O anti- Elisismo, a nova seita
A genialidade deste ex futuro governador de Gaza perturba, irrita, cativa, intriga e excita na mesma proporção. Só um génio pode conseguir despertar esta inquietante convulsão de sentimentos que nos confunde. Você nem precisa concordar para se render a sua inteligência que parece desconhecer limites.
Irrita sobretudo saber que ainda que não concordes, não terás arcaboiço intelectual para debater com Ele em igualdade de circunstâncias, será sempre uma luta injustamente desigual, e o pior é que só tens a tua própria ignorância a culpar por isso.
Esse cativeiro a que a ignorância nos remete causa um frustrante sentimento de impotência, e a fuga de escape para seus incansáveis detractores é o insulto, o bota-abaixismo, catalogações e outra natureza de vis ataques pessoais.
Na incapacidade de rebate-lo e sair com vida desse confronto, criaram uma seita, o anti-Elisismo, onde cultivam a adoração pelo ódio ao Elísio, para delirante gáudio dos seus acólitos. A seita tem os seus santos, querubins, anjos e arcanjos, que são aqueles que mais se destacam na cega adoração do ódio por Ele, e usam as redes sociais como púlpito para difundir dogmas anti-elisistas. Do estrado facebookiano, pregam o evangelho do enxovalhamento, do insulto, da infâmia e do total desprezo pelo mérito das questões.
E repetidas vezes, não golpeiam necessariamente as posições deste ilustre Professor, mas o seu entendimento sobre Elas, geralmente incorrecto. E ficam ali a boxar incessantemente o próprio entendimento (incorrecto) do que o Professor diz, como se estivessem a boxar as ideias dele, e outros chegam até a dizer que seriam mais contundentes se suas algibeiras disso tirassem dividendos.
Tudo estéril, e infinitamente pequeno para abalar a estrutura intelectual do visado- um sopro dessa embriagante lucidez que caracteriza o Elisio derruba-os todos deixando apenas escombros da sua nudez intelectual. Eu fico ali a admirar a precisão e subtileza de franco-atirador com a que o homem vai derrubando-os, e parece que fá-lo com o deleite de um sádico, muitas das vezes sem sequer cita-los, mata-os e deixa-os jazer em uma vala comum improvisada no seu mural- lembra-me a lucidez com que Saramago rebatia os seus detractores pelas posições controversas e por vezes extremas que assumia sobre a igreja católica.
Eu sou assumido Elisista, comprei em tempos num alfarrabista dos passeios “ um país de soluções” de sua autoria no afã de entende-lo melhor. Prefiro viver sob jugo da mão pesada da sua ditadura intelectual, onde a norma é a contínua elevação de padrões em busca da excelência, do que a democracia vazia de conteúdo e prenhe de mediocridade que geralmente caracteriza o facebook.
E não escrevi este texto pelo Elisio, Ele não precisa disto. Escrevi por mim, é o estridor do meu silêncio. Este país tem demasiados problemas, e nenhum deles se chama Elisio Macamo para que Ele seja combatido, pelo contrário.
Sei que dirão que sou movido por interesses, mas o que não sabem é que Ele irrita-me também, muitas vezes, sobretudo por causa dessa obstinada obsessão em ser governador de Gaza- porque Inhambanhe seria o lugar ideal para tão distinta figura, e ai sim, Eu haveria de exigir a posição de administrador de Quissico por este árduo trabalho de polimento que a minha hábil língua lhe dedicou.
Mas sejamos sinceros, quem resistiria a tentação de ser pedante sempre que ao ego apetecer, tendo aquela cabeça?
Lecuanhane
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