segunda-feira, 7 de agosto de 2017

Que tal se acordarmos um dia e nos dermos conta de que não virá todo o dinheiro que esperamos que venha do gás?

41 minGerir
Que tal se acordarmos um dia e nos dermos conta de que não virá todo o dinheiro que esperamos que venha do gás?
Temos algum plano B, digo, para tudo: a nossa economia, as nossas relações económicas externas, os nossos parceiros estratégicos, o jogo de poder interno, as perspectivas de desenvolvimento económico, etc.?
Pode parecer uma provocação inconsequente, mas não é. O cenário do mercado do gás nos próximos tempos não é tão favorável como se pensou há anos. O maior exportador mundial actual, o Qatar, está com planos de aumentar a sua produção. Com a revolução do shale gas, os Estados Unidos deixaram de ser importadores para se tranformarem em exportadores líquidos de gás. A Austrália, a segunda maior exportadora actualmente, vai terminar daqui a pouco os seus projectos de aumento de produção de LNG e também se projecta como o maior exportador de LNG do mundo nos próximos tempos. A Rússia fechou um acordo de fornecimento de gás à China com provavelmente mais vantagens do que outras fontes alternativas. É claro que um país sempre deve ter fontes alternativas de fornecedores, por uma questão estratégica. Para alguns analistas, essa é a visão estratégica do Japão nos seus acordos com Moçambique: assegurar um fornecimento alternativo, não que não possa encontrar gás no mercado para suprir as suas necessidades.
Portanto, além dos atrasos nas decisões finais de investimento dos nossos principais projectos de LNG, o que é um risco, porque a potencial quota de mercado pode ser ocupada por outros, a curto prazo prevê-se no mundo um excesso de oferta de gás.
Não é tempo de começarmos a pensar em cenários alternativos do nosso desenvolvimento económico e do nosso futuro, um Moçambique 2050 com cenários com e sem as receitas do gás e sem a ajuda externa? Sinto que a expectativa de alguns dos nossos políticos, de que o gas será um "game changer" em termos políticos e económicos, é baseada em premissas simplistas. Pelo menos no que tem sido público até aqui.
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Comentários
Nelson Manhisse
Nelson Manhisse Não se aprendeu nada com a história do carvão.
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· 28/7 às 10:25
Gerir
Sarmento Abel Sande
Sarmento Abel Sande E nunca se aprenderá.
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· 28/7 às 13:42
Gerir
Jorge Matine
Jorge Matine E sem falar do sudao, Irao e Egipto como players da industria energetica com potencial enorme. O potencial de mocambique podera estar nos "valores", ser um pais normal que funciona nao é favor será um must se queremos atrair investimentos. Nao se pode diversificar a economia como uma economia politica que assenta numa alianca trivial com o capital, os rubis, o gas da sasol, o carvão mostram que nao sera por ai. Por onde sera? Esse é o debate que falta fazer e a pressa é inimiga da perfeição mas a nossa elite esta com muita pressa...
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· 28/7 às 10:37 · Editado
Gerir
Ben Hur Cavelane
Ben Hur Cavelane Porque nao ter pressa se nao ha certezas de continuidade no poder? Infelizmente a nossa elite politica nao tem uma visao holistica, de desenvolvimento de toda uma nacao. Esta simplismente concentrada numa nata extremamente reduzida em comparacao com os 27 milhoes de mocambicanos que tambem sao donos da riqueza que o pais ofeere.
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· 28/7 às 11:26
Gerir
Fatima Mimbire
Fatima Mimbire Jorge, o problema de Moçambique não são concorrentes africanos, mas os outros do mundo com grandes reservas e que são potências no fornecimento do há e que podem negociar bons termos com os compradores pq não teem estrutura de custos que temos.

É pr
eciso pensar estrategicamente como se pensa o desenvolvimento do país usando esses recursos e não só na lógica de exportação.

Os EUA há "tomates" que exploram o gas e optaram por não vender/exportar e adicionaram valor e hoje até lareiras nos hotéis são a gás. Qual é o nosso pensamento?

Aqui falta pensamento estratégico e como disse o ilustre José Jaime Macuane, qual é o nosso plano B?

Também não podemos oferecer de bandeja, há que olhar para outras alternativas, os novos polos como o Vietname e tais.
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· 28/7 às 12:03
Gerir
Lenon Arnaldo
Lenon Arnaldo Boa reflexão! Mas, a solução sempre foi a agricultura ..... não nos actuais moldes. Temos que dar o salto para a mecanização para permitir primeiro abastecer o nosso mercado e uma vez consolidado, criarmos condições para exportar. A segunda fonte sustentável se bem trabalhado, é a indústria do turismo, que tudo indica já haver sinais de algo (não bastante) a ser feito, começando pela abolição da patética decisão administrativa de não concessão de visto de fronteira. Terceiro se não a mais importante, a estabilidade política/paz.

Estes para mim, são os planos "bes"
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· 28/7 às 10:36
Gerir
Ramalho Edson Paris
Ramalho Edson Paris Este assunto è muito interessante e acredito haver uma necessidade de se debater a larga escala. E importante parar de contar com um ovo ainda no interior da galinha
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1
· 28/7 às 10:48
Gerir
Alexandre
Alexandre A nossa discussão Rafael
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· 28/7 às 10:50
Gerir
Rafael
Rafael Pois, o nosso professor de economia alertou.... e lembro que o economista chefe do Standard Bank falava dos perigos destes atrasos e na necessidade de se diversificar a economia, ou então nos tornamos Angola... Foi na mesma semana que o Qatar anunciou mais 100 milhões de toneladas...
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1
· 28/7 às 11:28
Gerir
Inocencio Macuacua
Inocencio Macuacua Gostei Dr. Isto é o que deviamos debater. Mocambique devia tentar diversificar a sua base produtiva e peemitir ligacoes entee varios sectores da economia e nao esperar pelo gas e petroleo. Ha varios estudos feitos sobre isso e licoes nefastas sobre as economias extractivas. Por exwmplo para mim para alem da Agricultura deveriamos fazer alguma coisa no turismo.
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2
· 28/7 às 10:52
Gerir
José Jaime Macuane
José Jaime Macuane Caro Inocencio Macuacua, o Lenon Arnaldo fala disso acima. A questão é se existe uma estratégia clara de ligações entre esses sectores e de como financiar essa estratégia?
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· 28/7 às 10:57 · Editado
Gerir
Inocencio Macuacua
Inocencio Macuacua Caro Dr. Como bem dizes mais a baixo isso tem a ver com as questões de natureza de economia politica. Mas como disse antes muito ja foi escrito sobre o financiamento às estrategias de desenvolvimento em Mocambique. O que impede a sua implementacao?
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1
· 28/7 às 11:34 · Editado
Gerir
Carlos Nuno Castel-Branco
Carlos Nuno Castel-Branco Este tem sido o assunto central da secção económica da série Desafios para Moçambique desde o seu primeiro número em 2010. Este foi o tem de fundo dos módulos sobre economia na II Conferência do IESE, em 2009. Este foi o alerta dado em Março de 2003, numa apresentação feita na VII CASP, na presença de JC, então PR, e de AEG, então SG - na altura os mega projectos do complexo mineral-energetico eram a Mozal, em operação há 3 anos, e a Sasol em Inhambane, a iniciar a operação. A grande questão é a da economia política de acumulação de capital num contexto de financiarização global do capitalismo. Não é apenas uma questão de bom senso, nunca foi. Bom senso nunca vai ter oportunidade de dominar a não ser em crises profundas quando as opções ao bom senso forem piores que o bom senso.
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11
· 28/7 às 12:52 · Editado
Gerir
José Jaime Macuane
José Jaime Macuane Lenon Arnaldo, a ideia de diversificação sempre existiu, pelo menos a nível do discurso político e nos documentos oficiais de políticas. Mas como se financia essa diversificação e como o plano B pode ser articulado? O que apresenta é uma solução já acabada, que precisa ainda de uma caminho para se chegar à ela. Mas a questão de partida é sobre os pressupostos de que as receitas do gás serão de um certo nível, que pode não se realizar, devido às circuntâncias descritas e outras. Um exemplo muito simples, a recente compra de 25% da participação da ENI no bloco de Rovuma pela Exxon Mobil se tivesse sido há anos quanto teria sido e quanto teria rendido aos cofres do Estado? Podemos chegar à essas contas comparando transações similares. A resposta é de que seria provavelmente maior. Isso é um indício de como as receitas esperadas podem ser menores. E como isso se desdobra em termos das estratégias, mesmo as de diversificação da economia, baseadas num nível de receitas que pode não se realizar conforme esperado? Existiriam receitas alternativas para o plano B. Seria através das tais ligações que sugeres? A economia política do nosso desenvolvimento está estruturada e tem uma dinâmica conduciva à criação dessas ligações? Como se colocam os interesses de curto e longo prazo dentro dessa economia política e em que medida criam espaço para uma estratégia de desenvolvimento robusta? Ou simplesmente as minhas premissas de que se espera que o gás impulsione o desenvolvimento futuro estão erradas?
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7
· 28/7 às 11:11 · Editado
Gerir
Lenon Arnaldo
Lenon Arnaldo Sem desprezar a importância de debates repetidos sobre a dívida pública"oculta", transparência e corrupção ainda que seja debates/incursões necessárias, na minha modesta opinião, vcs fazedores da opinião pública e as diversas OSC é este tipo de debat...Ver mais
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1
· 28/7 às 11:32
Gerir
José Jaime Macuane
José Jaime Macuane Lenon Arnaldo, obrigado. Entendo que quis dizer que a necessidade do debate do tema seja consensual e não o debate em si. Bom, não creio que seja necessário que seja consensual, mas isso não nos deve impedir de debater um assunto que seja tido como importante para um certo grupo da sociedade. e isto se liga ao que diz sobre o que sociedade civil e "opinion makers" discutem, que considero expressão de liberdade de expressão num espaço público. Ninguém deve determinar a outro o que se deve discutir. Se há assuntos que interessam a um certo grupo, que o traga à arena pública e se discuta e mesmo assim os assuntos poderão não interessar a todos. Nem todos os assuntos que a sociedade civil debate interessam a todos.
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6
· 28/7 às 13:20 · Editado
Gerir
Lenon Arnaldo
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1
· 28/7 às 12:54
Gerir
Muhamad Yassine
Muhamad Yassine Meu amigo para ver nessa vertente tem que se olhar para esse mesmo gás como pertença de todos como um povo. Enquanto a visão for umbilical .......
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9
· 28/7 às 10:55
Gerir
Manish Cantilal
Manish Cantilal Boa pergunta....
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· 28/7 às 11:15
Gerir
Vazio Inconformado
Vazio Inconformado É preciso olhar também a gestao da coisa publica! Me parece ser o pano de fundo. Moçambique é rico em varios tipos de recursos, se a sua gestao fosse transparente e não pra a minoria, Moçambique seria um País de referencia International!
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3
· 28/7 às 11:17
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Carlos Quembo
Carlos Quembo Caro José Jaime Macuane, excellent visao. A diversificacao da economia e a melhor abordagem contra choques economicos. Esta e a musica que os nossos renomados economistas vem cantando faz decadas. Mas, os detentores do poder em Mocambique fazem ouvidos de mercador. Para alem da diversificacao que evocas, e necessario tambem alterar o padrao da Nossa economia. A semelhanca do periodo colonial, Mocambique ainda continua com uma economia arrendaataria. Isso nao so reproduz a nossa dependencia, mesmo tendo recursos, Como diminui significativamente os ganhos que teriamos com os recursos de que o pais dispoe. Essa e uma daquelas recomendacoes que ja esta careca. A pergunta seria: o que e que impede os nossos governantes de materialozarem esta abordagem. Ai talvez o debate ganhe novo impeto.
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2
· 28/7 às 11:17
Gerir
José Jaime Macuane
José Jaime Macuane Aí está a questão da economia política do desenvolvimento, caro Carlos Quembo. Como se articulam os interesses, o contexto e os incentivos para a definição de uma estratégia robusta. Há espaço para isso e se não houver, como se cria?
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· 28/7 às 11:19
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Jaime Langa
Jaime Langa Bom exemplo: Angola sofreu e quase entrou em colapso no passado recente com a baixa do preço do petroleo
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· 28/7 às 11:49
Gerir
Moiane Telma da Gloria
Moiane Telma da Gloria Boa reflexão, acho que eles envez de ver essa alerta como ameaça deviam usar pra projectar o futuro da economia do país e o plano B. Plantar hoje pra colher amanhã. Mas eles vê as coisas a curto prazo e benefícios do momento
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· 28/7 às 11:19
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Imerson Lucas
Imerson Lucas A geração actual no poder só pensa em produzir para ela...e nunca para as próximas gerações
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· 28/7 às 11:32
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Jaime Langa
Jaime Langa Meu filho José Jaime Macuane essa é uma excelente chamada de atenção mas não esqueça que nós não iremos vender gaz pois esses acordos que se referiu no post irão vender o nosso gaz ate porque são eles que estao a se instalar aqui para explorar e alguns com vantagens competitivas de preço pela nossa localizaçao geografica. Nos teremos somente os 20% que serao vendidos localmente.
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5
· 28/7 às 11:46 · Editado
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Muhamad Yassine
Muhamad Yassine Infelizmente é a verdade
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· 28/7 às 12:17
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José Jaime Macuane
José Jaime Macuane Mas papai Jaime Langa, não importa quem venda o gás, as nossas receitas, pelo menos algumas delas, dependem da produção que naturalmente dependerá da venda. Logo, as concessionárias venderão o gás sim, mas disso dependerão as nossas receitas.
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3
· 28/7 às 12:55
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Auto-Critica Mozambique
Auto-Critica Mozambique O melhor recurso ade ser sempre o capital humano.
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· 28/7 às 12:11
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Hilario Agostinho Mabota
Hilario Agostinho Mabota Excelente observação. A nossa economia parece o de "faz de contas". Acordamos sempre tarde. No entanto , os sectores chave da economia precisam tomar uma nova atitude e estarem abertas para a crítica. Não se pode aceitar que um país com vários economistas continue na periferia da periferia. Alternativas existem. porém, precisamos de governantes abertos para a contribuição.
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· 28/7 às 12:13
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Filipe Nhalungo
Filipe Nhalungo Não só simplistas, mas também indexadas às simpatias politicas para angariação do voto nos proximos tempos.
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· 28/7 às 12:20
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José Jaime Macuane
José Jaime Macuane Isso torna-as mais simplistas ainda. :-)
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1
· 28/7 às 12:58
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Carlos Nuno Castel-Branco
Carlos Nuno Castel-Branco José Jaime Macuane, este assunto já foi abordado muitas vezes e de cada vez vem sempre a ideia de que nós moçambicanos sabemos melhor que todos os outros. Por exemplo, o preço do gás em bruto afecta o preço dos produtos do gás? Claro. Se o preço do gás for afectado pelo problema das mudanças climáticas - que é muito mais sério do que aquilo que se considera em Moçambique - vai haver uma tendência das oportunidades comerciais dos hidrocarbonetos piorarem? Claro. Além disso, o stock da dívida pública está a 125% do PIB, metade da qual é comercial com juros altos. Portanto, em breve estaremos a pagar 700 milhões de USD anuais somente em juros, ou um bilião de USD, ou mais, anuais em serviço de dívida (incluindo juros e amortização do principal). Com os calotes actuais, os juros vão subir e estes valores vão acumular, mesmo se não contrairmos mais dívidas. Os depósitos a prazo em toda a banca comercial em Moçambique andam por volta de 2 biliões de USD. Se recorremos a dívida interna para financiar o défice fiscal tornamos os bancos mais ricos e o resto da economia mais pobre. Neste momento, títulos de dívida pública já representam tanto no crédito bancário como a totalidade do crédito que vai para os sectores produtivos. No entanto, continuando com a abordagem de garantir, pelo estado, a protecção do grande capital e do grande investimento em hidrocarbonetos e minerais, estamos a contrair mais dívida e afunilar ainda mais as opções económicas. Então, a questão que colocas é cada vez mais pertinente. A primeira vez que vi essa questão articulada economicamente e claramente posta num artigo foi em 2009. Desde aí já surgiu inúmeras vezes. Até o FMI, que foi tão relutante em colocar qualquer dúvida sobre o modelo económico moçambicano, levantou este problema muito claramente num estudo detalhado feito em 2015 sobre a sustentabilidade financeira e fiscal da aposta moçambicana nos hidrocarbonetos. Há dois pontos adicionais que são os seguintes: um, depois de pagar as dívidas, quanto sobra para desenvolver o resto do país? As dívidas com o projecto mineral-energetico já ascendem a 11 biliões de USD, aproximadamente. Quer dizer, é bem possível que o gás se pague a si próprio e nada mais. Dois, quando é que tais receitas vão começar a fluir, e poderá a economia aguentar até lá, continuando no mesmo percurso?
Estes têm sido os assuntos centrais da secção económica da série Desafios para Moçambique desde o seu primeiro número em 2010. Estes foram od temas de fundo dos módulos sobre economia na II Conferência do IESE, em 2009. Este foi o alerta dado em Março de 2003, numa apresentação feita na VII CASP, na presença de JC, então PR, e de AEG, então SG - na altura os mega projectos do complexo mineral-energetico eram a Mozal, em operação há 3 anos, e a Sasol em Inhambane, a iniciar a operação. A grande questão é a da economia política de acumulação de capital num contexto de financiarização global do capitalismo. Não é apenas uma questão de bom senso, nunca foi. Bom senso nunca vai ter oportunidade de dominar a não ser em crises profundas quando as opções ao bom senso forem piores que o bom senso.
Claro que há sempre quem vai dizer que nós sabemos melhor e temos tudo calculado. O único problema é que a evidência, até aqui, não apoia esse argumento.
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· 28/7 às 12:51 · Editado
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José Jaime Macuane
José Jaime Macuane Carlos Nuno Castel-Branco, obrigado pela sua achega. Em suma, neste contexto que descreve não parecem existir cenários alternativos de financiamento para um plano B. A poupança interna voltada potencialmente ao financiamento da dívida pública (?), se é que lhe entendi, e as receitas do gás para pagarem os seus próprios investimentos finaciados pela via do endividamento público. Duas questões: a) o que tornaria atractivo aos bancos comerciais continuarem a conceder crédito a um estado caloteiro: menos riscos que o crédito ao sector privado, devido potencialmente às perspectivas de receitas do gás, ou a ideia (errada no meu entender) de que um estado nunca entra na falência? b) que alternativas restam ao financiamento da economia num cenário como este e no actual contexto da economia política moçambicana (aí falo também dos cálculo político inerente às escolhas de estratégias alternativas de desenvolvimento).
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2
· 28/7 às 13:16 · Editado
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Nelson Jose da Silva
Nelson Jose da Silva Uma verdadeira aula com 2 académicos que admiro muito (Economista e Politólogo) em simultâneo.
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4
· 28/7 às 15:42 · Editado
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Carlos Nuno Castel-Branco
Carlos Nuno Castel-Branco José Jaime Macuane, vou mandar uma série de links com artigos que discutem as questões que colocas aí. Agora estou em reuniões na Universidade, mas quando estiver livre mando. Abraços
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5
· 28/7 às 16:00
Gerir
José Jaime Macuane
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3
· 28/7 às 16:12
Gerir
Carlos Nuno Castel-Branco
Carlos Nuno Castel-Branco A lista acima, exaustiva, inclui artigos diversos - uns curtos, uns longos, que problematizam e discutem as questões tratadas neste post. A maioria dos artigos foi produzida nos últimos 7 anos. Há dois livros que vão ser lançados na conferência do IESE, em Setembro deste ano, Desafios para Moçambique 2017 e Emprego e Transformação Económica e Social em Moçambique, que contêm muito material útil para este este debate, e material actualizado. A questão sobre porque que é que os problemas estruturais persistem e se reproduzem ao longo das décadas é debatida e respondida, em termos de economia política, nesses dois livros. Estejam atentos a estas publicações.
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1
· 29/7 às 23:26 · Editado
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José Jaime Macuane
José Jaime Macuane Carlos Nuno Castel-Branco obrigado. Uma vasta bibliografia, uma substancial contribuição ao debate, sem dúvida. Alguns dos artigos que aqui estão já os li.
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· 31/7 às 16:32 · Editado
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Sérgio Wíliamo
Sérgio Wíliamo Dr. José Jaime Macuane a unica logica do ponto de vista economico p ganhos sustentaveis de longo prazo p recursos nao renovaveis (gas, carvao, petroleo, etc) eh canalizar os rendimentos advenientes de tais recursos nas areas de agricultura (mecanizando-a) e na industria transformadora (produtos finais). Se nada disto for feito, daqui ha alguns anitos o paiis so vai herdar burracos nos locais onde esses recursos estao a ser explorados...
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· 28/7 às 12:55 · Editado
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José Jaime Macuane
José Jaime Macuane Sérgio Wíliamo, isso é o ideal e creio que todos estão cientes disso. Mas deve lembrar que a discussão da criação de um Fundo Soberano ficou em águas de bacalhau e dividiu os tecnocratas das finanças, com o antigo presidente da ATM, Rosário Fernandes, a defender a criação deste fundo e o Governo e Chang a privilegiarem o financiamento do défice orçamental. Isso foi com as mais-valias. Pergunto-me se alguém já se deu ao trabalho de perguntar o que se fez com as mais-valias até aqui.
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· 28/7 às 16:27
Gerir
Jose Adriano Fernandes
Jose Adriano Fernandes Sérgio, mecanizar é fácil! É só comprar as máquinas... o problema fundamental é, como alguém refere acima, o nosso capital humano o qual continuamos a negligenciar (qtd sem qualidade). O processo de criar CH, iniciado por Samora, tb morreu em Mbuzine. Infelizmente.
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· 28/7 às 17:07
Gerir
Herminio Artur Muchanga
Herminio Artur Muchanga Um país que não tem capacidade de formular e implementar as suas próprias políticas públicas é um país capturado, e um país onde a vontade política subordina-se aos interesses pessoais de uma minoria corupta, tudo vira um filme de cinema.
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1
· 28/7 às 12:31
Gerir
Felisberto Luis Machava
Felisberto Luis Machava OS POLITICOS SO PENÇAM O PRESENT O FUTURO N É COM ELES PORK JA TEM O SUFICIENTE PRA TODA FAMILIA DELES.
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· 28/7 às 12:36
Gerir
Ajm Selemane
Ajm Selemane Espero k os sempre dominantes k dispensam opinioes dos academicos sejam cspazes sem apontar armas de responderem esta questao.
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· 28/7 às 12:54
Gerir
Sergio Gomes
Sergio Gomes Uma das coisas que tenho aprendido sobre o sector energético é a dificuldade de se fazer projeção de longo prazo. Essa dificuldade é ainda maior no mercado do Gas onde o comportamento da demanda e dos preços está indexado ao comportamento do mercado do petróleo. A par do cenário crítico que o post levanta existem também perspectivas positivas ligadas a preocupação com questões ambientais na Europa que pode aumentar a procura pelo gás. Por exemplo neste momento circula uma proposta no Reino Unido visando eliminar a venda de veículos movidos a Diesel e gasolina a partir de 2040. Essa tendência pode se alastrar pela Europa. O Gás é responsável por apenas 22% do mercado energético global e acredita -se que essa percentagem irá aumentar. Até pode crescer a fovor do Shale gás mas também temos de ter em consideração que a exploração do Shale gás não é ambientalmente sustentável. Apenas para mostrar que existem também cenários positivos sem negar a necessidade de Diversificação.

A Diversificação é um dos princípios de segurança energética na Perspectiva do produtor. Existem vários princípios para a segurança energética. Permitem de facto suportar períodos de desempenho menos favorável do mercado do gás. Mas para diversificar é preciso ter rendimentos que se acredita virão do sector do gás. Ora para além de Pande/Temane, os ditos projetos game changer ainda estão na fase de desenvolvimento, não obstante já terem permitido algum encaixe financeiro.

Por isso vejo esta necessidade de Diversificação como mais uma devida chamada de atenção para o que se deve fazer uma vez com as rendas fluindo. Faz tempo que se tem alertado para isso. Agricultura e Turismo são opções viáveis mas duvido que neste momento se possa fazer mais do que se tem feito. Aí está o paradoxo. Precisamos do dinheiro do gás para investir na diversificação. Se o dinheiro do gás não chegar??? Ficamos como estamos, com os investimentos rotineiros que produzem os resultados que temos assistido tanto na Agricultura como no Turismo.
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· 30/7 às 13:04 · Editado
Gerir
José Jaime Macuane
José Jaime Macuane Sergio Gomes, obrigado pelo seu input na perspectiva do sector de energia. Mas como analisa o efeito do Acordo de Paris COP 21 - para a redução do aquecimento global, que aponta para a necessidade de redução do uso dos combustíveis fósseis, na demanda futura?
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1
· 28/7 às 13:04
Gerir
Jaime Langa
Jaime Langa Sem USA sem força...
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· 28/7 às 13:07
Gerir
José Jaime Macuane
José Jaime Macuane Jaime Langa sem Trump talvez. :-)
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· 28/7 às 13:14
Gerir
Hilario Agostinho Mabota
Hilario Agostinho Mabota Era exactamente aí que queria apontar. O facto de o shale gás não ser ambientalmente sustentável na sua exploração e o facto de a América do Trump ter rejeitado os compromissos. Logo, os EUA vão continuar a fazer valer sua economia. estamos perante uma economia cuja acção preocupa o ocidente. A diversificação da nossa economia deve ser feita olhando para outros sectores que não dependam directamente do gás. Hipotecar economia no gás é erro grave. As energias não renováveis não devem garantir a sustentabilidade de um país, nem pode se dar esse luxo
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· 28/7 às 13:18
Gerir
Sergio Gomes
Sergio Gomes Na verdade acho que vamos falar das preocupações do COP 21 nos próximos 100 Anos. E o gás é o menos poluente de todos os fósseis. o problema está na extração do Shale gas e não necessariamente no uso
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· 28/7 às 13:27 · Editado
Gerir
José Jaime Macuane
José Jaime Macuane Caros Hilário e Sérgio. O shale gas há alguns anos era visto como comercialmente inviável, mas o progresso tecnológico melhorou a sua rentabilidade e hoje em dia se fala de uma verdadeira revolução do shale nos EUA. Pode ser que se substitua o fracking por uma outra tecnologia menos nociva ao ambiente. Aliás, como sabem, as próprias reservas mundiais de hidrocarbonetos descobertas aumentaram nos últimos tempos devido ao progresso tecnológico que permitiu a exploração em águas ultra-profundas, quando antes se apontavam ao fim do ciclo do gás como próximo. Há tempos citei num meu post a frase de um ex-ministro saudita do petróleo que dizia algo como "a idade de pedra não terminou por falta de pedras e a idade do petróleo não vai terminar por falta de petróleo". Há estudos que indicam por volta da década de 2040 como o início do fim do ciclo do petróleo. bom, pode ser apocalíptico e exagerado, não sabemos. Em suma, existem vários factores que podem determinar a mudanças neste mercado em qualquer dos sentidos (fim ou continuidade): tanto factores internos à própria indústria como externos à ela. Geopolítica, clima, etc.
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· 28/7 às 13:32 · Editado
Gerir
Josué Tambara
Josué Tambara Se seguirmos a linha de COP-21 melhor pegarmos enxadas, parece o Celso Correia começou bem a implementar o LUCF na decisão sobre madeira. Como alternativa econômica, no meu ponto de vista, agricultura olhando e potenciar as vantagens comparativas de cada província seria melhor opção porque assim poderia impulsionar o processamento. No Malawi tem o ADMARC que me parece ser um modelo muito interessante para seguirmos do que fixar nossos olhos nas águas turvas sem mercado.
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· 28/7 às 13:29
Gerir
Sergio Gomes
Sergio Gomes Completamente de Acordo José Jaime Macuane. O Que esgota é a tecnologia e não o recurso. Também fiz um post há dias em que indicava como os operadores do sector de Shale Gás conseguiram recalibrar os custos de produção a ponto de serem eficientemente p...Ver mais
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· 30/7 às 13:05 · Editado
Gerir
José Jaime Macuane
José Jaime Macuane Sergio Gomes claro. Concordo que a perspectiva positiva deve estar presente nas nossas estratégias, por isso a sua contribuição ao debate é pertinente. Mas o post é exactamente a favor de se pensar numa visão menos optimista, na qual nos acomodamos demasiadamente. Os riscos maiores estão no cenário negativo do que no positivo, daí a necessidade do plano B.
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· 28/7 às 13:48
Gerir
Josué Tambara
Josué Tambara Por isso que há Tseke
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· 28/7 às 13:14
Gerir
Dinis Nhancume
Dinis Nhancume Colocou o dedāo no feridāo...corremos o risco de pegar a doença holandesa, a semelhança dos nossos irmāos angolanos que amargam uma crise pior que a nossa.
O potencial do nosso país está aí patente, Tudo que precisamos é concentraçāo e vontade política...
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· 28/7 às 13:34 · Editado
Gerir
Buene Boaventura Paulo
Buene Boaventura Paulo O problema é que nunca aprendemos.
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· 28/7 às 13:36
Gerir
Ad Leite Leite
Ad Leite Leite De olho no futuro.
Há quem defende que a falta de uma estratégia nacional de desenvolvimento constitui entrave para uma visão 2050.
Enquanto os libertadores não deixarem de se comportar como estrangeiro que estão aqui para pilhar, sabotar para depois
se mandarem será difícil esta visão 2050.
Não estou sendo pessimista mas eles se dividem pela riquezas deste belo país!
O Fim deste cenário será mesmo com um exercício de cidadania activa
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· 28/7 às 13:58
Gerir
José Jaime Macuane
José Jaime Macuane Ad Leite, na verdade o país tem uma Estratégia Nacional de Desenvolvimento 2015-2035 (END). Pode encontrá-la no site do MEF. A questão é se ela está a ser implementada e as escolhas que estão a ser feitas tendo como base as rendas dos recursos naturais. Estas são equações diferentes. Por isso, insisto na economia política deste processo. Aprovar estratégias e dizer que vai haver diversificação da economia, e uma abordagem holística, como diz a END, é uma coisa, outra é como isso se articula e é implementado na realidade, tendo em vista a prática recente.
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· 28/7 às 16:12
Gerir
Ad Leite Leite
Ad Leite Leite Vou já buscá la!
Thanks!
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· 28/7 às 18:48
Gerir
John Wetela
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· 28/7 às 14:36
Gerir
Alfredo Macuácua
Alfredo Macuácua Concordo com a visão do Sr José Jaime Macuane; realmente temos que ter algum plano alternativo na manga, no caso de o gás "não dar certo"... e, aliás, de recursos alternativos está este país prenhe; para além da sempre falada agricultura, tanta terra arável, temos uma costa excepcional para pesca e a indústria do momento, o TURISMO; um outro recurso é a localização nossa em relação aos países vizinhos nossos do interior que dependem dos nossos portos para import/export; etc... Mesmo que o gás "dê certo", é importante que os dividendos que daí advirão sejam geridos com transparência para benefício do país e não para alguma elite... Que o gás não se torne em maldição, mas algo para melhorar a vida do povo, a vida de todos nós...
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· 28/7 às 15:24
Gerir
José Jaime Macuane
José Jaime Macuane Alfredo Macuácua, isso tudo na verdade já está nas estratégias existentes. Por exemplo, a Estratégia Nacional de Desenvolvimento 2015-2035, o Plano integrado do Sector de Transportes, etc. Mas as escolhas e práticas recentes sugerem que as práticas são outras. E que a confiança nas receitas do sector extractivo tem sido o mote das escolhas estratégicas que o país tem tomado. A questão é como desenvolver uma visão e práticas alternativas não assentes as potenciais receitas dos recursos naturais, que dada a sua volatilidade expõem o país a riscos económicos e seus desdobramentos políticos e sociais.
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· 28/7 às 16:10 · Editado
Gerir
Francisco Simango
Francisco Simango Essa reflexão merece uma bajulação, é uma reflexão inteligente e proactiva. Você que afirma ser assessor económico de alguém, ciente de que se diz Moz está de volta, ainda há tempo de mudar aquele discurso.
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· 28/7 às 15:37
Gerir
Nelson Jose da Silva
Nelson Jose da Silva A questão faz me recordar no sr que acordou de um sonho e pensou que a alternativa para tornar-se rico seria endividar-se com a banca para construir um condomínio e depois pô-lo a arrendar para os futuros funcionários que estariam a trabalhar no barragem de Moamba- Major, veio o lava jato e as obras de construção de barragem tiveram outros contornos. O condomínio já foi construído, o sr deve pagar a dívida ao banco e a renda imobiliária depreciou com a crise. Solução entregar o investimento ao banco e continuar a dormir para que apareça um outro sonho se calhar mais promissor.
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· 28/7 às 15:52 · Editado
Gerir
José Jaime Macuane
José Jaime Macuane Este e outro perigo destes sonhos. Tete tem um pouco destas estórias.
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· 28/7 às 15:56
Gerir
José Jaime Macuane
José Jaime Macuane Ad Leite, na verdade o país tem uma Estratégia Nacional de Desenvolvimento 2015-2035 (END). Pode encontrá-la no site do MEF. A questão é se ela está a ser implementada e as escolhas que estão a ser feitas tendo como base as rendas dos recursos naturais. Estas são equações diferentes. Por isso, insisto na economia política deste processo. Aprovar estratégias e dizer que vai haver diversificação da economia, e uma abordagem holística, como diz a END, é uma coisa, outra é como isso se articula e é implementado na realidade, tendo em vista a prática recente.
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· 28/7 às 16:04 · Editado
Gerir
Zé Martins
Zé Martins o chamado '... contar com o ovo no cu da galinha!" se a galinha virar canja...
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· 28/7 às 16:17
Gerir
Nelson Tivane
Nelson Tivane Há que concordar aqui com o professor Carlos Nuno Castel-Branco, tem alias sido este o assunto chave das suas pesquisas e debates. O problema desse perigos dentro da economia, obviamente se situa nos padroes de acumulacao e na volatilidade da deste mesmo padrao.
O professor Carlos Quembo está a propor a mudança deste padrao (o que nao é novidade) colonial, muitas vezes caracterizada por deformacoes, segundo o professor Luis de Brito.
Nós ja sabemos de antemao que essa economia de prestacao de servicos, baseado em exportacao de recusos e forncimento de servicos, é colonial e nao foi mudado em ambas reformas que seguiram o periodo pos-colonia, o que quer dizer que a balanca de pagamento continua dificilitaria.
Prof Jaime José Jaime Macuane a minha pergunta é entao, estamos nós estruturalmente preparados para mudar esse padrao, considerando principalmte que nao produzimos o suficiente p consumo interno, e principalmente que ha uma classe cujo intereses vao pra alem dos interesses na maioria?

Não seria entao interessante e mais sugestivo se, ao assumirmos que a economia está minada de problemas circuviciosos, pegarmos em um dos problemas existente e resolvermos? tal como alias propos o professor Castel-Branco em uma conferencia em Maputo em 2013?
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· 28/7 às 16:37 · Editado
Gerir
José Jaime Macuane
José Jaime Macuane Caro Nelson Tivane, a minha questão da economia política está exactamente aí: porquê este padrões são mantidos mesmo sendo manifestamente ineficazes sob o ponto de vista de desenvolvimento, talvez mais eficientes a curto prazo sob o ponto de vista de poder politico e como é que se pode reverter esses padrões e se definir e implementar uma estratégia de longo prazo mais robusta , que equaciona todos esses riscos?
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· 28/7 às 16:39
Gerir
Nelson Tivane
Nelson Tivane Para quem diz que a solução está na agricultura, qual? Não tem sido este o debate desde da operação produção e sob PPI. Para quem diz Indústria, a questão permanece, não foi ela definida, em 77, como factor impulsionador do sector Agrário? Estava eu a ler as duas obras de Goran Hyden ( no shortcut to progress & uncaptured peasantry), em fim, Segundo ele, por causa da lógica funcional de produção e reprodução da economia do campesinato africano, e outros factores principalmente cultural-antropólogico, este resiste em inserir e fazer depender os seus modos de produção aos modos capitalistas. O que quer dizer que o campesinato África não se vai deixar, por factores intricicos a si, modernizar ou sair da condição de subsistência. Mecanização (está já falhou por uma década)? Agronegócios? no contexto in-country, João Mosca, J. Hanlon (e outros) dizem que grandes projectos não são o caminho. Quando a assunto são mega projectos, o debate é esse, eles não diversificam a economia e muito menos criam ligações produtivas. Não que eu esteja concordando com um grupo ou com o outro, mas é facto que em termos de recursos, diferentemente do período pos-colonial (tal como assumiu Samora), agora temos capital humano, temos recursos florestais e energético, etc...

Então, quanto a sua pergunta professor José Jaime Macuane eu penso que temos, pelo menos, importants assets que possam paulatinamente impulsionar o desenvolvimeto (diferente do cresciemento, ja nao existente) economico. Mas, sim, ainda mantemos este padrao volatil, que alias ja trouxe aquilo que o professo Carlos Nuno Castel-Branco chamou de "bolha economica". porque que nao mudamos o padrao, porque que nao tracamos uma politica de longo prazo e mais robusta? talvez o professor tenha razao, talvez sob ponto de vista dos interesses politicos, do status quo e dos beneficos relacionados, isso nao seja viavel...
mas, mais do que essa resposta ... porque nao propor algo diferente. Em 2015, estava eu, professor Castel-Branco e o Jeremias Vunjanhe em uma conferencia nas instalacoes da TDM, o professo CB propos que levassemos os forum de debate para fora do FB, o que seria algo de mais valia. Sei que voces tem feito isso, mas é da vossa influencia, ideia e ideias que precisamos. neste caso seria encontros de geracaoes, nao precisa ser uma conferencias, precisam de ser "conferencias", encontros em cafes e ruas, em centros e praças onde esses assuntos seriam debatidos e lancados para debate (nao foram esses focos de conversas e protestos pacificos que nos 73 e 74 enchiam os cafes?, ouvi que eram e voces tiveram resultado, a independencia veio). A ideia nao é instalar uma revolucao politica, é alias instalar uma revolucao de ideias, trazer o governo para pensarmos juntos, mesmos em contextos informais, porque nao?

ha aqui jovens incluindo eu que precisamos disso, conheco a Emmanuel De Oliveira Cortês, Dércio Tsandzana, a Géssica Macamo, Egas Daniel somos frutos do vosso ensino e penso que queremos continuar sendo fruntos da vossa influencia.
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· 28/7 às 17:17 · Editado
Gerir
Jose Adriano Fernandes
Jose Adriano Fernandes Que factores intrínsecos!? Discordo que o nosso campesinato esteja "amarrado" a factores antropológicos e culturais. Não somos diferentes de outros povos... em minha opinião isso é preconceito implantado em nós. Entre os grandes projectos e a enxada de cabo curto e a chuva sazonal há um grande intervalo. Para mim, a alavanca está no CH que não temos: multiplicamos as instituições superiores e negligenciamos o ensino técnico básico e médio. Como dar o "salto" sem o famoso "saber fazer" que é responsabilidade do ensino técnico?
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· 28/7 às 17:32
Gerir
Nelson Tivane
Nelson Tivane Jose Fernandes, a Ideia do Hyden está ainda em construção nas minhas pesquisas, mas se olharmos a toda estrutura agrária em Tanzânia (e Malawi), a resposta às reformas ... talvez esta teoria, no contexto colonial, tenha um razão de existir. O facto é que, diferente do desta tese, em Moz acontece o oposto, há escassos incentivos ao campesinato "tradicional"/produtores de subsistrncia ou pequenos produtores agrários (desculpe os nomes, com o tempo este foi mudando de forma e nunca da realidade Marc Waits), e contrariamente este é a class que mais responde a demanda do mercado, aliás foi a classe que mais produziu no boom dos anos 1973.
A minha questão não é concordar ou discordar com o Hyden, pelo contrário, eu só quero afirmar que temos importantes recursos hoje para avançar para mudanças, temos até este CH, pois embora não suficiente para responder está transformação, por exemplo, do sector Agrário. Mas vamos assumir que em relação ao período pós-colonial, temos algum e se não temos o suficiente é por muitos factores incluindo políticas deformadas. Por exemplo, assumimos que a agricultura é era o factor chave, mas deixamos que todos saíssem do campo p cidade no pois 75.

O que proponho e volto a dizer é, a juntar com este debate aqui, vamos tirá-lo para fora deste fórum ... vamos colocar juntos gerações para discutir problemas da economia política de Moçambique, mesmo que isso involve um fórum informal
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· 28/7 às 17:50 · Editado
Gerir
José Jaime Macuane
José Jaime Macuane Caro Nelson Tivane, a grande questão é mesmo termos esse debate fora do facebook, mas sobretudo temos uma clara consciência do contexto. Tanto de onde vai decorrer o debate em si, assim como das condições que fazem com que Moçambique seja cronicamente um país de soluções que nunca são implementadas.
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· 31/7 às 16:09
Gerir
Domingos Dimande
Domingos Dimande De acordo com o cenário exposto por Macuiane, que não é de desprezar, por casos havidos no pais de megaprojectos como por exemplo alumínio e carvão, a extração de gás não vai beneficiar o mais simples e pacato cidadão moçambicano e consequentemente não é o gás que vai impulsionar o desenvolvimento do país mas sim o pais precisa repensar honestamente como gerir e desenvolver projectos agroindustriais usando receitas de gás e de outros megaprojectos.
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· 28/7 às 18:09
Gerir
José Jaime Macuane
José Jaime Macuane Domingos Dimande, meu nome não tem "i".
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· 31/7 às 16:40
Gerir
Domingos Dimande
Domingos Dimande Obrigado pelo reparo Macuane.
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· 1/8 às 12:51
Gerir
Stiven Ferrao
Stiven Ferrao Boa questão!
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· 28/7 às 19:22
Gerir
Nelson Tivane
Nelson Tivane Stiven!!!!
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· 31/7 às 16:11
Gerir
Nelsoncarlos Tamele
Nelsoncarlos Tamele Deviamos equilibrar o investimento em sectores como industria energetica, de transformacao, agricultura e turismo. Penso eu serem estrategicos para o desenvolvimento sustentavel de qualquer pais. E Moçambique tem o potencial nessas areas.
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· 28/7 às 20:23
Gerir
Jose Picardo
Jose Picardo Merece atenção
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· 28/7 às 20:41
Gerir
Arone Chilengue
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· 28/7 às 22:19
Gerir
Lordwar Lordwar
Lordwar Lordwar Aquele país vive de politicas hadoc
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· 28/7 às 23:12
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Tomas Mario
Tomas Mario Visões de longo prazo são sempre sacrificadas pelo modelo de projecto de cinco anos, determinado pelo pensamento eleitoralista. Alguém ligou à Visão 20-25,que bem nos alertou para o perigo de retorno ao conflito armado e à violencia? Ninguem! E aqii estamos no chove-nao-molha desde 2012!
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· 29/7 às 6:14
Gerir
Gabriel Muthisse
Gabriel Muthisse Ninguém, mesmo? A probabilidade do retorno à conflitualidade armadas foi sempre considerada. Os factores imediatos para o conflito sempre estiveram presentes: (i) discurso musculado; (ii) partido político com milícia armada privada; (iii) falta de confiança nos processos e estruturas eleitorais... os factores mediatos ainda não foram debelados, como por exemplo, a existência de uma imensa massa humana sem nada a perder, do ponto de vista económico, social e político.

A probabilidade de reinício de conflitualidade foi sempre tida em conta pelos decisores políticos
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· 29/7 às 16:27 · Editado
Gerir
Tomas Mario
Tomas Mario Na minha opinião nao! Os factores que menciona são reais, mas considero que se esqueceu do mais importante: a exclusão politica e económica. Se é verdade que todos estes factores foram sempre conhecidos, a verdade é eles não foram debelados....
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· 30/7 às 7:48
Gerir
Gabriel Muthisse
Gabriel Muthisse Tomas Mario, quando falo da existência de uma imensa massa humana sem nada a perder, do ponto de vista económico, social e político" refiro-me, exactamente, ao que você chama exclusão política e econômica. Esta não se debela por decreto. A exclusão política econômica existirá enquanto formos pobres e subdesenvolvidos. Mesmo nos tempos áureos do socialismo tínhamos exclusão política econômica. Ela está presente em, praticamente, todos os países africanos numa escala inadmissível. E continuará a subsistir por longos anos.

E só um político ingênuo pode desconhecer que este é um factor de conflito. Só que essa consciência, de per si, não é condição suficiente para elimina-la. Seriam necessárias, entre outras, condições económicas que nenhum país africano possui.
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· 30/7 às 15:31
Gerir
José Jaime Macuane
José Jaime Macuane Caro Dr. Grabriel Gabriel Muthisse, seriam apenas as condições económicas que determinariam a eliminação dos factores para a tendência a conflitualidade? Onde fica o factor político, o papel da liderança (política), na definição e condução de uma estratégia, principalmente num contexto em que estamos cientes de que a solução económica será de médio e provavelmente longo prazo. Aliás, como se mobiliza a sociedade para a tal solução económica de médio de longo prazo, num contexto com o nosso, em que manifestamente a visão estratégica tende a ser refém dos ciclos políticos ou de liderança, no meu entender, do partido no poder?
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· 31/7 às 16:14
Gerir
Gabriel Muthisse
Gabriel Muthisse Tem razão Professor. O factor político e as questões de liderança são importantes. Mas, talvez devido à minha educação Marxista, tendo a encarar os factores económicos como fundamentais. Sem os quais não haveria nenhum tipo de inclusão. Quando cerca de 50% dos moçambicanos vivem debaixo do limiar da pobreza, não há como integra-los eficazmente nos processos políticos e sociais. Pode-se, isso sim, integrar pretensas elites que proclamam falar em nome dessas massas destituídas.

O segredo é mobilizar essa massa para a transformação. E ter políticas e estratégias produzidas por cima da FRElIMO ou por cima de qualquer outro Partido. Aí também concordo consigo. Onde se articulam essas políticas e estratégias? É necessário definir isso. No Parlamento? Por um Comité de Sábios como, como na Estratégia 20-25,-referida por Tomas Mario? Concorda com esses formatos de Comitês de Sábios? São um factor de inclusão, como a reclamamos?

Considero importante definir o que queremos dizer com algumas das nossas formulações. Por exemplo, quando falamos de visão estratégica que não esteja refém dos ciclos políticos, ou de liderança de um único Partido. Como chegamos lá sem alienar o objectivo da inclusão?
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· 31/7 às 17:20
Gerir
Carlos Edvandro Assis
Carlos Edvandro Assis Um dos sectores em que a diversificacao da nossa economia deve ter como aposta (primazia), advindo dos resultados da producao e venda (internacionalmente) do gas deve ser a formacao do homem para responder eficazmente aos desafios de momento. Para termos uma agricultura e turismo de qualidade dependemos tamanhamente desta qualidade na forca de trabalho. Continuamos a produzir com a nossa deficitaria educacao forca de trabalho tambem deficitaria e ai a nossa expectativa eh que esta forca de trabaho deficitaria venha a produzir e em escalas (productividade). This is completely wrong! Tenho varias vezes ouvido falar dos nossos dirigentes em um termo bastante usado aqui na perola do indico "VAMOS CONSTRUIR SALAS DE AULAS". Quando vamos falar em construir escolas? Uma escola eh um espaco com todas as infraestructuras necessarias para a formacao do homem e isso eh inexistente quando falamos de contrucao de salas. Ate no nosso proprio OE tem la esta rubrica que consta a "CONSTRUCAO DE SALAS". Temos que comecar a pensar seriamente na forca de trabalho (mao de obra) para ser util no processo do desenvolvimento deste pais.
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· 29/7 às 19:43 · Editado
Gerir
Gabriel Muthisse
Gabriel Muthisse Interessante esta questão que levantas, José Jaime Macuane. As questões que devemos discutir, também, nesta questão seriam, talvez, as seguintes, entre outras? Qual é a driving force da diversificação? É o Estado? É o sector privado nacional? É o sector privado estrangeiro? São todos eles? Quais são as áreas preferenciais de actuação de cada um deles?

E, quiçá, uma pergunta fundamental: onde cada um deles vai buscar os recursos de que se necessita?

Há uma discussão fácil que todos nós podemos fazer. Aquela que parte do princípio de que os políticos não querem a diversificação. Ou de que não a fazem porque são corruptos (vi aqui nesta discussão esta asserção). Ou de que não a fazem porque estão vendidos ao capital estrangeiro (vi também alguma sugestão nesse sentido. Pareceu -me). Será só isso?

Sabe, Professor, algumas vezes, quando discutimos esta questão, parece que é uma questão de o Estado comprar tractores, por exemplo, para a agricultura. Cabe ao Estado comprar tractores? Se cabe aos privados, o que concretamente o Estado deveria fazer para que os privados os comprem? Esta questão é válida para o turismo ou para a industrialização. E há, neste momento, condições para o Estado propiciar a compra de tractores?

E é só uma questão de adquirir tractores ou máquinas? Nunca se fez isso? Há mercado interno robusto? Como se estimularia esse mercado? Podemos exportar os bens e serviços que prodiziriamos? Somos competitivos? O que se deveria fazer para sermos competitivos? Depende só dos privados? Depende do Estado? Depende da maneira como a economia e o mercado internacionais estão estruturados? Até onde podemos avançar sozinhos, como país. Quais são aquelas questões em que dependemos dos outros, na região e no mundo?

Ignorar todos aqueles condicionalismos condizir-nos-ia, talvez, ao voluntarismo. Discutir os limites de actuação de cada actor, os desafios que cada um deles terá de enfrentar, os constrangimentos objectivos e subjetivos... tudo isso enriquece e torna útil a discussão.

A experiência que tenho nestas matérias indica-me que não deve existir ninguém que não queira a famosa diversificação. Então, porque não ocorre?
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· 29/7 às 19:30 · Editado
Gerir
Carlos Edvandro Assis
Carlos Edvandro Assis A resposta a sua pergunta é simples e já fiz referência ai acima!
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· 29/7 às 20:04 · Editado
Gerir
Gabriel Muthisse
Gabriel Muthisse Capital humano, por si só, não é condição suficiente para a diversificação, ou para o desenvolvimento económico.

O Zimbabwe tem um capital humano dos mais fortes de África. Creio que a Nigéria também. Mas isso não está a ser suficiente para catapultar esses dois países para níveis superiores de desenvolvimento
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· 30/7 às 15:34
Gerir
José Jaime Macuane
José Jaime Macuane Concordo com a complexidade de se partir das intenções para as soluções, caro Gabriel Muthisse, é aquilo que reiteradamente chamei da economia política desse processo. Por exemplo, porquê um país com enorme potencial agrícola como o nosso, ainda é importador dos alimentos básicos? Será porque os nosso agricultores são incompetentes? Mesmo que sejam ou o tenham sido, não poderiam aprender? Porquê temos estratégias, como a agenda 2025 como referiu o Tomas Mario e mesmo a END 2015-2035 mas depois se tornam letra morta? Porquê com tanta educação e cada vez um maior nível de educação nas esferas de decisão e um manancial de experiências por onde nos inspirarmos e aproveitarmos o que pode ser relevante, assim mesmo ainda claudicamos nas nossas estratégias de desenvolvimento. Há muitas questões que concordo que não têm respostas fáceis, como muitas vezes somos tentados a dar. Mas este exercício de reflexão endógena e os caminhos que nos levam da reflexão a prática, deveria ser algo a cultivar, até porque não creio que tenhamos outra solução, pois duvido que alguém de fora nos vá trazer soluções para os nossos problemas crónicos.
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· 31/7 às 16:21
Gerir
Gabriel Muthisse
Gabriel Muthisse Concordo, Professor José Jaime Macuane. O debate pode ajudar-nos a fazer as perguntas certas. Na verdade, mais do que a pressa em responder, nos nossos debates teremos de aprender a fazer perguntas. Abraço
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· 31/7 às 17:12
Gerir
Carlos Edvandro Assis
Carlos Edvandro Assis Gabriel Muthisse concordo. Mas no entanto inversamente a estes paises, existem outros, que fizeram o boost das suas economias com o potential no capital humano. As Filipinas e a Malasia estao a crescer galopantemente porque sap tidos como um pool de capital humano e este mesmo capital eh usado por grandes empresas no mundo em offshoring (tercializacao) de algumas actividades especializadas. Temos exemplo de Japao que apostou muito nisso e hoje eh uma potencia. A pergunta que eu daria eh: Sera que o nosso capital humano esta suficientemente preparado para os desafios a luz do dia? A maior parte das multinacionais que temos em mocambique sao dirigidas por expatriados. A melhor mao de obra ate de niveis nao seniores tambem sao executados por expatriados. Eh isso que desejamos tanto a curto, medio e longo prazo?
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· 1/8 às 15:02 · Editado
Gerir
Gabriel Muthisse
Gabriel Muthisse Claro que não, Carlos Edvandro Assis. Isso que descreve é errado e deve ser corrigido. O debate não está nesse ponto. O que afirmo é que diversificação e desenvolvimento não se alcançam somente com ter capital humano. Suspeito até que, de tão complexas, ninguém conheça as fórmulas que levam ao desenvolvimento. Incluem uma multiplicidade de factores, alguns endógenos, e outros exogenos
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· 31/7 às 23:14 · Editado
Gerir
Carlos Edvandro Assis
Carlos Edvandro Assis Gabriel Muthisse concordo. Mas o primordial esta no capital humano. No entanto, nao so na sua formacao tecnica mas tambem no seu impeto socio-antropologico onde se buscam os valores de vida e da sociedade.
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· 31/7 às 23:15 · Editado
Gerir
Gabriel Muthisse
Gabriel Muthisse Capital humano pode, em parte, ser adquirido. É o que os USA fazem ainda hoje. Europeus, indianos, japoneses, africanos, chineses... reforçam todos os anos o stock de capital humano daquele país. Uma elevadíssima percentagem de estrangeiros que vão estudar aos Estados Unidos não regressa aos seus países de origem. Eles adquirem o capital humano deficitário porque eles possuem as outras múltiplas condições para o progresso
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· 31/7 às 23:18
Gerir
Carlos Edvandro Assis
Carlos Edvandro Assis Gabriel Muthisse perfeitamente! Mas eh preciso percebermos que o capital humano eh formado desde a tenra idade (escola primaria com todas as condicoes) e nao simplesmente quando ingressam ao ensino superior. Eh exactamente o defice que temos em Mocambique em que as pessoas so buscam o ideal ja mais tarde no ensino superior enquanto que as bases (primario e secundario) ficam sem alicerces nesta educacao deste individuo. USA esta preucupado em resultados e investe neste sentido para o momento. Nos temos que pensar e repensar em geracoes que devem cuidar deste pais. O Zimbabwe de que deste exemplo mais ali por cima forma o seu capital humano desde o ensino primario. Uma crianca na 4 classe no zimbabwe ja aprende a fazer um canteiro e sabe dizer quais sao a dimensoes de um canteiro, as interlinhas, o espacamento de uma planta para outra etc etc e cresce aprendendo. Uma pessoa educada no zimbabwe so vai ao ensino superior para cimentar o conhecimento ja solido que busca no primario e secundario e a estes o superior nao os faz falta porque o conhecimento ja adquirido aprior eh bastante suficiente para produzir bem.
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· 31/7 às 23:31 · Editado
Gerir
Carlos Edvandro Assis
Carlos Edvandro Assis Veja que intuitivamente ontem debrucamos bastante na questao da formacao do capital humano. E hoje, no programa "BOM DIA MOCAMBIQUE" da TVM passa uma reportagem em que cobria uma cerimonia de graduacao na Faculdade de Hotelaria e Turismo da UEM em Inhambane. O melhor aluno (notas e comportamento) desta graduacao foi um Tanzaniano. Quais sao as licoes que devemos tirar disso??
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· 1/8 às 11:23 · Editado
Gerir
Gabriel Muthisse
Gabriel Muthisse Em Cuba costumávamos tirar melhores notas que os nacionais. Por motivos óbvios: tínhamos menos farras
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· 1/8 às 11:46
Gerir
Carlos Edvandro Assis
Carlos Edvandro Assis
Carlos Edvandro Assis Gabriel Muthisse, apropósito do que haviamos falado num pretérito perfeito, os EUA embarcaram numa nova medida em relação a emigração do capital humano via chamado "GREEN CARD". Agora só pessoas que saibam falar Inglês, que tenham skills (habilidades) e tenham ensino aceitavel é que são legivéis, isso como politica de proteção domestica de americanos com poucas habilidades (skills).
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· 2/8 às 19:12 · Editado
Gerir
Gabriel Muthisse
Gabriel Muthisse E é só uma questão de adquirir tractores ou máquinas? Nunca se fez isso? Há mercado interno robusto? Como se estimularia esse mercado? Podemos exportar os bens e serviços que prodiziriamos? Somos competitivos? O que se deveria fazer para sermos competitivos? Depende só dos privados? Depende do Estado? Depende da maneira como a economia e o mercado internacionais estão estruturados? Até onde podemos avançar sozinhos, como país. Quais são aquelas questões em que dependemos dos outros, na região e no mundo?

Ignorar todos aqueles condicionalismos condizir-nos-ia, talvez, ao voluntarismo.
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· 29/7 às 19:34
Gerir
Domingos Dimande
Domingos Dimande A colocação feita por Muthisse é deveras interessante, para mim, ele coloca questões com que se deparou já que fez ou ainda faz parte daqueles que participaram na tomada de decisões das politicas governamentais em diversos prismos da vida da nação, nós como cidadãos comuns nos incumbe questionar e muitas vezes no nosso questionamento caimos no ridiculo(?) de que o governo não faz nada para desenvolver o pais! Gostaria imenso de ouvir alguém do Ministério da Agricultura que podesse 'dissertar' porque até hoje as politicas no campo da agricultura têm sido infrutíferas.
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· 30/7 às 15:15
Gerir
José Jaime Macuane
José Jaime Macuane Domingos Dimande eu iria mais longe ainda: será que a ideia de política pública não se aplica a nossa prática governativa? Que tipo de estratégia ou abordagem estratégica para acção seria mais adequada para passarmos das intenções, lamentações à prática bem-sucedida? Penso que quando descobrirmos a chave de como idealizamos e passamos a acção teremos resolvido uma parte substancial dos nossos problemas. Deve haver alguma chave, algum elo perdido nesse processo do nosso autoconhecimento que ainda nos escapa.
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· 31/7 às 16:24
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Domingos Dimande
Domingos Dimande Pessoalmente acho que o paradigma político nacional abocanhou a classe intelectual a ponto dos políticos se servirem dos intelectuais para atingirem os seus objectivos, de outra maneira diria, que quando temos boas políticas económicas que "morrem" nas gavetas das instituições públicas porque politicamente não são correctas estamos em presença da primazia política ante "intelectual"!
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· 31/7 às 19:48
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Armistício Mulande
Armistício Mulande Pode ser um pouco mais do que isso, Domingos Dimande. Professor José Jaime Macuane, será mesmo que existe essa chave? Será o desenvolvimento algo programado ou é apenas um resultado de muitas acções desconexas que, por algum acaso do destino, resultam nisso? E será que os países que ainda não são desenvolvidos, com a actual economia política global podem aspirar a tal situação? E se sim, será que isso vai acontecer de forma planificada e previsível como andamos a propalar? As questões que o Gabriel Muthisse levanta nos comentários acima são pertinentes.
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· 31/7 às 20:03

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