sexta-feira, 16 de março de 2018

MESTRA DA GESTÃO: AS AVENTURAS DE ISABEL DOS SANTOS NA CRUZ VERMELHA


Enquanto Isabel dos Santos se desdobra em entrevistas e diligências de relações públicas, na sua guerra declarada contra a actual administração da Sonangol, também demonstra total insensibilidade para as questões humanitárias do país.
Depois de 12 anos como presidente da Cruz Vermelha de Angola, Isabel foi destituída por quase ter destruído essa organização humanitária.
Mas a Isabel dos Santos só interessa mesmo o dinheiro e o poder da Sonangol. Se, como tem tentado convencer o mundo, é de facto tão boa gestora, porque não se justifica quanto ao seu mandato na Cruz Vermelha de Angola?
Desengane-se quem julgue que a turbulência na Sonangol é um caso isolado nas manigâncias gestionárias de Isabel dos Santos. A verdade é que a “princesa” tudo quis acumular, e o resultado da apropriação de cargos e funções é que nada funcionou. Deixemos, por agora, a questão da Sonangol para a Procuradoria-Geral da República, e concentremo-nos noutras aventuras de Isabel dos Santos.
Passou relativamente despercebido que os funcionários e voluntários da Cruz Vermelha angolana, dentro das suas atribuições estatutárias, destituíram Isabel dos Santos das funções de presidente daquela instituição. Aparentemente, a gota de água foi uma queixa dos funcionários por terem 13 meses de salários em atraso. Contudo, conforme vimos há muito descrevendo nas páginas do Maka Angola, a inépcia de Isabel dos Santos na gestão da Cruz Vermelha é facto antigo (ver aqui e aqui).
Ao mesmo tempo que Isabel dos Santos fazia uma tempestade para demonstrar que a Sonangol lhe tinha pago apenas 17 dos 18 salários que lhe eram devidos, nem uma palavra proferiu sobre os funcionários da Cruz Vermelha, que deixou sem salários durante mais de um ano.
De facto, é preciso uma overdose de arrogância e de falta de sensibilidade para nem sequer perceber as contradições dos seus actos e intervenções públicas.
Em 2016, enquanto uma epidemia de febre-amarela arrasava milhares de famílias em Luanda e noutros pontos do país, a presidente da Cruz Vermelha, nas suas vestes de chefe da Unitel, recebia e pagava fortunas milionárias à cantora Nicki Minaj. O dinheiro esbanjado com esta personagem bem teria servido para ajudar no combate à epidemia.
No início de 2017, já se sabia que a Cruz Vermelha vivia a sua pior crise de sempre, com acusações constantes de autoritarismo, corrupção e má gestão. Os secretários provinciais queixavam-se de que os salários não eram pagos e a organização vivia numa balbúrdia. Um dos altos funcionários provinciais da instituição referia-se assim à presidente: “Até 2006, as províncias tinham dotação orçamental trimestral para despesas correntes e actividades sociais. Infelizmente, desde que a engenheira Isabel dos Santos assumiu funções, nesse ano, deixámos de receber um tostão de dotação orçamental. São os secretários provinciais que têm de tirar do seu bolso para cobrir as despesas correntes”. Alguns adiantavam ainda que Isabel usava a Cruz Vermelha para fazer importações livres de impostos.
As actividades em que Isabel se superou como presidente da Cruz Vermelha foram, como sempre, as de relações públicas. Os pontos mais conhecidos da sua gestão foram as galas de luxo para angariação de fundos para a Cruz Vermelha, trazendo a Luanda cantores famosos como Mariah Carey, John Legend e Craig David. O problema é que não conhece o destino das receitas desses eventos. Por exemplo, o Relatório Anual referente a 2011 realçava, em relação a uma das festas, que “os proveitos da gala não podem ser determinados, porque a gestão directa do projecto é da responsabilidade da presidente da CVA [Isabel dos Santos]”.
O que temos aqui é um padrão da gestão de Isabel dos Santos: muito brilho, muitas relações públicas, muita conversa, mas, por debaixo do pano, desorganização, descuido, negligência, e acusações constantes de desvios e corrupção.
Na verdade, esperamos um novo website em que Isabel dos Santos falará da sua grande capacidade de gestão e dos milagres que fez à frente da Cruz Vermelha. Explicará que encontrou uma organização a funcionar mal e conseguiu o milagre de a destruir por completo. Esclarecerá os angolanos acerca das razões estratégicas que levaram a que a Cruz Vermelha não se tivesse destacado em nenhuma das catástrofes humanitárias que, infelizmente, se têm repetido em Angola nos últimos anos.
No mesmo website sobre os factos da sua magnífica gestão da Cruz Vermelha, exporá ainda o grande problema com que se deparou: a falta de consultores que cobrassem milhões. Se tivesse sido possível colocar os consultores milionários da Sonangol na Cruz Vermelha, então o milagre teria sido maior: em vez da Cruz Vermelha, já teríamos a Cova Vermelha, um imenso buraco de choro e ranger de dentes, doença e fome.
O problema de Isabel dos Santos não é a Sonangol. Não é sequer o pai. É querer ser quem não é. Isabel dos Santos não é gestora. É a filha de um ditador a quem foi oferecida uma fortuna.
A sua gestão na Cruz Vermelha é a prova dos nove.Kady Mixinge
"O problema de Isabel dos Santos não é a Sonangol. Não é sequer o pai. É querer ser quem não é. Isabel dos Santos não é gestora. É a filha de um ditador a quem foi oferecida uma fortuna." Bastante assertivo!!!
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Victorino João Miguel · 
Trabalha na Empresa Student
Esta, é mais uma daquelas matérias que retratam o suposto lado menos bom da empresária, mas será mesmo verdade as acusações aqui apresentadas! Assim como no caso da Sonangol, espera-se que a mesma traga a outra versão da história.
Ela está no buraco e continuar a cavar. O interesse de falar sempre da Sonangol e não da Unitel que tem mil problemas demonstra que tem objetivos inconfessos na Sonangol. Essa coisa de vender ovos e não possuir galinhas nem aviário é complicado. Essa família tem mau hábito e não sente vergonha. A meia irmã Welwitsia fez as mesmas asneiras quando perdeu a TPA 2. Pensavam que tudo era deles e até aqui não entenderam que era um saque que faziam agora o dono (povo) quero reaver o que dele. Em países com justiça já teriam outro endereço (Viana, Peupeu, Calomboloca ou Bentiaba).
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A que se deve essas acusações a Engenheira Isabel? Será que foi a sua gestão ou é mais uma forma de manchar a sua imagem?
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Você deve ser um dos k tem sido ajudado por ela palhaço
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Gestora da roubalheira, essa senhora tem que ser julgada tem que justificar essa riqueza que só ela tem.
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Deus está as portas...

De vale ganhar o mundo e perder a sua alma? Tanta ganância para quê!?
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A Isabel dos diabos a infernizar os angolanos, coisas que nem se lembra o diabo!!!!
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Sim o papá foi Deus da terra mandou os filhos dos outros para as frente de guerra e os deles os mando para as universidades de

Londres, Estados Unidos etc. 
Resultado os filhos dos outros não tiveram 
Sucesso acadêmico( dizia ele JES) é a razão q tudo ERÁ para a d.Isabel q sabe tudo.
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Mana Isabel, mais...Agora vêm da Cruz Vermelha, assim como fica?

Isabel dos Santos expulsa da gestão da Cruz Vermelha de Angola

8 Março 2018

      

Luanda - A empresária Isabel dos Santos foi destituída da presidência da Cruz Vermelha de Angola (CVA), num encontro nacional de funcionários e voluntários realizado a 27 de Fevereiro, em Luanda.

Fonte: VOA

O encontro, ao abrigo dos estatutos da organização e da lei das associações, decorreu semanas após a queixa de 13 meses de salários em atraso apresentada ao Chefe de Estado, João Lourenço, enquanto presidente honorário.

Funcionários e voluntários avançaram para a eleição de uma comissão de gestão, liderada por Baltazar Pedro, que conduzirá os destinos da Cruz Vermelha de Angola nos próximos seis meses.

Até à realização de uma assembleia para que surja um novo corpo directivo, conforme o comunicado que fala das conclusões e recomendações, a antiga administradora da Sonangol e coadjutores, suspensos, ficam sob inquérito, à espera dos resultados de duas auditorias, uma interna e outra externa.

A conta bancária da CVA vai ser bloqueada e cancelada, ainda antes da abertura de uma nova, já sob as rédeas da comissão de gestão.

Entre as 12 recomendações, está a inventariação de todos os bens móveis e imóveis, solicitada já pela Polícia Económica no início da investigação de indícios de fuga ao fisco através desta organização.

Nas reacções, o activista e jornalista Rafael Marques, após ter sugerido o fim dos 12 anos de um mandato que classificou de negativo, recorre a uma analogia para defender que é preciso analisar o perfil dos próximos gestores.

“Estamos a ver, por exemplo, o Governo de João Lourenço, que fez demissões bastante aplaudidas e depois nomeou indivíduos que … praticamente retiraram credibilidade e a seriedade que se impunha. Portanto, se tirar alguém que não trabalha e colocar outra pessoa que não trabalha, as coisas não mudam. É o mesmo que tirar um corrupto e colocar outro, nada muda’’, sustenta Marques, apologista de uma direcção capaz de dizer presente sempre que chamada a intervir em casos de emergência.

Já o consultor social João Misselo da Silva, secretário executivo da Organização Humanitária Internacional em Benguela, acredita no resgate da credibilidade perdida até a nível de parceiros externos.

“É preciso redefinir acções, internamente, que promovam a cidadania e o desenvolvimento humanitário nas comunidades. Falo concretamente na saúde e educação, assistência social e a CVA tem capacidade, está nas dezoito províncias do país’’, sugere Silva

Não se conhece até agora qualquer reacção de Isabel dos Santos, que optou por não marcar presença no encontro de Luanda, apesar de convidada, à semelhança do seu secretário-geral, Walter Quifica, acusado de ter desviado mais 50 milhões de kwanzas disponibilizados pelo Ministério da Saúde para o pagamento de salários.



Angola-Connection.net

Epidemia de Febre Amarela Ceifa Três Irmãos em Cacuaco



Mauro Julião dos Santos, de sete anos, Sofia Julião dos Santos, de cinco anos, e Lucrécia Julião dos Santos, de três anos, todos irmãos, morreram em menos de 24 horas, entre ontem e hoje, levados pelo surto de febre-amarela que invadiu a periferia de Luanda.
A irmã sobrevivente, Natália Julião dos Santos, de um ano, luta pela vida no Hospital Américo Boavida, em Luanda.
Domingos Faustino, tio dos meninos, confirmou ao Maka Angola que as certidões de óbito emitidas pelo hospital confirmam que os três irmãos morreram de febre-amarela e malária.
Os corpos dos três irmãos encontram-se depositados na morgue dos Cajueiros. “Nós não temos caixões para enterrar as crianças. Os pais são desempregados e a família não tem meios”, lamenta a avó, Maria de Sousa.
Em nome da família enlutada, Maria de Sousa apela à compaixão das autoridades: “O governo que nos ajude com os caixões e transporte para enterrarmos as crianças. Pedimos muito.”
A avó refere que o Bairro de Malueca Augusto Ngangula, no município de Cacuaco, “não tem saneamento básico e há muito lixo, águas estagnadas e mosquitos que estão a causar essas doenças”.
De Malueca à vila sede do município de Cacuaco, a circulação de passageiros é feita preferencialmente por camiões, devido ao péssimo estado das estradas de terra batida, num trajecto que demora de meia hora a 40 minutos. Os moradores demoram entre três horas e meia a cinco horas para chegaram ao centro da cidade, em Luanda, e vice-versa, devido às condições precárias dos transportes e aos engarrafamentos.
A casa da família Julião Santos, que perdeu três filhos em menos de 24 horas.
A sobrevivente
“Estamos aqui desde as 6h00, no corredor do Hospital Américo Boavida, à espera de sermos atendidos. Já discutimos com a médica. Não nos atendem, estamos à espera de ser chamados”, reclamou Domingos Faustino, irmão mais velho de Julião Dembos dos Santos, o pai das crianças.
A voz de uma tia interpõe-se ao telefone para informar que a sobrevivente, Natália Julião dos Santos, “já mal reage”. Estão à espera de ser atendidos há 12 horas!
“A médica só viu a criança, disse que é febre-amarela e até agora nada. Só mesmo Deus”, desabafa o tio Domingos Faustino.
O Maka Angola continua a tentar estabelecer contacto com a direcção do Hospital Américo Boavida
A Epidemia
Dados oficiais indicam que, desde Dezembro, mais de 100 pessoas morreram de febre-amarela, tendo sido registados mais de 600 casos.
Segundo informações recentemente comunicadas à agência portuguesa Lusa, a Organização Mundial da Saúde (OMS) encarregou-se de angariar financiamentos internacionais no valor de US $2.3 milhões para o combate à epidemia.
Esse valor é pouco superior ao que a UNITEL – empresa controlada pela presidente da Cruz Vermelha de Angola, Isabel dos Santos – paga à cantora de “Anaconda”, Nicki Minaj, que actuou em Angola em Dezembro passado.
De acordo com a notícia, a OMS observou “que as autoridades angolanas se debatem actualmente com obstáculos e constrangimentos para assegurar o sucesso desta operação, nomeadamente escassez de material de educação e sensibilização comunitária, recursos humanos, insuficiência de fundos para custos operacionais, incluindo para o transporte de vacinas e das equipas de vacinação”.
Ainda segundo o comunicado da Lusa, a OMS também enviou um grupo de 20 peritos a Angola, com o objectivo de “apoiar o Ministério da Saúde e reforçar as actividades no terreno”

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