sexta-feira, 19 de janeiro de 2018

SUCESSO DE NYUSI CAUSA AGONIA À QUINTA-COLUNA MOÇAMBICANA



Por Gustavo Mavie

‘’Quando não puderes elogiar, cala-te",
Josemaria Escrivá

Lendo e ouvindo o balanço NEGATIVO que alguns membros da Quinta-Coluna têm apresentado publicamente através dos Mídia sobre os três anos do mandato do Presidente Filipe Nyusi, facilmente se chega à conclusão de que os seus autores não só são os tais que não sabem elogiar, como se recusam a calar-se.
O que até aqui escrevem e proclamaram nos debates deixa também evidente que estão igualmente numa clara agonia, porque já se aperceberam que o descalabro que há três anos anteviam sobre a governação de Nyusi, e da sua própria Frelimo como regime, não só não se concretizou, como está já claramente fora da hipótese. Tal agonia foi catalisada pelos últimos sucessos de Nyusi ao nível do governo e do seu partido, principalmente durante o XI Congresso da Frelimo realizado na Matola, em que a sua liderança foi mais legitimada e foi indicado como devendo ser o único candidato para a sua própria sucessão às presidenciais de 2019.
Por isso este balanço negativo aos três anos da Presidência de Nyusi celebrados no passado dia 15 deste mês, prova que tais quinta-colunistas estão a tentar tapar com uma peneira os visíveis feitos conseguidos por Nyusi e pelo seu executivo, bem como pelos moçambicanos no geral durante este triénio. Há três anos o cenário que era pintado pelos membros da Quinta-Coluna era que Moçambique estava à beira do abismo e que dele não teria como escapar. Alguns mais optimistas diziam em bom som e tom que seria durante o mandato de Nyusi que a Frelimo iria cair fora do Poder que detinha, alias, que ainda detém desde que proclamou a independência moçambicana em 1975.
Mas com o chumbo que o averbaram, provaram uma de duas coisas: que no mínimo são maus avaliadores, ou que estão imbuídos de má fé. Isto porque os factos em presença provam que Nyusi e o seu governo foram, dum modo geral, bem-sucedidos na sua difícil e complexa missão de resolver a série de problemas que afectavam o País quando assumiram o seu leme a 15 de Janeiro de 2015.
Para que o caro leitor não me acuse de tentar ser advogado de Nyusi, aqui arrolo 12 dos problemas que, a meu ver, ele teve de enfrentar, resolver ou coordenar a sua resolução ao longo deste triénio, nomeadamente:

1 - Conflito armado ou escaramuças que eram protagonizadas pela Renamo e que afectavam a economia e impedia a circulação normal das pessoas e bens;
2 - Cheias devastadoras no Centro e Norte do Pais que se tornaram numa calamidade;
3 - Seca no Sul do País e que havia deixado milhoes sem nada para comer e/ou produzir;
4 - Queda em espiral do valor cambial do metical em relação ao dólar norte-americano;
5 - Problemática das polémicas dívidas inerentes à Ematum, Proindicus e MAMs;
6 - Suspensão sem prévio aviso do apoio dos parceiros ao Orçamento do Estado;
7 - Subida galopante dos preços dos bens básicos de maior consumo dos moçambicanos;
8 - Raptos em espiral contra cidadãos detentores de grandes negócios ou abastados;
9 - Queda dos preços dos vários produtores e/ou matérias-primas que exportamos;
10 - Suspensão dos mega-projectos devido à incerteza do futuro do País devido ao conflito;
11 - Uma elevada inflação que chegou a atingir mais de 27% em Novembro de 2016
12 - Uma reserva em dólares muito baixa no Banco de Moçambique
O negativo balanço contra Nyusi não obstante tenha conseguido resolver quase todos estes problemas, prova, quanto a mim, a tese que reza que quando não se gosta de alguém, mesmo que faça algo bom ou útil, a tendência é não lhe reconhecer o mérito. Por isso optaram por fazer esta avaliação injusta a todas as luzes, baseada numa pura falácia e não em factos.
Qualquer um que faça um balanço em boa fé, facilmente chegará à conclusão de que durante os três anos resolveram-se quase todos estes graves problemas que arrolei que prevaleciam quando ele assumiu a chefia do Estado moçambicano ou ocorreram logo depois de ele ter sido empossado.
De todos estes problemas que à primeira vista pareciam que iriam inviabilizar irreversivelmente o mandato de Nyusi, ele foi, surpreendentemente, capaz de resolvê-los e/ou pelo menos coordenar a sua paulatina resolução. Os que não os resolveu na totalidade, pelo menos os estancou ou refreou ao máximo possível o seu impacto.
Um dos problemas que Nyusi conseguiu por freio há mais de um ano, foi o conflito armado que causava mais mortes entre a população civil e paralisava a economia do País. Não só persuadiu Dhlakama a parar com esse conflito há mais de um ano, como há uma grande possibilidade de se vir a pôr termo definitivo, como corolário do complexo e desgastante diálogo que Nyusi mantém com o líder da Renamo.
Durante estes três anos, Nyusi e o seu governo conseguiram também socorrer, sem apoio externo, todos os milhões de moçambicanas e moçambicanos que estavam sendo afectados pelas cheias no centro e norte do País e pela seca na parte Sul.
Ainda neste triénio, o governo de Nyusi e o Banco de Moçambique tomaram medidas draconianas que culminaram com a correcção monetária e travaram a assustante queda do valor cambial do metical, fazendo com quem o custo de cada dólar baixasse de 80 meticais que custava em 2016, para cerca 59,36 Meticais em Novembro de 2016. Graças a essas medidas, o metical é agora a primeira moeda que, segundo a Bloomberg, registou em 2017 uma grande recuperação do valor cambial que havia perdido entre 2014 a 2016. O metical está assim no topo das oito moedas que em 2017 tiveram uma recuperação, de um total de 150 moedas que, segundo o The Economist, tinham perdido o seu valor cambial em relação ao dólar americano entre 2014 a 2016. Entre as outras sete moedas que com o metical perfazem oito, incluem-se o Zlot, da Polónia, a Coroa, da República Checa e o Euro, enquanto as restantes 142 moedas continuam em queda ou estacionárias.
Ao longo deste triénio, houve tambem mais esclarecimento sobre as chamadas dívidas ocultas, tudo porque Nyusi deu luz verde a uma auditoria internacional que trouxe à superfície aspectos que antes não se conheciam. Isto poderá servir de base para um julgamento do problema e assim concluir-se houve ou não prevaricação na implementação deste grande empreendimento que se esperava iria trazer mais benefícios ao Pais que prejuízos.
Neste mesmo triénio, os preços das commodities ou matérias-primas que Moçambique exporta registaram uma nova subida na grelha do seu preço no mercado mundial, o que faz renascer a esperança de que os mega-projectos que estao sendo levados a cabo no nosso País. Além da recuperação dos preços das nossas matérias-primas, Nyusi e o seu governo empenharam-se numa frutífera diplomacia politica e económica ao longo destes três anos, que acabaram reduzindo a turbulência militar e política, e dando mais ímpeto económico e social que está a contrariar a perspectiva da Quinta-Coluna de que o regime da Frelimo em Moçambique iria se afundar durante o mandato de Nyusi.
Durante estes três anos, o governo de Nyusi conseguiu também estancar os raptos que compeliam os grandes empresários a encerrarem os seus negócios ou a abandonarem o País levando consigo os seus milhoes de dólares, para além dos que eram simplesmente inibidos de cá virem investir os seus capitais.
Nestes três anos, e não obstante a suspensão do apoio dos parceiros que vinham apoiando o Orçamento moçambicano, o Governo de Nyusi adoptou medidas que estão a permitir que as instituições do Estado não parem de funcionar, ao mesmo tempo que os salários teem estado a ser pagos regularmente. Só isto desagradou sobremaneira vários membros da Quinta-Coluna, bem como alguns dos países que os pagam, porque acreditavam piamente que com a suspensão desse seu apoio, o Estado moçambicano iria colapsar em seis meses ou no máximo ao cabo de um ano. Os que assim esperavam enganaram-se redondamente.
Graças às múltiplas medidas de adoptadas pelo governo e pelo Banco de Moçambique, a inflação média anual baixou de 27% que havia atingido em Novembro de 2016, para apenas 7,15%, entre Janeiro e Novembro de 2017.Mais do que isto é que as projecções indicam que ao longo deste 2018 poderá baixar para menos de dois dígitos. Também as reservas em dólares no Banco de Moçambique atingiram 3.167 biliões de dólares em 2017, o que é suficiente para cobrir sete meses de importações contra os três que estavam garantidos em 2016.
Caso se mantenham esta queda da inflação e a recuperação do metical, como o prevê a Bloomberg, haverá mais redução do custo de vida que se registou ao longo do ano de 2017, o que será um grande alívio aos que têm rendimentos módicos que agora levam uma vida difícil.
Se continuar esta redução da inflação, poderá também resultar na queda das taxas de juros dos créditos bancários dos bancos comerciais, agora em alta. Caso as taxas baixem, tal iria catalisar o desenvolvimento do País, uma vez que quando o dinheiro é caro, há poucos que se atrevem a contrair créditos. A alta de juros o inibe o progresso, porque onde não há crédito, não há desenvolvimento, como bem já o conclui o economista alemão L.L. Mathias, no seu meticuloso livro O Reverso dos Estados Unidos, escrito entre as décadas de 40 e 50 do século passado.
O facto do Governo de Nyusi ter conseguido reverter ou pelo menos minimizar todos estes problemas que aos olhos da Quinta-Coluna causariam um descalabro total e completo não só ao mandato de Nyusi como ao regime da Frelimo em si, está claramente causando a agonia dos quinta-colunistas, daí que optem agora por chumbar liminarmente os três anos da sua governação, sem, contudo, apresentar factos que sustentam essa sua reprovação.
Estão tristes porque atirar a Frelimo por água abaixo era o último objectivo da Quinta-Coluna que vêem tentando alcançar há já muitos anos. Tal intenção evidencia-se com o seu apoio ou apologia a tudo o que coloca o País em risco ou ameace a sua estabilidade política, económica e social. Tal evidenciou-se tambem pelo seu recorrente apoio ao belicismo armado ou à tal suspeição do apoio financeiro dos parceiros. O seu antipatriotismo tem sido igualmente evidente quando nunca condenam nada que concorra para o sofrimento dos moçambicanos, como o tal belicismo ou esta interrupção da assistência financeira do nosso País.
Longe de condenarem os que matam pelas armas, eles os aplaudem e até publicam nos seus jornais encorajamentos para que continuem com esse seu belicismo. Eles vão tao longe como expressar-se contra o facto de Nyusi ter conseguido convencer Dhlakama a para com as escaramuças. Eles se revelam tristes e desapontados pelo visível bom desfecho do diálogo Nyusi-Dhlakama ou mesmo pelas tréguas que se observam. No lugar de odear os que matam com armas, eles odeiam a Frelimo, não obstante tenha libertado o País do colonialismo e o lançou na plataforma do seu desenvolvimento.
No seu esforço de tentar acelerar a queda da Frelimo do Poder, os quinta-colunistas tentaram persuadir em 2016 os habitantes da capital a protagonizar manifestações violentas similares às que abalaram o Médio Oriente, e que ficaram mais conhecidas por Primavera Árabe. Só que, para o seu desagrado, tais apelos à rebelião não tiveram adesão, tendo alguns deles ficado tão chateados que foram ao ponto de sugerir que Moçambique devia mudar de povo para um outro que fosse mais contra a Frelimo.
Tudo isto mostra que estao com os que são contra o bem-estar dos moçambicanos, dai que não sejam capazes de elogiar Nyusi. Mas não surpreende, porque nunca elogiaram nada que tenha sido feito nos últimos 42 anos da nossa independência. Na verdade, o chumbo que averbou aos três anos de Nyusi está em sintonia com a sua velha agenda de maldizer tudo o que é feito neste Pais em prol do bem-estar dos moçambicanos. Provam que há de facto pessoas que não são capazes de elogiar quem merece, e que ainda assim se recusam a ficar calados.
gustavomavie@gmail.com

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