sexta-feira, 16 de fevereiro de 2018

Kalaf: “O racismo em Portugal continua absolutamente presente, mas está mais sofisticado”


Chamam-lhe o grande agitador cultural. Isto por abraçar há mais de uma década a mestiçagem musical e a fusão de sonoridades entre Luanda, Lisboa e o mundo. Ele é Kalaf Epalanga, antes conhecido por Kalaf Ângelo, um dos mentores do ‘kuduro progressivo’, conceito criado pela sua banda de música eletrónica, os “Buraka Som Sistema”, que durante dez anos foi um caso sério de popularidade. O ano passado a banda fez uma paragem por dores de crescimento. “Estávamos num impasse. No auge dos Buraka sentíamo-nos os primos do campo nos palcos internacionais. Estávamos órfãos, sem uma frente lusa. Não existem revoluções com uma banda só.” Kalaf que, além de músico, é poeta, cronista e pensador deste ‘mambo’ lusófono, afirma-se agora como escritor com o seu primeiro romance, “Também os Brancos Sabem Dançar” onde navega entre a realidade, a autoficção e a capacidade de vestir a pele do outro. Como quando escreve na voz da rapariga que um dia lhe fez uma proposta de casamento para lhe resolver o drama com o passaporte nas fronteiras. Uma conversa que começa por juntar Cavaco Silva à Kizomba e termina com um testemunho de amor. Para ouvirem neste episódio do podcast “A Beleza das Pequenas Coisas”

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