sábado, 20 de janeiro de 2018

Ministro da Justiça moçambicano diz que paz definitiva só será alcançada com reconciliação


Isaque Chande apelou às confissões religiosas para contribuírem para o processo. Entre 2015 e 2016, Governo e Renamo confrontaram-se com a resistência a não reconhecer resultado das eleições de 2014.
António Silva/LUSA
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  • Agência Lusa
O ministro da Justiça moçambicano, Isaque Chande, disse este sábado que a paz definitiva no país só será alcançada com a reconciliação de todos os moçambicanos, apelando às confissões religiosas para contribuírem para o processo.
“A paz efetiva em Moçambique apenas pode ser alcançada através de uma verdadeira reconciliação entre os moçambicanos”, declarou o ministro da Justiça, Assuntos Constitucionais e Religiosos.
O governante falava em Maputo durante um culto inter-religioso alusivo ao Dia Mundial da Religião, que se assinala no domingo.
Para Isaque Chande, a disseminação de uma mensagem que exalta a unidade nacional deve ser uma prioridade para as confissões religiosas.
“É nossa expectativa que as confissões religiosas se empenham cada vez mais na sua contribuição para a criação de um clima de tolerância e paz”, acrescentou o governante.
“A convivência pacífica entre os diferentes grupos religiosos em Moçambique deve ser um compromisso assumidos por todos como forma de garantir que “o sonho de Eduardo Mondlane [fundador da Frente de Libertação de Moçambique] seja realizado”.
“O nosso objetivo comum é que haja paz e tolerância entre os moçambicanos”, concluiu Isaque Chande, acrescentando que o Governo está empenhado na resolução definitiva da crise política e militar que o país atravessou.
Entre 2015 e 2016, Moçambique assistiu a confrontações entre as forças governamentais e o braço armado da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), que não reconheceu os resultados das eleições gerais de 2014 e acusou o partido no poder de fraude.
Depois da escalada no conflito militar que atingiu principalmente o centro do país, um cessar-fogo foi decretado pelo líder da Renamo, Afonso Dhlakama, em dezembro de 2016 e as relações entre o presidente do maior partido da oposição e o chefe de Estado moçambicano, Filipe Nyusi, melhoraram.
As negociações para um novo acordo de paz ficaram marcadas por um aperto de mãos entre ambos a 6 de agosto do ano passado, quando Filipe Nyusi se deslocou à Serra da Gorongosa para um encontro de cerca de duas horas com Afonso Dhlakama.
Na semana passada, o Presidente moçambicano disse que o pacote sobre a descentralização e os assuntos militares, principais pontos nas negociações de paz com a Renamo, está em fase de conclusão.

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