em Moçambique, American Board, fundada em 2 de Julho de 1905. Os feitos do reverendo Uria Simango foram celebrizados pelo facto de ter desenhado a partir da Igreja Cristo Unida em Moçambique, American Board, o projecto de fundação dum movimento libertador, a Frelimo, juntamente com outros nacionalistas, para libertar o País do jugo colonial português. Outros membros fundadores da Frelimo são: Eduardo Mondlane, Uria Simango, David Mabunda, Paulo Gumane, Adelino Gwambe, Silvério Nungu, Filipe Samuel Magaia, Fanuel Malhuza, Calvino Malhayeye, Leo Milas, Lourenço Mutaca, Matew Mmole, Marcelino dos Santos, Jaime Rivaz Sigauke, Lawrence Millinga, João Munguambe, João Unhai, Baltazar Chagonga, Miguel Murupa, Joaquim Chissano entre outros. Expulso da Tanzânia e do conselho da presidência da Frelimo, nos princípios de 1970 após a morte de Mondlane, a 3 de Fevereiro de 1969, Uria Simango sob a protecção do então comité de libertação da OUA, exilou-se no Cairo, Egipto. Regressado ao País após o Golpe de Estado de 25 de Abril de 1974 em Portugal, o reverendo Uria Simango criou, na Beira, o Partido da Coligação Nacional (PCN) e depois apercebeu-se que a situação política tendia a deteriorar-se, pois a Frelimo que acabava de assinar os Acordos de Lusaka, na Zâmbia, com o governo português, em 7 de Setembro do mesmo ano para a independência nacional da 25 de Junho de 1975, estava em caça aos dissidentes políticos. Em Outubro de 1974, Uria Simango abandonou o País e foi exílar-se na África do Sul, Zimbabwe e no Quénia, de Jomo Kenyata, seu amigo pessoal. Entretanto, uma conspiração de dois ministros do então governo malawiano, de Kamuzu Banda, nomeadamente Albert Muwalo Nqumaio e Focus Martin Gwede com os serviços secretos da Frelimo, permitiriam que Uria Simango caisse brutalmente nas mãos da Frelimo. Explique-se que o reverendo Uria Simango recebeu, em Novembro de 1974, a partir, do Quénia, um telegrama do ministro Nqumaio solicitando a sua urgente presença naquele País, para discutir a negociação com a Frelimo. À sua chegada ao Aeroporto de Chileka, Simango foi recebido pelas autoridades malawianas, entrando numa viatura que o encaminhou à fronteira com Moçambique, através das regiões de Nsanje e Milange, onde era esperado pelos comandantes João Honwana e Mabuko Feitotudo, da base Mongwe, Zambézia. Depois de ser encarcerado provisoriamente em Nachingweia e introduzido no País, em Maio de 1975, Uria Simango, juntamente com Lázaro Nkavandame, Raul Casal Ribeiro, Faustino Cambeu, Paulo Gumane, Basílio Bande, Adelino Gwambe, Júlio Razão Nihia, padre Mateus Pinho Gwengere, Joana Simeão, João Unhai, Verónica e outros prisioneiros políticos, viriam a ser executados sumariamente e enterrados numa vala comum, em M`telela, distrito de Majune, província do Niassa, em 25 de junho de 1977. No centenário da Igreja Cristo Unida em Moçambique foi homenageado o reverendo Kamba Simango, um protonacionalista africano e primeiro moçambicano doutorado nos Estados Unidos da América. Ao lado de William Dubois, Marc Garvey e outros Kamba Simango tomou parte no final da primeira guerra mundial, que decorreu de 1914 a 1918, em alguns eventos internacionais sobre a renascença africana. Regressado ao país em finais da década de vinte, Kamba Simango já como pastor da Igreja Cristo Unida em Moçambique, instalou-se por longo período em Maxemedje, distrito do Búzi e mais tarde na Beira, passando por Gogoia, onde para além de evangelizar a palavra do senhor, cultivou o espírito nacionalista de libertar a alma e a terra da opressão colonial portuguesa. Devido às suas ideias nacionalistas, Kamba Simango foi perseguido pelo governo fascita colonial de Salazar e fugiu nos finais da década de trinta para Gana. Na pátria de Kwame Nkrumah, Kamba Simango foi director dum colégio e da Rádio Gana até à sua reforma. Casado com uma ganesa, morreu em 1967, vítima de atropelamento por uma viatura, pouco tempo depois de ter se encontrado com Eduardo Mondlane. Os feitos do reverendo Pedro Simango, também, foram memorizados por ter assegurado aquela igreja nos momentos difícieis que se seguiram à fuga de Uria Simango para Rodésia para Tanganyika, para além de ter assegurado a barra nos primeiros anos da independência nacional, altura em que o primeiro governo marxista-leninista da Frelimo, cometeu muitos excessos contra as diferentes religiões existentes no país. Pedro Simango que, igualmente, se notabilizou pela expansão daquela igreja para outras regiões do País, morreu em 1985, vítima duma emboscada militar, no decurso da última guerra dos 16 anos. O reverendo Tapera Nkomo, tido como um dos grandes impulsionadores da Igreja Cristo Unida em Moçambique, American Board, também preencheu um tempo considerável de elogios nas cerimónias do centenário daquela confissão religiosa, que contou com a presença de algumas destacadas figuras do País. Dessas presenças destacam-se Arão Zacarias Ngwenha, Samuel Simango, Emille Kaltenried (Suiço), Filipe Foia, Pierre Loze, Chimene e outros, também foram recordados em festejos que juntaram crentes de diferentes igrejas na Beira. Isaias Natal 5 Correcções por João Craveirinha 1ª Correcção: Outros membros fundadores da Frelimo são: Eduardo Mondlane (links ONU, Kenedys e Missão Suíça), Uria Simango (links norte - americanos teológicos), David Mabunda, Paulo Gumane, Adelino Gwambe (links pan-africanos - Gana, Egipto, Tanzania), Silvério Nungu, Filipe Samuel Magaia, Fanuel Malhuza, Calvino Malhayeye, Leo Milas, Lourenço Mutaca, Matew Mmole, Marcelino dos Santos (links exteriores importantes - Marrocos, Europa, Cuba), Jaime Rivaz Sigauke, Lawrence Millinga, João Munguambe, João Unhai, Baltazar Chagonga(único com links interiores a sul e centro - LM, Tete, Zambézia, Malauí e Tanzania), Miguel Murupa, Joaquim Chissano entre outros. (in zambeze) 2. Leo Milas não foi um dos fundadores da Frente. Era um elemento afro-americano da CIA destacado na Frelimo. Surge na Frelimo após a Fundação pela mão de Eduardo Mondlane que acreditava que ele era de origem Moçambicana da Beira. (ler em livro de João Craveirinha no prelo) 3. Adelino Gwambe(UDENAMO), Uria Simango, Marcelino dos Santos(CONCEP), Matew Mmole(MANU), Baltazar Chagonga(UNAMI), 5 dos "mais" principais líderes que fundaram a Frelimo em 1962... destacando-se ADELINO GUAMBE...como chefe destacado apesar de jovem... 4. Pascoal Mocumbi e Jorge Rebelo foram elementos muito importantes na Fundação da Frelimo em 1962 e destacados na Segurança e na Informação e Propaganda (DS e DIP) e continuando Jorge Rebelo até depois da Independência como Ministro e chefe do Trabalho Ideológico da Frelimo e da Comunicação Social (DTI). 5. O padre Mateus Pinho Gwengere não estava no grupo dos condenados de Nachingueia (Tanzania) de Janeiro de 1975...que partiria para Niassa e Cabo Delgado em Agosto/Setembro de 1975 e não em Maio de 1975...como vem descrita... Por hoje chega... João Craveirinha - 16 Julho 2005 - Maputo