quinta-feira, 18 de janeiro de 2018

Macron: depois do Brexit, Reino Unido só entra no mercado único se pagar

BREXIT


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Emmanuel Macron disse a Theresa May que o Reino Unido só poderá ter acesso ao mercado único e aos mercados financeiros se "contribuir para o orçamento europeu e aceitar a legislação europeia".
Os dois chefes de Estado estiveram reunidos numa cimeira que decorreu na Real Academia Militar de Sandhurst, no Reino Unido
Stefan Rousseau - WPA Pool / Getty Images
À medida que o calendário do Brexit avança até à data derradeira de 29 de março de 2019, o Reino Unido continua sem garantias para a sua inclusão no mercado único europeu depois daquele dia. A tendência foi confirmada por Emmanuel Macron, que participou na cimeira franco-britânica desta quinta-feira com Theresa May na Real Academia Militar de Sandhurst, no Reino Unido.
O mote foi dado com a afirmação da primeira-ministra britânica, que foi a primeira a falar numa conferência de imprensa conjunta. “O Reino Unido prepara-se para sair da União Europeia, mas isso não significa que o Reino Unido vai sair da Europa”, disse Theresa May, sobre o acordo de saída do seu país da comunidade europeia, que ainda está longe de concluído. Uma das questões pendentes é a inclusão, ou não, do Reino Unido no mercado único europeu e aos mercados financeiros.
A vez de Emmanuel Macron falar sobre esse tema surgiu quando uma jornalista britânica lhe perguntou se a França queria “punir” os britânicos por quererem sair da União Europeia. “Eu não estou em posição de recompensar ou punir”, disse. “Tenho uma exigência, que é que o mercado único seja preservado. Por agora, a decisão está do lado britânico.” O Presidente francês continua a explicar a sua posição, referindo que “aqui não pode haver um acesso diferenciado aos mercados financeiros” e rematou: “Se querem ter acesso aos mercados, be my guest. Mas isso significa que têm de contribuir para o orçamento [europeu] e aceitar a legislação europeia. É isso que acontece com a Noruega”.
Os dois chefes de Estado assinaram ainda o Tratado de Sandhurst, que vai buscar o nome à academia militar onde decorreu a cimeira. Nele, está fixado um aumento do investimento do Reino Unido na segurança da fronteira de Calais. Aos 100 milhões de euros que já tinham sido fixados nos acordos de Touquet, em vigor desde 2004, vão acrescer 50 milhões de euros.
“Tal como nós investimos nas nossas fronteiras no resto do Reino Unido, é normal que vigiemos em permanência e reforcemos o controlo em França e na Bélgica, para assegurar que essas fronteiras são tão seguras quanto possível”, disse Theresa May.
O Tratado de Sandhurst prevê ainda uma agilização dos processos de concessão de visto para os migrantes que cheguem a Calais e que queiram passar para o Reino Unido. “Os atrasos no tratamento da documentação de adultos será reduzido de seis meses para 30 dias e no caso dos menores não acompanhados passará de seis meses a 25 dias”, disse o Presidente francês.

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