sexta-feira, 30 de junho de 2017

Jornalistas que Trump atacou defendem-se: “Estamos bem, o país é que não”


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Mika Brzezinski e Joe Scarborough dizem que foram chantageados pela Casa Branca e acusam o presidente norte-americano de representar os piores padrões para as crianças do país.
AFP/Getty Images
Mika Brzezinski e Joe Scarborough, os dois jornalistas da MSNBC que Donald Trump atacou esta quinta-feira através do Twitter, vieram defender-se dos ataques, dizendo que estão bem, “o país é que não”. Citada pelo The New York Times, Brzezinski afirmou mesmo que os tweets de Trump demonstram “um ego frágil e infantil“.
Mas a história não ficou por aqui: os apresentadores do programa Morning Joe, duramente criticado por Donald Trump por frequentemente dizer mal do presidente norte-americano, asseguram que foram contactados por oficiais da Casa Branca, que lhes disseram que poderiam impedir o tabloide The National Enquirer de publicar um artigo contra o programa, caso os dois jornalistas telefonassem a Donald Trump e lhe pedissem desculpa pelas críticas que lhe fazem no programa.
Depois desta acusação, Trump voltou à carga, afirmando que a história foi ao contrário: Scarborough é que lhe teria ligado para pedir que impedisse o tabloide de publicar a história. “Eu disse que não!”, assegura Trump.
Watched low rated @Morning_Joe for first time in long time. FAKE NEWS. He called me to stop a National Enquirer article. I said no! Bad show
E Scarborough respondeu de volta. “Outra mentira”, garantiu, explicando que tem notas dos telefonemas com oficiais de topo da Casa Branca que provam que é a sua versão da história que está correta. Além disso, garante que não fala com Donald Trump “há meses”.
Yet another lie. I have texts from your top aides and phone records. Also, those records show I haven't spoken with you in many months. https://twitter.com/realdonaldtrump/status/880771685460344832 
Brzezinski e Scarborough escreveram esta sexta-feira um editorial no Washington Post no qual criticam duramente a atitude de Donald Trump, acusando-o de voltar a atacar as mulheres apenas com base no género.
“É perturbador que o Presidente dos Estados Unidos continue os seus implacáveis ataques às mulheres. Desde os seus pensamentos relativos à menstruação sobre Megyn Kelly, ao gozo com o peso da Miss Universo, às suas declarações fanfarronas sobre agarrar os genitais de mulheres, o 45.º presidente representa o pior dos padrões para as nossas crianças”, escreveram os jornalistas.

Trump ataca jornalistas da MSNBC no Twitter

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Trump acusou o programa "Morning Joe", da MSNBC, de "falar mal" dele e ter "baixo-nível". Depois, acrescentaria que rejeitou encontrar-se com a apresentador por estar a "sangrar da cara".
Molly Riley-Pool/Getty Images
Não é a primeira vez que o presidente dos Estados Unidos usa o Twitter para criticar jornalistas — e não só. Provavelmente não será a última. Mas desta vez a publicação de Donald Trump está a gerar indignação no país, sobretudo por causa do tom agressivo com que se dirige à apresentadora Mika Brzezinski.
Tudo aconteceu na manhã desta quinta-feira. Pouco depois de o programa “Morning Joe”, da MSNBC, começar a ser emitido, Trump escreveria que aquele programa de “baixo-nível” estava a “falar mal” dele em direto. Mais, acrescentaria Trump: “Não assistam [ao “Morning Joe”]!”
I heard poorly rated @Morning_Joe speaks badly of me (don't watch anymore). Then how come low I.Q. Crazy Mika, along with Psycho Joe, came..
...to Mar-a-Lago 3 nights in a row around New Year's Eve, and insisted on joining me. She was bleeding badly from a face-lift. I said no!
Depois de criticar o programa, Donald Trump resolveu, noutra publicação que fez em seguida, pessoalizar as criticas. Escreveu Trump que Joe Scarborough e Mika Brzezinski o convidaram para uma conversa no dia de Ano Novo no resort de trump em Mar-a-Lago. “Não aceitei”, escreve. Porquê? “Ela [Mika Brzezinski] estava a sangrar abundantemente por causa de um lift facial [operação plástica].”
Não tardaria a que a CNN — recorrendo à ata do encontro — desmentisse o presidente: não só Trump aceitou o convite da MSNBC, como os três mantiveram uma conversa em privado em em Mar-a-Lago. Mais: Brzezinski não havia sido submetida a qualquer cirurgia — pelo que não estava a “sangrar abundantemente”.
Embora Trump garanta que não é espectador de um programa de “baixo-nível” como o “Morning Joe”, a CNN escreve que é. E não só do programa da MSNBC, mas de todos os programas de política norte-americanos emitidos de manhã, dos da Fox News aos da CNN. Em algumas ocasiões o presidente dos Estados Unidos chega mesmo a receber os convidados pro-Trump destes programas para os congratular pelas opiniões favoráveis que partilharam sobre ele.
As reações (mais ou menos oficiais) não tardariam. Mika Brzezinski optou por (também via Twitter) publicar uma fotografia onde se pode ler “feito para mãos pequenas”, numa clara referência à campanha presidencial de Trump. Em março do ano passado o candidato republicano Mark Rubio diria de Trump num comício no estado norte-americano da Virginia: “Ele [Trump] mede para aí um metro e noventa. E é por isso que não entendo como tem as mãos de alguém que mede um metro e sessenta. E sabem o que dizem sobre homens com mãos pequenas? Não se pode confiar neles”.
Por sua vez, o presidente-executivo da NBC News e da MSNBC, Mark Kornblau escreveria: “Nunca imaginei o dia em que eu pensaria para mim mesmo: ‘Está abaixo da minha dignidade responder ao presidente dos Estados Unidos'”. Em comunicado, o porta-voz da estação norte-americana endureceria mais ainda o tom da resposta: “É um dia triste para os Estados Unidos quando o presidente passa o seu tempo a fazer ‘bullying’, mentindo e vomitando pequenos ataques pessoais em vez de fazer seu trabalho”.
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Terminou” era da paciência com Coreia do Norte, diz Trump

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O Presidente dos EUA declarou que "terminou" a era da paciência com a Coreia do Norte, condenando um regime que "não tem respeito pela vida humana" mas mantendo-se evasivo quanto à sua estratégia.
MICHAEL REYNOLDS/EPA
O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, declarou esta sexta-feira que “terminou” a era da paciência com a Coreia do Norte, condenando um regime que “não tem respeito pela vida humana” mas mantendo-se evasivo quanto à sua estratégia.
“A paciência estratégica com o regime norte-coreano terminou. Honestamente, acabou-se a paciência”, disse Trump nos jardins da Casa Branca, ao lado do novo Presidente sul-coreano, Moon Jae-In.
“O nosso objetivo é a paz, a segurança e a estabilidade na região. Mas os Estados Unidos defender-se-ão sempre e nós defenderemos sempre os nossos aliados”, afirmou, à laia de aviso.
“Juntos, enfrentamos a ameaça do regime perigoso e brutal da Coreia do Norte. Os programas nuclear balístico desse regime exigem uma resposta determinada”, disse ainda o Presidente norte-americano, acrescentando que “a ditadura norte-coreana não atribui qualquer importância à segurança do seu povo e dos seus vizinhos e não tem qualquer respeito pela vida humana”.
Trump assegurou que os Estados Unidos estão a trabalhar estreitamente com a Coreia do Sul, o Japão e outros parceiros em todo o mundo num “conjunto de medidas diplomáticas, económicas e de segurança”.
Sem referir explicitamente a China, Donald Trump instou “as outras potências regionais e todas as nações responsáveis” a juntar-se aos esforços norte-americanos para aplicar as sanções àquele regime.
A administração Trump anunciou na quinta-feira, pela primeira vez, sanções contra um banco chinês (Banco de Dandong), acusado de ter facilitado transações para beneficiar empresas envolvidas no desenvolvimento de mísseis balísticos.