quinta-feira, 15 de março de 2018

O elefante come-se às fatias


14/2 · 


Há muito que se possa (e se deve) dizer e questionar sobre o pacote de descentralização. Por isso, melhor mesmo fazê-lo aos bocadinhos para poder processar.
Ponto 1: Sobre a eliminação do voto directo aos Presidentes do Conselho Municipal (PCM)
Há um argumento que tem sido repetido e que consta da proposta apresentada à Assembleia da República, que tem a ver com aquilo que vou chamar de "racionalização do procedimento de votação". Segundo este argumento, a votação no partido ou lista de coligação ou grupo de cidadãos permite ao eleitor votar apenas uma vez, na Assembleia Autárquica. O argumento prossegue defendendo que a proposta apresentada também evita a realização de segunda volta, quando nenhum candidato obtém mais de 50% dos votos válidos e das eleições intercalares, em caso de impedimento do PCM, e termina com a ideia de que a racionalização proposta poupa recursos ao país.
Tenho três questões quanto a este argumento:
Primeira, quem de facto defende o voto indirecto aos PCMs? Existe alguma reflexão, estudo, auscultação, evidência que mostra alguma dificuldade, oposição dos eleitores (os patrões) em votar directamente nos edis? A que se deve esse voluntarismo de aliviar os eleitores "desse indesejável fardo" da eleição directa?
Segunda, que recursos se poupa com a eliminação da eleição directa dos edis? Que impacto isso tem na governação municipal, no desenvolvimento do país e, sobretudo, no amplo pacto político que fundamenta a estabilidade e legitimidade do sistema político em que vivemos. Esses cálculos também foram feitos?
Terceira, quantas segundas voltas e eleições intercalares foram feitas em 20 anos de municipalização e que impacto político sistémico (não partidário, porque esse muitas vezes é paroquial, é de interesses particulares) essas eleições tiveram? No mais, em que a eleição directa dos PCMs impede a eventual eliminação de eleições intercalares e a substituição por outros mecanismos já apontados por outros?
Por hoje, este bocado está de bom tamanho.
Próximo ponto (2)...sobre a o referendo à revisão constitucional proposta
Comentários
Efraimo Neves Vamos ao referendo

Ezequiel Marcelino Ya, isso ainda vai dar que falar e o nosso trabalhador terá que nos explicar melhor issoGerir


Eduardo Macamo Eu acho que, o que realmente pretende-se com esta proposta é retirar a "independência" do Presidente Eleito, em relação ao Partido que o suporta.
Pretende-se que o Partido o tenha, simplesmente, como um marionete.

A eleição directa do PCM constitui uma grande conquista do Estado de Direito Democrático que se diz que pretendemos construir. Mas, pelos visto, estamos dando mil passos para trás!


Albino Alves Simione Além dos vários argumentos já apresentados logo após a difusão da proposta, vale arranjar mais algis adjetivos para a tal de proposta, visto que ela tem um caráter completamente equivocado sobre a leitura da construção do modelo democrático de nossa terra, é baseado em insinuações e suposições sobre o que pode ser bom para a política interna, contraditório até em seus méritos de questão, inconsequente pelo seu caráter de exclusão, diabólico pelo produto que nos pretendem fazer comprar nas urnas.


Gabriel Jose Titosse Já tem sido referido nalguma imprensa (quiçá hostil ao regime vigente) e eu concordo, tal maquinação visa proteger os partidos de fenômenos como DS, MA e o finado MA, cuja aura e carisma de per si arrasta(va)m eleitores suficientes para mantê-los no poder sem carecerem do suporte partidário. Por outro lado, calculo (suspeito) que se pretenda evitar que o indivíduo, em algum momento da sua governação, reluza mais do que o grupo, devendo sempre obediência e prestação de contas a este.


Amarildo Chale Partilho da mesma ideia, caro Gabriel


Santos F. Chitsungo Quando a esmola é farta, o pobre desconfia. Esta generosidade desusada ("poupar" os cofres do Estado) e sem uma demosntração como o post bem levanta, faz a qualquer um pensar que traz agua no bicoGerir


Alberto Paulo Mabota Fenomenos como DS, MA's sao problemas partidarios. Nao sao, nao devem e nem podem redundar numa revisao constitucional. Sao os Partidos que tem que se fortalecer para os Fenomenos ja citados nao saiam do seu controlo. Mas fora isso, está se a asfixiar o Estado Democratico porque essa " insubordinacao" partidaria é um dos pilares da Democracia que defende o livre pensamento


Belmiro António Mauaie Concordo. Não há interesse na emergência de pessoas capazes fora das oligarquias camufladas de partidos políticos e estimula a superveniência, "lambebotismo ", aos interesses das lideranças oligárquicas.


Belmiro António Mauaie Neste ponto, facilmente(presumo) houve consenso dos dois negociadores, daí que se pode concluir que os consensos alcançados visam a viabilização dos interesses de outros não do povo moçambicano como nação.


André Mulungo Pertinentes as questões que coloca Prof. José Jaime Macuane.


Julião João Cumbane Boas perguntas! Mas a sua génese é um pressuposto anedótico, qual o que estas perguntas visam atacar. Minha opinião é de que, mesmo não havendo estudos feitos para sustentar os argumentos dos proponentes do pacote de descentralização aqui em questionamento, é fácil postular razoavelmente que a eleição directa de edis torna as eleições autárquicas mais onerosas para o Estado. Racionalmente, porquê preferir um processo mais oneroso, quando é possível poupar...? Onde estará o problema da eleição indirecta dos edis, se as assembleias municipais resultarão do sufrágio universal directo, pessoal e secreto, das listas de candidatos a deputados...?Gerir


Jainito Pedro Kkkk argumentos transparentes? Melhor referendoGerir


Belmiro António Mauaie Hehehehehe, eu na qualidade de cidadão, não devo eleger uma lista que mal conheço, mas um cidadão identificado no qual posso exigir, penalizar em caso de não honrar com o compromisso assumido.


Belmiro António Mauaie Prefiro escolher o que vejo e, quase que conheço, que o pacote pois do pacote podem sair cobras, jacarés e outro tipo de animais.


Bayano Valy tenho problemas com a forma como alguns desclassificam os argumentos dos outros sem a mínima consideração só porque discordam. 
pessoalmente, acho que o ônus recai sobre que discorda porque até aqui os argumentos de emenda não colhem.


Jose Roque Quer Democracia então invista nela, vale dizer que a Democracia é muito cara. Não queremos candidatos que se escondem atrás dos partidos politicos.


José Jaime Macuane Eu tenho problemas em relação a argumentos economicistas quanto se trata de assuntos que não se prestam à essas análises de eficiência económica. A escolha de pessoas que não se conhece também pode acarretar outro tipo de custos que não sejam apenas de índole económica e que ironicamente podem ter implicações também económicas. Em que medida é que um sistema em que os eleitos dependem acima de tudo do beneplácito dos partidos promove a eficiência na governação e os efeitos que a falta desta pode ter na economia, na legitimidade do sistema, na paz social e na estabilidade da ordem? Em que medida pessoas que são eleitas sem ter que se prestar a responsabilização directa pelo voto popular se preocuparão em responder às demandas dos eleitores? Será que os eleitores, com o dinheiro que poupam por elegerem apenas uma Assembleia Autárquica, têm a oportunidade de usá-lo para algo mais benéfico para eles? E quem garante isso? Acho que o argumento por si só é muito fraco. Além, claro, de o meu posicionamento em relação à questão ser claro: sou pelo voto directo, porque de facto penso que existem mais ganhos sob o ponto de vista de exercício e protecção dos direitos dos indivíduos e também pelos ganhos na governação que disso podem advir.


Lazaro Mabunda Ilustre Cumbane, pode argumentar com dados em que o Estado poupa? Quanto gasta numa eleição directa e quanto gasta numa eleição indirecta?


Rildo Rafael José Jaime Macuane, totalmente de acordo! O argumento apresentado pelo Julião João Cumbane sobre o despesismo económico em detrimento dos direitos e liberdades fundamentais dos eleitores de escolherem directamenteb vai em contramão com o "espírito da descentralização" propriamente dito. A segunda volta não pode ser visto apenas sob ponto de vista económico, mas sim como resultado de uma "saudável" competição política. Assim sendo, não se pode alegar que em nome das despesas económicas podemos "coartar" o direito do eleitor de fazer escolhas directas e o histórico das eleições autárquicas desde 1998, não revela uma tendência para ocorrência de 2ª volta, com execepção do caso de Nampula! A pergunta do Lazaro Mabunda sugere que não há estudos realizados sobre as vantagens e desvantagens de voto directo e ou indirecto sobre o orçamento!Gerir


Joao Moreno Para isto tudo fazer sentido então que se torne a responsabilidade de todos os intervenientes. Os eleitores sejam obrigados todos a votar.


Joao Moreno Fiquem a saber que nenhuma sociedade é construída com um grupo de pessoas que pensam que só eles é que são responsáveis. Sem haver distribuição de poder responsabilidade amor valores etc. Ninguém quer saber do outro. Isso é uma táctica para reinar. Tenho direitos mas também tenho obrigações. Sou obrigado a pagar impostos porque é que não sou obrigado a votar?


José Jaime Macuane Se o voto fosse obrigatório, os riscos para os partidos aumentariam.


Rildo Rafael José Jaime Macuane a abstenção eleitoral é uma lufada de ar fresco para alguns partidos políticos!Gerir


Joao Moreno Quem não arrisca não petisca. Os partidos políticos têm obrigações com o seu eleitorado. Não é um jogo de favores nem de maternidade, paternidade somos apenas e somente moçambicanos. Os partidos têm o dever de informar orientador da ética de vida de condução educação do povo.Gerir


Antonio A. S. Kawaria Questões para terem respostas dos defensores da eliminacão do voto directo e secreto dos PCM.


Osvaldo Mauaie Não havendo eleição directa, o Presidente do Município estará obrigado a responder mais ao seu partido do que aos munícipes. Isto deverá abrir um espaço para que no caso do Presidente do Município não estiver a fazer aquilo que o seu partido acha que deve ser feito, deverá ser imediatamente obrigado a largar o poder (recorda- me o caso Amurane).


Belmiro António Mauaie Sem dúvidas, o bjectivo é obrigar-te responder e resolver os interesses das oligarquias camufladas de partidos políticos que do cidadão eleitor. Estimular o "lambebotismo " e "puxassaquismo" nas lideranças político- partidárias como forma de garantir a sua sobrevivência.Gerir


Joao Moreno O país não é pobre, o país é rico só tem pessoas pobres a dirigir. Querem com este sistema aumentar a pobreza. Legislativas e autárquicas devem ser separadas. Poder Local e nacional são diferentes.


Santos F. Chitsungo Algo deveras surpreendente é o combate cerrado que tem sido feito dos "achismos" em debates para hoje institucionalizarmo-los, em matéria tão sensível e com um impacto tão grande nos pressupostos da democracia que tanto custou a alcançar quiçà, venha mesmo a alterar no a forma como o mundo nos vê.


Alfredo D. Baltazar Medo de Venancio em Maouto, Araujo em Quelimane, Rongwane na Matola, Nhaca em Inhambane, etc, pois sabem que facilmente poderao derotar o partido, mas esses candidatos a serem confirmados, ganharao a eleicao.




Dinis Chirrute Só na politica moçambicana onde um 'empregado' toma iniciativas sem consultar o seu 'patrao'.

Se é pra confiar os 250 homens e mulheres sentados no conforto da magna 'cada do povo' (onde o povo nao pisa/entra) como representantes do 'patrao', entao este 'patrao' nao tem poder nenhum.

Será isto que a Renamo e o seu lider pretendiam (retirar-nos o poder de votar em quem nos queremos que nos governe localmente)?

(Se essa justificacao for economicamente aceitavel)
Precisou-se ter intercalares de Nampula e a ida a 2a volta pra se descobrir que ha um gasto amais com esse processo?
Politicas nao pensadas, apenas recordadas.

Nao será, esta proposta, uma forma de nos entreterem pra esquecermos o estagio das investigacoes das dividas ocultas?


Belmiro António Mauaie Concordo plenamente. As mortes de moçambicanos visam alcançar este objectivo? Será que só hoje percebeu que as eleições intercalares eram onerosas. Que sistema de governação é barata?


Dinis Chirrute Sao coisas da nossa Pátria (des)Amada.

É que mesmo que sejam onorosas e ideia fosse mesmo criar um plano pra minimizar os custos, tinham que esperar essa situacao acontecer pra depois tomarem essa decisao?

Por onde é que andam os planificadores, os economistas e os politólogos deste Pátria?

Será que essa decisao fazia parte do plano da descentralizacao ou foi decisao da ultima hora por causa do caso Nampula?

A Renamo decepcionou-me grandemente. Fez escorrer tanto sangue do povo para um retrocesso desses e um insulto ao povo.


Belmiro António Mauaie Vamos tentar acreditar que foi imposto na negociação ou, pior não terá percebido o alcance do que acordou, esperar pelo de debate na AR. Entretanto a vivência mostra que, em nada vai valer o debate, tudo foi feito para garantir que as lideranças políticas façam o quiser do povo moçambicano.


Lazaro Filimone Pene Tudo tem a ver com as dívidas ocultas companheiro.




Joao Moreno Realmente houve retrocesso na democracia. Imposição é sinónimo de pobreza quer dizer que não há alternativas. Se te dão sal para açucarar o chá, é isso mesmo que tens que tomar. Com este novo modelo. Abstenção vai aumentar. Vão perpetuar a frelimo no poder. 
Separem o poder local com o parlamento da república. Ponto final. Todos ficam felizes. Afinal essas mudanças são ou não são para nós, e para nos satisfazer? Há espaço para discutir e enquadramento de todos.Gerir


Mário José Sumbane Não enganem-nos por favor!!! Vamos a verdade e a verdadeira democracia.Gerir


Gildo Bonga Com este pacote a independecia do PCM esta sujeita a manipulacoes do partidoGerir


Calbe Jaime Será que terá independência o PCM,?tenho muitas dúvidas.Gerir


Issufo Issufo A mim parece me que as grandes preocupações de FJN foram:
1. Negociar uma "descentralização aceitável" pelo núcleo duro do partido frelimo.

2. Negociar a com a Renamo a sua reeleição ate 2024.

Ou seja em termos práticos ganhar tempo para atenuar a pressão interna e externa, gerir a questão das dívidas ocultas, manter o poder, e espelhar para o exterior a "vontade" pela verdadeira Democracia e um Estado de Direito pleno.

Conclusão: Moçambique vai ter mais do mesmo durante mais alguns anos.


Joao Moreno Boa visão. Concordo. Gostei do ponto 2Gerir


Santos F. Chitsungo Leitura interessantissima!Gerir


José Jaime Macuane A tese da garantia de reeleição faz sentido. Ficou-me a impressão de que FJN queria que este projecto fosse inconfundivelmente creditado ao seu empreendedorismo político. Parece estar ávido de deixar a sua marca na governação. só tenho dúvidas de que seja bem sucedido. O bom nisso tudo, para ele, é que mesmo que não seja bem-sucedido, ao menos tem a reeleição garantida, desde que continue a controlar o partido. Mas fica a forte impressão de que medo do voto directo começa a ser indisfarçável. No fim, a pessoa quando está sozinha sabe como ganha as eleições.


Issufo Issufo José Jaime Macuane Agradar a Gregos e Troianos nunca é tarefa facil, mas parece me que JFN tem se esforçardo para exercitar a sua veia engenhoca e tentar esse feito....quanto ao resto só vejo o sentido de oportunidade, de alguém com muito poucas opções devido às condições herdadas? Mas agradam me e anseio as mais diferentes perspectivas sobre este tema...Gerir


Isac Junior Nisso nao ha duvida, que o voto directo promove a tranparencia do acto e igualmente clarifica a relacao entre o agente e o principal.Gerir


Augusto Joaquim Lissane O sistema que queremos abandonar era mais democrático em alguns aspectos, e o proposto sera mais partidocratico. Isto e vamos apenas votar no partido que gostamos sem saber quem sera o candidato. Ha mais confusão do que solução.


Joao Moreno Há mais dependência do que independência.


Santos F. Chitsungo Escolheremos o pacote, não o presente! E há quem defenda que é melhor assim?!


Augusto Joaquim Lissane Imagine que dentro do pacote tenha uma bomba.


Alberto Magaia Vamos comprar gato embrulhado em saco de lebre e quando ja estiver pago, não há devolucao.


M'Vikhiza Mutxope Paruque Portanto seremos sujeito a Votar no Partido X, Y e ou Z depois esse mesmo partido decidira quem sera o PCM sinceramente. Este sistema nao funcionara e estamos a recuar no Tempo no que toca a Democracia.


Alipio Mauro Jeque Tenho duvidas de que a RENAMO conheça na integra os desdobramentos desse pacote de descentralização assim concebido, e temo que acorde ja na panela.


Santos F. Chitsungo Uma probabilidade forte. Alias, seguiria o padrãoGerir




M'Vikhiza Mutxope Paruque Se nao é o que queriam entao porque aceitaram isso.Gerir


Kuyengany Produções Fomos ChantageadosGerir


Jeck Alcolete Dia 28 tem início a sessão Par(a)lamentar vamos ver se teremos as respostas das questões aqui levantadas.Gerir


Jaime Cumbana Vamos a isso Jay Jay Macuane. Até a próxima aula.Gerir


Domingos Dimande Ilustre José Jaime Macuane, sua colocação é a de muitos patriotas, porém, atendendo a génese deste projecto parece não ser oportuno porque conforme Sua Excia PR, tendo visto a morosidade e empecilhos que se colocaram pra se alcançar um acordo definitivo do fim das hostilidades achou por bem negociar pessoalmente este acordo. Ora, na mesma lógica e tendo presente a parca explicação de S. Excia PR, outros intervenientes poderão contribuir para o enriquecimento deste projecto, o que falta saber são as plataformas que vão ser usados pra que a sociedade que está fora do parlamento possa contribuir para tornar o projecto mais abragente e ai sim, imagino que seremos convidados pra expormos as nossas ideias!Gerir


Belmiro António Mauaie Opinião válida. Entretanto, a experiência ensina que, na AR, em pouco ou nada vai valer a opinião da SC e de outros interessados, pois a Proposta reflecte o entendimento duas forças políticas mais representadas no parlamento que mantém refém o povo moçambicano, portanto o documento será chancelado, presumo, com mínimas correcções. Só a ideia de se considerar pontual a revisão da CRM é, de já uma trapaça, as matérias tocadas revestem de profundidade.


Domingos Dimande Claro meu caro Mauaie, com um bocado de análise de todo o alvoroço que se verificou e perante o clamor da população para que o PR conversasse com Dhlakama para o fim da guerra aí temos o resultado.Gerir


Belmiro António Mauaie Certo! Mas agora a imprensa traz informação, verdadeira ou não, na qual DHL diz que, ele era pela ideia de eleição directa dos Governadores, administradores e Edis, entretanto o PR contrapôs, dizendo que o seu partido não aceitaria o que logo informa que a AR, nada vai fazer, se não ratificar.Gerir


José Jaime Macuane Inshalah. Mas desta vez a Renamo sai chamuscada desta proposta. Essa de pousar de pai da democracia, que já era questionável, torna-se cada vez mais uma retórica inconsistente. Sobre ser "incluido", vou aguardar serenamente, com esperança. Mas penso que desta vez a reacção é séria. Se os deputados não levarem em conta as vozes discordantes, que me parecem ser a maioria, pelos menos no que nos foi dado ver nos medias, não me parece que tudo será como antes.


Belmiro António Mauaie Espero ansiosamente que se reveja, corrija e respeite-se a vontade dos moçambicanos.Gerir


Josue Almeida Tambara Em conversa, ano passado com o Edil de Blantyre - Malawi, onde funciona algo igual este pensamento perguntei se ele era feliz como edil eleito no meio dos outros membros da AM para ser edil em comparação com o nosso sistema? Ele me disse: preferia ser um edil Moçambicano porque goza de liberdade e autonomia. Agora somos igual.


Domingos Dimande Acho ser importante focarmo-nos na génese deste projecto para não diluirmos o debate, é basilar percebermos que esta revisão tem sentido porque surgiu com o intuito de colmatar uma situação de guerra e como tal não é perfeita mas é necessária, vamos ver como a AR vai acolher e debater!Gerir


Belmiro António Mauaie Tudo bem, Caro Dimande, mas será que o sangue derramado de moçambicanos conscientes e inconscientes era para o alcance deste retrocesso. Se sim, então pode se adivinhar que, a Renamo não quer servir os moçambicanos.Gerir


Domingos Dimande Meu caro Mauaie, creio que acompanhou a assinatura do AGP, todos nos congratulamos porque queriamos que a guerra chegasse ao fim, ninguém nessa altura exigiu a publicação do acordo, eis que uma das partes se sentiu enganada e zás pegou em armas e o tal ping-pong, e hoje é o projecto endossado pelo PR e com caracter de urgência a AR, acha meu caro Mauaie que tem espaço para 'remendá-lo?'Gerir




Josue Almeida Tambara Domingos Dimande Nunca assisti um debate serio e profundo da AR. Mas como disse ilustre Ismael Mussa - Paciência.Gerir


Belmiro António Mauaie Realmente, Dimande o caminho é o indicado. Infelizmente, as experiências recomendam revisitar a maneira como foram discutidos assuntos análogos na AR. E, sobre este ponto em particular, do revés na eleição dos Edis, duvido que não seja do interesse das duas maiores formações políticas em peleja, sobretudo as suas lideranças.


Belmiro António Mauaie Agora, dizer que é interesse dos moçambicanos, arriii! Digam outra.


Dinis Chirrute Certo Ilustre Belmiro, isso nao é do interesse dos moçambicanos e muito menos justifica tanto sangue do povo derramado em Muxungue, e nao so.

Ademais, tendo em conta que "nao ha revolucao sem sangue" acreditavamos que a Renamo fazia tudo pelo povo, mas agora nos provou que ela tambem nao está pra o povo, mas sim interesses partidarios.

Caro Domingos, aceito que, como resposta à mitigacao das hostilidades, qualquer acordo podia satisfazer o povo (a principal vitima da guerra), mas espanta-me ser aquele que mais promovia essas hostilidades, o primeiro a quebrar o galho por um retrocesso, que retira ao povo um dado adiquirido de voltar em que quizesse, e a ele desse autonomia.

O que agora vamos assistir serao demissoes de PCM's (algumas sem motivos claros, tal como acontece com os ministros) e o povo nao poderá dizer nada de nadinha.Gerir


Belmiro António Mauaie Certo, Caro Chirrute! Vamos esperar para ver. A Proposta já foi submetida a AR, vozes já começaram a soar a não assumir a responsabilidade do retrocesso na eleição dos Edis, DHL, por exemplo, através de alguns jornais refere que foi imposto na negociação a retroceder sob pena de ser rejeitado outro tipo de eleição ou todo seu Projecto. O outro negociador, não reagiu, entretanto há seguidores seus que apontam DHL como responsável do retrocesso, isto só para ilustrar e ilucidar quão melindroso foi tratado o assunto da eleição dos Edis e outros titulares. Só que para a maioria de nós, independentemente de quem deu o parto deste retrocesso, não é nos saudável este retrocesso. Somos sim, pelo voto directo na eleição dos Edis pelas vantagens incalculáveis que nos fornece na relação com o eleito e, teria sido mais benéfico ainda, se este procedimento fosse abrangente para a eleição dos Governadores e Administradores.Gerir


Issufo Issufo Duvido que admitam alguma intervenção que altere a base dos pontos negociados. Penso que um Referendo seria o mais apropriado para um assunto que propõe a alteração da Constituicao, e de extrema importância para toda a sociedade mocambicana. Mas continuo a não notar vontade...




Domingos Dimande A vontade existe..ela está de acordo com a satisfação dos proponentes, o referendo iria atrasar a efectividade da alteração da CR, e isso de certeza acarretaria outras despesa que são inapropriadas pra a crise que o pais enfrenta, atendendo a outros efeitos colaterais..Gerir


Armistício Mulande Desculpe Professor José Jaime Macuane: mas toda esta proposta do PR é uma palhaçada enorme. Não sei como um país como o nosso pode chegar a níveis de baixeza intelectual e política desta natureza. E o que mais espanta é que há uma avalanche de gente esclarecida que acha que alguma coisa proveitosa existe nesta proposta (consenso).
Desde o dia que isto foi anunciado que tenho reflectido profundamente sobre a nossa sorte como país. Com todos os problemas que temos, merecemos mais respeito como cidadãos.


José Jaime Macuane Caro Armistício Mulande, como rebater o chefe se já começa dizendo que deu um passo gigantesco. A nossa "boa educação" em não dizer as coisas de que não gostamos ainda nos vai levar ao abismo.


Issufo Issufo Um gigantesco passo para a Continuidade e um pequeno passo para a Democracia.


Dias Coutinho Só os mediocres é que podem falar de um passo gigantesco. Enquanto vê-se que oa problemas futuramente serão terríveis.Gerir


Joaquim Sérgio Inácio Manhique Para ser um passo gigantesco, ha que incluir o peso da da obstencao, isto eh: se numa dada eleicao aparecerem apenas 30% de vontantes, que a respectiva assembleia seja composta/preenchida por ate 30% das suas cadeiras. Deixem vagas as restantes.

Ai veremos a verdadeira dimensao da legitimidade do pensamento intestinal que o compadrio esta para impor.Gerir


Rosário Ventura Torres O Presidente da Renamo disse no "savana" k " a frelimo recusou a proposta e ate fez chantagem" ; entao houve 1 imposição!!! qual o interesse do lider da R em aceitar?Gerir


José Jaime Macuane Antes uns governos provinciais na mão que muitos votos a voar.Gerir


Issufo Issufo Plenamente de acordo...uma caminhada de 100 kms começa com o primeiro passo...Gerir


Jose Roque A Democracia é cara! E nada de quererem se esconder por detrás dos partidos. Mas como ficam os independentas ainda não consegui perceber??Gerir


José Jaime Macuane Têm que arranjar um grupo de cidadãos para criarem a tal maioria e serem eleitos. Mas o potencial para os deals serem quebrados é muito alto.


Leandro Jaime Sitoe Hipoteticamente falando, os candidatos vão se curvar perante o partido, e não ao povo que indirectamente, o colocou. 
E sinceramente falando, a escolha dos edis nunca foi posta em causa, é a melhor maneira dos citadinos exercerem o seu poder. 
Corremos o risco de colocar o Edmundo Jr, se o querer., desde que seja querido do partido, é outras linguagens que se f*** o povo.Gerir


José Jaime Macuane Há uma expressão que se usa na política que é Cavalo de Calígula, porque este imperador nomeou o seu cavalo senador, porque tinha poder para tal e ninguém o podia contrariar. Vamos ter muitos "cavalos de Calígula" na política Moçambicana. Já começou com as intercalares de Nampula...


Buene Boaventura Paulo Professor José Jaime Macuane, indo a sua segunda questão, de facto poupa - se alguma coisa, a nível de organização das eleições e a nível dos partidos. Só de imaginar toda a máquina para fazer conhecer o candidato junto do eleitorado e por último a produção de material de votação com os candidatos, por País fora. Neste último aspecto estamos a falar de mais de 53 diferentes caras que devem merecer devida atenção para no dia do voto, tudo vir conforme o planeado...MAS, se a democracia tem custo o País tem que aceitar esse custo e não retroceder; já o nosso sistema democrático tinha assimptotas, pois se na nossa divisão administrativa tínhamos a nação, província, distrito, Posto administrativo, Localidade/Cidade, ... no caso da autarquia tínhamos o exercício pleno de escolha de órgãos dirigentes (Assembleia e executivo/Presidente do Município), mas os níveis acima à excepção da Nação não tínhamos a mesma abordagem. Nisto os consensos deviam ter é alargado a base da democratização e não reduzir. Nisto é que temos o demérito do pacote que já correu para o legislador. Há necessidade de aprofundar estudos da abstenção, mas eventualmente será o facto de os partidos jogar maior protagonismo que as pessoas capazes, que a sociedade tem identificado como os capazes de conduzir com eficácia e eficiência os nossos processos rumo ao desenvolvimento desejável. Se for por esta última razão, então o "consenso" vai afundar com a participação dos cidadãos...Gerir


José Jaime Macuane Prezado Buene Boaventura Paulo, à primeira vista poupa-se com as próprias eleições. Mas as eleições não são um fim em si mesmo. Elas se destinam a alcançar algo maior e multifacetado e imagino que entenda do que estou a falar. Calcular os ganhos com a mudança da forma de votação apenas olhando para o custo de organização das eleições me parece simplista.


Buene Boaventura Paulo Professor José Jaime Macuane, fui além dessa visão....


José Jaime Macuane Sem dúvida. Reagia à primeira parte do seu argumento. Concordamos que é importante olhar para os custos de uma forma mais ampla.


Armando Nenane O barato sai caro...


Japone Arijuane Todos estamos cientes que estas decisões de e sobre descentralização 1) retrocedem o motivo pelo qual surgem: a descentralização, 2) abrem um buraco negro para a tal democratização do Estado, 3) bipolarização a governação, etc, etc. A questão que coloco é a seguinte, uma vez que estamos todos nós conscientes, que nos resta fazer para evitar futuras guerras?, porque falar todos podemos e fazê-lo mui bem.


José Jaime Macuane Vamos colocar a nossa posição como cidadãos sobre o que pensamos do assunto. Mesmo com todas as mazelas dos nossos políticos, não creio que eles possam ignorar o clamor dos eleitores de que esta escolha foi equivocada.


Japone Arijuane Pois mas em que fórum "ELES" podem ouvir e sentir o nosso clamor, porque dos nossos representantes não esperemos patavina nenhumaGerir


Nyikiwane Manhisse Em 2028, acaba-se até com o tal voto indirecto, e assim não há despesas de eleições para o Estado! Que os outros países aprendam connosco.


Eliha Bukeni Creio que para acomodar as duas vontades, primeiro a economia de recursos e, segundo o direito de escolher o Presidente do Conselho Municipal (PCM), pode-se optar pelo modelo de cabeça de lista. Isto é, o modelo sul-africano ou angolano de eleição do PR. Com este modelo, o PCM é eleito indirectamente, mas os eleitores que votam em determinado partido, já sabem em que PCM estão a votar. A ideia de que a eleição directa do PCM lhe confere maior autonomia é duvidosa, porquanto, para poder implementar o seu programa o PCM precisa do apoio da sua bancada municipal. O Daviz Simango em 2008 quando concorreu como independente pelo Grupo de Reflexão e Mudanças e o Manuel Araújo em 2011, quando concorreu como independente na eleição intercalar do PCM em substuição de Pio Matos, tiveram bastante dificuldade em implementar seus programas devido a ausência de uma bancada maioritária. Muito recentemente, todos assistimos as dificuldades que Amurane estava a experimentar depois do divórcio com a bancada maioritária do MDM. Portanto, por mais que a eleição do PCM seja directa, a sua governação está condicionada a bancada municipal do seu partido!


Ivo Neto Costa Professor. Macuiane achou q "draft" d princípios acordado entre o Governo e a Renamo, pode e deve ser enriquecido. O debate está. aí a sociedade civil ( estruturada) pessoas anônimas, e singulares podem fazer advocacia d idéias junto dos decidores ( AR) para termos um"agreement" , inclusivo e efectivamente reconciliador. A descentralização é um tema q tem suscitado variadíssimos e acalorados debates, urge aproveitar este cenário para vermos reflectido em leis as nossas opiniões.Gerir


Calbe Jaime A AR tem uma excelente oportunidade de mostrar que é de "facto" casa do povo acolhendo essa preocupação em relação a eleição do PCMGerir


Amilcar Frederico Pereira Prof são quantas questões mesmo???Gerir


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Santa Teresinha A ciência política manda questionar quem e como deve Governar ao em vez de perguntar Quem,.quando e como costuma Governar.Gerir


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Santa Teresinha Estamos perante um fenómeno de quem e como costuma Governar e a nossa preocupação deve ser responder pk a FRELIMO e a RENAMO são os legisladores da nossa polisGerir


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Alipio Mauro Jeque São os legisladores porque são os detentores das armas.. O nosso cenario politico foi estabelecido numa logica belicista, então tudo o resto se decide com recurso a pólvora.Gerir







9/2 · 



Você que chama (com genuína e comovente indignação puritana) aos que exercem o seu direito de livre expressão de "tudólogos", estaria disposto/a a abrir mão do seu título pomposo de "doutor(a)" (à la moçambicana) até fazer o seu doutoramento?




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Comentários
Marilda Guiliche Machungo Ahaahaha...."Mozambique, land of doctors"....


Desidério EC Chambo Hahahahaha. Tudologia vs Doutorologia


Ariel Sonto Dá-lhes, Prof.


Hélder Thavede Xi. Essa dói


Amelia Maduela Hahahahahahah......outras coisas....Gerir


Manuel Mario Ross Agora! Entendo o porque de o prof JJM, não quer ser chamado de Dr. Kkkkkkkk


Lazaro Filimone Pene Kikikikiki! Ishiii!Gerir


Toneras Taimo Tive a honra de passar pelas suas mãos na cadeira de reforma de sector público, nunca entendi na práxis os porquês da aversão ao título Doutor... Me parece que o professor completou os 3 ciclos de ensino superior(...) essa publicação me deixou mais apático


José Jaime Macuane Ah, é porque nunca entendi muito bem, "na práxis", como dizes, o que significa ser doutor em Moçambique. Alguns que ostentam esse título sei que não conseguem nem sequer se concentrar para ler uma página escrita. Então, fica difícil distinguir alguém que fez doutoramento de um semi-analfabeto com diploma. Deste modo, é melhor chamar mesmo pelo nome, ao menos as pessoas sabem quem és e tú também preservas a tua identidade.


Toneras Taimo Kkkkkkkkk professor J J M sempre inéditoGerir


Willy Benny Apoiado...Gerir


Lazaro Mabunda José Jaime Macuane Kkkkkkkk, "Sindrome de página 1".Gerir




Egídio Dos Santos Videira Esse é o estilo caracterisco do meu admirado ilustre JJM, a soprar.........Dà-lhes


Sarmento Mazivila Na nossa pátria amada, o termo "doutor" parece nome que um pai atribuí ao seu filho! Esquecendo que doutor é aquele que frequentou um programa doutoral e concluiu os estudos do ciclo doutoral.


Carlos Subuhana Ilustre Professor José Jaime Macuane, sim, eu abriria mão do título de "doutor(a)" (à la moçambicana). Na verdade, prefiro que me chamem pelo nome. Ou, professor.


José Jaime Macuane Professor Carlos Subuhana, no seu caso não vale abrir mão do título. Já ultrapassou a cláusula barreira há muito tempo. :-)


Ezequias Erasmo Jose Porquê mim apegaria a algo que não sai com ela no ventre da minha mãe? Algo que adquiri/conquistei poço mim desfazer dela quando não é útil ou quando não mim dignifica.


Maitu Buanango Escrevendo mal, não valeria a pena ostentar o título, concordo com o seu posicionamento.


Ernesto Saul Sou orgulhosamente "tudólogo"... Enquanto cidadão que anseia pelo mínimo de " bem-estar."


Santos F. Chitsungo Que alias é um direito fundamental, portanto inalienável. Ou seja, "não tem o direito" de dele abrir mão! É isto que muitos "não tutólogos" deliberadamente ignoram!




Jessemusse Cacinda Doutores querem falar sozinho. Querem ser unicos que falam e são ouvidos. Se depender deled até criar uma faixa de rodagem para eles passarem com os seus carros. Dizem que nós que crescemos a acompanhar tio Américo na praia de Memba para pescar atum e vender em Mecufi, Ibo e Tanzania não podemos vir dar nossa opinião sobre um projecto de pesca que está a ser implementado, porque não estudamos na Escola Nautica. Dizem que os anos que fiquei no Niassa trabalhando com o meu pai nos negócios de restauração e agronegócios, não podem servir de base para eu dar minha opiniao sobre isso porque nao tenho certificados nessas areas. Ali que fiquei cominha mae a tocar piano e a ler Shakespare, Camoes, Pessoa quando ela acabava de planificar as suas aulas para EPC de Eculumwe, nao me dão espaço para opinar sobre literatura, musica e educação. Enfim.


Ernesto Saul Plenamene de acordo! E digo mais: Deixem-nos dizer as nossas "baboseiras" a vontade. Ignorem-nos se quizerem, mas deixem-nos falar de tudo e mais alguma coisa. VAMOS-LÁ FALAR, John!


Dino Foi José Jaime Macuane você não está nice. Que tal deixar o tal até ele fazer o doutoramento dele. Bwakakakaka


Carmen Fumo Ahahaaha Dino Foi não ficaria bem, final ele deu sua opinião ainda na sua "puritana formação" e, ademais os "tudologos" sabem comentam tudo pois não... kkkk


Paulo Araujo Doutores a Grace Mugabe.


José Jaime Macuane Dino Foi, nem sei se isso vai funcionar. Parte desse pessoal vai para aquela universidade, que bem conheces, em que até um gato pode tirar diploma de PhD sem ser incomodado.


Dino Foi José Jaime Macuane : ah! Aquela em que depois vira Vice Reitor mesmo assim?!! Já vi tudo


Yussuf Adam José Jaime Macuane Preciso de mais info sobre essa universidade. O gato ca de casa Findus Boa Vida esta a preparar se para fazer o doutoramento de verdade....Ja tem o projecto pronto, os varios diplomas com varias fotocopias e devidamente verificadas e ajtenticadas pelo notario...


Dino Foi Yussuf Adam : Rushmore University. Podes mandar teu gato, vai fazer MBA com nota 18.


José Jaime Macuane Yussuf Adam, quem descobriu essa universidade é o Dino Foi, ele tem todos os detalhes, porque até testou o sistema.


Hilário Jordão Tsope "(...) aqui nesta sala há pessoas que não leêm as fichas. Algumas só conseguem ler mensagens do telefone e das redes sociais (...)". Dr. Macuane em 2013 na cadeira da Reforma do Sector Público na FLCS. 😆😆😆


António Cipriano Gonçalves Eu estaria disposto a abrir a mão do meu título a la moçambicana JJ


Rosendo José Mate Só abre mão quem tem!




Soshangane Wa Ka Machele Rosendo, (d)o título ou (d) a mão?


José Jaime Macuane Ciprix, não és elegível. Teu título de doutor não é à "la moçambicana".




António Cipriano Gonçalves José Jaime Macuane, é mais sensato abdicar do meu para deixar o outro título "brilhar"


José Jaime Macuane António Cipriano Gonçalves , vamos começar então uma campanha: "deixe o seu título de doutor em casa e revele quem você verdadeiramente é!"


António Cipriano Gonçalves José Jaime Macuane, combinado e apoio a campanha. Agora falta divulga-la




Cremildo Churane Infelizmente Prof. Até caem na arrogância "intelectual" miserável.


Carmen Fumo Obrigada Professor por este breve e profundo post, infelizmente os 4 anos de convivência na sala de aulas de formação "à la moçambicana" dos quais alguns tive o privilégio de o ter como docente levam a crer que este post pode ser interpretado como uma blasfêmia ao "iluminado acadêmico", que neste momento está mais dotado de saberes e ferramentas metodológicas inequívocas do ocidente.


Lissungu Mazula Como diz o meu pai, " até o Ótis é um doutor (analfabeto) porque nunca passou, mas também nunca chumbou" ;)


Boa Monjane Isto on my way to that...Gerir


Jose Roque Rotos e rasgados academicos. De que vale o título sem conhecimento? Vamos inflaccionando os números.


José Jaime Macuane Diploma mais valioso que o conhecimento. Mas como alguém já disse: "isso um dia vai se esclarecer!"Gerir


Jose Roque Até que esse dia chegue! Continuamos a ter contabilistas, economistas, arquitetos, etc...amadores! Médicos sapateiros; onde ja se viu um médico que prescreve a uma paciente uma dose de tuberculose pra mais tarde dizer que não era TB, mas sim câncer e nem se quer foi responsabilizado por isso! Lamentável. U.P vai formando médicos pha! Coxos ou não mas são esses mesmos! Lamentável.


Jose Roque Enquanto isso vou na minha avó em Xidzolomondo/Macanga ela sim está muito bem formada.


José Jaime Macuane Jose Roque, podes crer, a academia de Xidzolomondo/Macanga tem muito prestígio e é certificada internacionalmente em questões práticas.


Jose Roque Dúvidas não devem ser levantadas quanto a isso meu caro Ciêntista.Gerir


Rildo Rafael José Jaime Macuane: Muitos cairam de "paraquedas" terminologia UFICSIANA!...A palavra que aparece antes do nome conta mais que o próprio exercício mental!


Gito Katawala Não me meto em conversas de doutores, mas é nice estar na plateia.




Ivan Maússe Hehehe, Prof. José Jaime Macuane, amamos ser tratados de "sódotoris". Deixe-nos sentir eruditos. Kkkkkkkkkkkkk. Abraço!


José Jaime Macuane Mas "Sotor", até os seus amigos fazem questão de lhe chamar assim. Até se esqueceram do teu nome próprio. É certo isso, "sotor"?


Ivan Maússe Hehehehe. Fiquei sem palavras!Gerir


Nuno Pires No fundo "à portuguesa", já que foi um legado do que ainda hoje se vê por aqui...


Carmelo Pontes Antes de proferir um comentário sobre o post , agradecia se fosse me fornecida alguma contextualização sobre o assunto intensamente debatido. Prof Macuane assisti o programa, teve uma grande e excelente prestação, lamentavelmente encontro me orbitando no denso e inexploravel espaço sideral cientifico devido ao famigerado pacote(que não é de bolachas) mas o seu conteúdo é insidioso e nocivo a democracia moçambicana.Gerir


José Jaime Macuane Meu caro Carmelo Pontes, esse tema não é sobre o "pacote"; é um tema "estruturante" (ou seria "fracturante"?) do debate "sobre as coisas".


Carmelo Pontes Os dois temas assemelham se a granadas, preocupante perturbaGerir




Circle Langa José Jaime Macuane, o maior problema não reside em quem é "moçambicanamente" chamado Dr. sem ter feito doutoramento, embora a responsabilidade deva ser repartida. Está em quem, desconhecendo se possui ou não o título, faz questão de trata-lo como tal. 

Pessoalmente, desagrada-me ser tratado por um título que não obtive ainda. Antes de tornar-me Mestre, eu fazia questão que o meu nome fosse antecedido por nada (sem dr./Dr.) nas pautas que afixava. É uma questão de honestidade intelectual. 

Todavia há que ressaltar que existem indivíduos que não conseguem fazer jus aos seus mais elevados graus doutorais. Um doutor que fica mais de um ano sem escrever devia ir preso ou negar que assim seja tratado como tal, salvo situação de debilidade na saúde ou outras plausíveis. É apanágio, em Moçambique, o PhD publicar somente sua tese em forma de livro. Depois disso, nada. Não há "paper" nem algo parecido. O indicador disso nota-se quando não pode inserir sua produção intelectual no leque das recomendações bibliográficas aos seu estudantes. É este PhD que se torna director científico, director de curso, director geral e até reitor nas nossas IES. Como poderá este cobrar aos seus o que nem ele consegue produzir? Em fim.

Sobre os "TUDÓLOGOS", sou parte integrante dos que estão proibidos de concordar com a postura deles. Já escrevi em outro fórum que um "TUDÓLOGO" é, em última análise, um "NADÓLOGO".



José Jaime Macuane Circle Langa, penso que há aqui uma confusão entre um debate público em que as pessoas expressam suas opiniões, o que está no seu direito, e a expectativa de que o façam de forma científica ou tecnicamente fundamentada. Não se pode esperar que o debate público seja feito apenas por especialistas, porque os assuntos que são tratados neste fórum afectam as vidas das pessoas, de uma forma ou de outra, e elas têm o direito de colocar a sua perspectiva sobre os problemas. Também não se espere que de todo o debate público em que os que vocês chamam de "tudólogos" participam daí se extraia um artigo para ser publicado numa revista científica com revisão de pares, ou se adopte como uma referência técnica para acção. O exercício de opinião não deve ser necessariamente fundamentado no conhecimento científico da questão em causa, mas sim, penso eu, na informação sobre a questão, sob o risco de se coarctar a participação dos cidadãos que não tenham os tais conhecimentos que se presume que devam tê-los. Muitas vezes o debate não e científico, é político. Um dos fundamentos da democracia é o cidadão que participa e, se estiver melhor informado, melhor, inclusive recorrendo a opinião técnica de especialistas para fundamentar a sua opinião. Condicionar a participação no debate público ao conhecimento técnico profundo dos assuntos em debate, no meu entender, é uma forma de limitação da liberdade de expressão e uma delegação tácita aos tais especialistas, com a agravante de que nem sempre os mesmos estão certos, ou o mundo e o país não estariam como estão. Deve-se exigir rigor técnico de todos que participam num debate académico ou de especialistas, mas num debate público, de índole política, penso que o que importa é a informação, para uma participação e exercício de opinião bem fundamentados.


Gabriel Muthisse José Jaime Macuane, aceitarias que eu falasse, com ar convencido e convicente, sobre biologia molecular e, desta disciplina passasse sem nenhum rebuço para a filosofia política, citando autoridades científicas a despropósito e de forma equivocada? Mais ainda, aceitarias quietamente que, beneficiando da minha condição de figura pública, saltitasse do facebook para a TVM, RM, STV, Miramar e todos os órgãos de comunicação social, fazendo gala dos "meus conhecimentos" equivocados, desinformando sem preguiça a cidadania?

Pior ainda, ficarias indiferente perante essas tropelias, mesmo sabendo que, pela formação a que tive acesso, deveria conhecer os limites dos meus conhecimentos?

Veja que não me refiro à possibilidade de me equivocar na área em que, bem ou mal, fui formado. Refiro-me à irresponsabilidade intelectual de falar de todas as áreas do saber sem um "talvez"; sem um "parece"; sem um "é provável".... simplesmente peroro como o único dono da verdade, em todas as ciências e em todos os órgãos de comunicação!

É diferente de ouvir uma pessoa com habilitações acadêmicas básicas a falar de política, de economia, de filosofia, de religião, de física... percebemos imediatamente que essa pessoa o faz apenas na base das informações que tem e na sua intuição, meramente humana.

Mas, muitos de nós, com formação universitária, que, de repente, julgamos que sabemos tudo!!! Confesso que lido mal com a prática. Um pouco mais de humildade na esfera pública ajudaria. Essa é a minha convicção. Abraço


José Jaime Macuane Gabriel Muthisse, não aceitaria que o fizesses, se dissesses que és especialista sobre um assunto de índole técnica. Vejo que há uma hipérbole na sua analogia. Mesmo nos nossos meios de comunicação que têm a tendência de recorrer às mesmas pessoas para validarem as suas opiniões sobre diversos assuntos, penso que têm limites quanto à tecnicidade dos assuntos que abordam e nunca chamariam um economista para dissertar sobre biologia molecular. Penso que as pessoas podem ter um grau de informação sobre os assuntos para poderem omitir uma opinião com propriedade. Repito, também recorrendo à informação produzida pelos especialistas. A questão que me coloca a colocaria da mesma forma sobre a função do deputado, que tem que legislar sobre vários assuntos, desde sobre como lidar com o lixo atómico até a violência doméstica. Deveria ele abdicar de decidir sobre estes assuntos e deixá-los apenas aos técnicos, ou pode ele usar a informação que o técnico lhe dá para se posicionar politicamente sobre o assunto e tomar a sua decisão? Seria ele também um perverso tudólogo que não deveria abordar os assuntos públicos porque não é especialista? Mesmo a própria ciência, a sua produção e uso é apenas fruto de processos técnico-científicos, ou também passa pela decisão política? E como se chega à ela? Penso que os limites para a participação não podem ser definidos desta forma, deve-se, no meu entender, saber separar a opinião baseada no conhecimento técnico da mera doxa, volátil e produzida com informação dispersa e talvez pouco sistematizada. O filtro deve estar no receptor da mensagem e não na limitação da liberdade de expressão. Quem quiser informação técnica, deve ir buscá-la no locus natural. Até porque, se um "tudólogo" estiver "a delirar", quem o ouve tem o direito de reagir e mesmo de deixar de ouvi-lo e isso acontece onde se garante liberdades para tal. E subscrevo a questão da humildade. Mas não podemos obrigar as pessoas a serem humildes, enquanto isso não for crime. O próprio debate público, livre, deve ajudar a filtrar o bom do meu debatedor, mas não deve coarctá-lo. E todos devemos ser humildes, incluindo na ostentação de títulos imerecidos.


Gabriel Muthisse Estamos basicamente de acordo. Ao reagir ao conhecimento delirante de um "tudólogo" que, por hipótese, é um filósofo e fala sem qualquer dúvida de economia (isto é não relativisa, não usa o "talvez", não usa o "parece"...) posso recordar-lhe que economia é uma ciência. Podemos falar, todos nós, generalidades sobre economia, mas quando discutimos com um especialista temos de reconhecer os nossos limites.

José Jaime Macuane, eu não fiz ciência política. Posso, no entanto, discutir, genericamente, essa disciplina contigo. Mas devo ter em mente que tu o fazes a partir de premissas metodológicas e teóricas que eu não tenho como alcançar. E, por isso, mesmo, discutir contigo com um pouco mais de modéstia. Os "tudologos" não fazem qualquer distinção. Vai daí que, muitas vezes, mesmo num debate televisivo, sobre ciência política, nós os dois podemos estar a falar a partir de patamares diferentes. E, reconhecer isso, é base para um debate saudável.

Os deputados, os ministros, o PR, não são especialistas da maioria das matérias que abordam. Mas ai deles se não se rodearem de especialistas que conheçam esses tópicos. É só ver o que acontece com aqueles que passam a acreditar que, porque nomeados ou eleitos passam a saber tudo...


João Pedro Muianga "...desinformando sem preguiça a cidadania..." (kkk)


José Jaime Macuane Concordo consigo, Gabriel Muthisse, como deve ter visto, eu defendo que o que os "tudólogos" dizem não pode ser tido como ciência, é opinião. Ciência deve-se buscar com os especialistas. Agora, não ter bom senso e vergonha na cara ainda não é crime. Uma sociedade informada, que depende do livre debate de ideias, está em melhores condições de filtrar a má da boa informação. Até porque os cientistas também podem manipular.


Isaias Dosanjos Bem dito Professor. Agora compreendi o post e vou partilha-lo. Faz me lembrar da "confusão" em torno da história de Moçambique.


José Jaime Macuane Isaias Dosanjos, obrigado. Mas não entendi essa da história de Moçambique. Pode partilhar suas ideias sobre isso?Gerir


Isaias Dosanjos Obrigado professor. Há uma ideia quase generalizada de que a história de Moçambique (ensinada nas escolas e universidades) é uma farsa. É um conjunto de mentiras. Simplesmente, porque cada antigo combatente vai a rádio, televisão ou jornal e dá a sua versão daquilo que teria acontecido durante a luta de libertação nacional. Versões diferentes umas das outras. 

E, as pessoas simplesmente tomam essas versões como sendo verdades históricas. O que lhes leva crer cada vez mais que a História não passa duma mentira. 

Aqui, pude perceber que esta visão resulta da incapacidade do receptor estabelecer diferença entre doxa e conhecimento histórico.Gerir


José Jaime Macuane Isaias Dosanjos, obrigado. Mas também tem a ver com os processos de produção de conhecimento. A história de Moçambique, que hoje questionamos, foi escrita num certo contexto político que definiu a narrativa que hoje adoptamos como a nossa história. A interface entre a ciência e a política pode influenciar os paradigmas dominantes de uma ciência num certo momento e a forma como perdura no tempo. A neutralidade científica não é algo nem simples, nem pacífico. Não é porque alguém é cientista de uma certa área que se deve assumir que produz e partilha o seu conhecimento de forma neutra.Gerir


Gabriel Muthisse Então, os antigos combatentes, de qualquer das guerras, não podem ir ter com o público e contar como viveram os acontecimentos?! Todas as versões contadas por esses actores tinham de coincidir? Porque?

História é outra coisa. Seria, talvez, pegar todas essas memórias e procurar o fio condutor. Entrevistando mais pessoas. Acessando arquivos. Lendo relatórios, partes de guerra, discursos da época...

Mas os actores devem ser encorajados a contar os factos como os viveram. E terão de ser diferentes. Esses combatentes estavam em lugares diferentes. Tinham acessos diferentes à informação. Processam essa informação de maneiras diferentes...


José Jaime Macuane A Historiografia está longe de ser uma ciência exacta. Cruzar fontes é uma das formas adoptadas para "filtrar" os vieses e omissões das narrativas.


Isaias Dosanjos É verdade Professor Macuane. Há uma tese de Doutoramento que fala sobre este processo, sobretudo no que tange a oficina de história, um núcleo criado para o efeito (Escrever a história de Moçambique) no Centro de Estudos Africanos (CEA). E, nesta tese (da autoria do Prof. Carlos M. D. Fernandes), os profissionais que a produziram reconhecem as limitações que tiveram e sobretudo o seu compromisso político como a revolução.

Alias, consta que Aquino de Bragança (fundador e na altura director do CEA) num artigos em co-autoria, foi o primeiro a criticar a história produzida por aquela oficina. Classificando à como historiografia vitoriosa.

Portanto, é irrefutável que parte ou alguns livros sobre a história de Moçambique foram escritos de forma condicionadaa. Mas há bibliografias que foram escritas à margem desse condicionamento. Por isso, acho que o Historiador, o professor e estudante de historia, já não pode refugiar-se a este condicionamento.


Isaias Dosanjos Não estou a dizer que o problema é dos antigos combatentes, por simplesmente relatarem o que viveram. Apenas disse que o problema está com o receptor, que tem dificuldades em digerir as versões dos antigos combatentes com a verdade histórica. E, é essa dificuldade que faz lhe crer que a história é um conjunto de mentiras. O professor de história é um mentiroso.Gerir


Jessemusse Cacinda Podemos abolir a liberdade de expressão à vontade. Assim, vamos deixar a esfera pública com cidadãos com certificado. E pode-se tambem exigir certificados para alguem ser candidato para AR, PR e podemos exigir ministros com PhD. Diplomatas formados no ISRI, etc. Pode-se também proibir até a nós os analfabetos de circular nos cafés, porque aí, iremos emitir nossa opinião de que queremos votar no presidente do municipio directente, queremos ter trasnporte, estamos a pedir para o avião aterrar em Memba e muito mais. Mas uma coisa não irão conseguir fazer: FAZER NA TV UMA SALA DE AULA E OS DEBATEDORES, PROFESSORES. Parece que os Doutores sentem-se feridos, quando um cidadão por mais equivocado que esteja apresente as suas opiniões, que não são ensaios científicos. E como vivemos numa sociedade onde não se lê, ninguem recomenda que a ciencia esta nos livros e a opiniao, na boca.


José Jaime Macuane Caro Jessemusse Cacinda, é isso que eu estou a tentar dizer. Parem de buscar ciência nas TVs. Até podem encontrar, mas se quiserem mesmo ciência "certificada", devem ir ao locus onde é seu habitat natural/institucional e busquem com pessoas abalizadas e fontes adequadas. Um assunto, por mais complexo que seja, pode ser visto de várias formas e quem espera que elas todas sejam científicas, apenas está a olhar ao assunto numa determinada perspectiva. Não ser especialista não significa ser limitado intelectualmente e, sobretudo, não significa que não se deva ter opinião sobre um assunto que afecta a pessoa e a sociedade. Agora, se a pessoa se expõe a falar de um assunto que não entende e se faz passar por especialista, só pode sobreviver porque a sociedade dos "sotores" o permite. No fim, todos fazemos parte de uma gigantesca fraude: chamamos doutores a quem não é e buscamos ciência onde esperamos que exista, só porque já "doutoramos" a pessoa à nossa maneira. E não vale agora nos espantarmos com a "tudologia", ou confundirmos exercício de cidadania com pretensão de contribuição científica. Para mim, esses são apenas cidadãos, outros mais caras de pau que outros, é certo, mas quem espera especialidade científica deles em todas as matérias é um distraído.


Jessemusse Cacinda Sim. Mas para mim o idela seria recomendar os livros e artigos ou salas de aula, onde a ciencia reside. E deixar a TV e radio como edpaco de opiniao. Onde todos vao como cidadaos e sem titulos.


José Jaime Macuane Não acho que as pessoas não possam ir às TVs apresentar a sua opinião de especialistas. Penso apenas que se deve diferenciar a opinião que se dá como especialista e como cidadão. Em alguns momentos, o cidadão pode contribuir com a sua opinião como cientista, em outros, como um simples cidadão. Só basta que não o confundam todas as vezes como especialista da matéria em discussão. Claro, a educação de uma sociedade e, sobretudo, a busca pelo conhecimento e o espaço de debate livre de ideias, tornariam essa distinção mais fácil. Quem der uma de especialista sem sê-lo, numa sociedade informada terá a sua reacção. O problema é que a crítica aos tais "tudólogos" se restringe em dizer que são tudólogos apenas, muitas vezes não há fundamentação, não há análise crítica do que a pessoa expôs, apenas a reacção que pode ser resumida num like/dislike à la facebook. Ora, esse tipo de crítica não torna o debate melhor. Apenas se destina a desencorajar a presença na esfera pública daqueles que dizem coisas que não gostamos. Critiquemo-nos com fundamento e todos aprenderemos e sairemos a ganhar como cidadãos.


Circle Langa Quem rotula especialista aos "especializados em todos assuntos" são, muitas vezes, os Media, coadjuvados pelo silêncio dos próprios convidados que não fazem questão de desmentir/rectificar e muito menos observar a linha que separa uma opinião de uma análise. 

Todo mundo tem direito à opinião todavia há que controlarmos o "Dorian Gray" que existe em nós quando nos propomos a emitir tais opiniões no espaço mediático oficial para que o nosso "rebanho", muitas vezes míope, não as tenha como verdades absolutas por terem sido emitidas por um “especialista” na verdade sem especialização no assunto. Eu não sou contra a consolidação de uma esfera pública, pelo menos, com as características "habermasianas", muito pelo contrário, mas sou um ferrenho combatente à PSEUDO ESFERA PÚBLICA. Esta última é híper nociva a qualquer estado por razões que não convém trazer à ribalta. Em fim. Esta minha é também uma opinião de um não especialista em opinião. Creio que, nos nossos colóquios, precisamos de buscar um equilíbrio entre a PERCEPÇÃO e o FACTO. 
Viva o pensar diferente. Viva o debate. A LUTA CONTINUA. Abraços


José Jaime Macuane Circle Langa , sobre esse espaço público há muito que se lhe diga. Desde os formalmente especialistas que participam no debate usando as suas capas de autoridade para outras agendas até ao próprio debate, que muitas vezes é parte de um sistema de "entretenimento". Pessoas recostam-se à poltrona e "assistem ao debate público", aplaudem e apupam e assim ficam na ilusão de estarem numa democracia e se desresponsabilizam de fazer a sua parte. A construção do nosso espaço público é fruto do contexto histórico e social (no sentido mais amplo) em que vivemos. Não temos como dar saltos para essa esfera pública ideal, habermasiana, à margem dessas condições.


Jessemusse Cacinda "Gostaria de falar na rádio, apresentar minhas ideias também. Mas nunca me entrevistam" (Entrevista A). "Eu não tenho estatuto para participar nesses debates que acontecem na radio, porque nao estudei e nao sou nada, mas quando estamos a desactar as canoas para pescar estamos com radio ligado para ouvir os que tem estatuto a falar" (Entrvistado B). Alguns depoimentos que colhi hoje no bairro Cuabo Dembe numa pesquisa que discute o jornalismo cívico na perspectiva da esfera pública. Estou ha uma semana por cá e ainda vou ouvir estes cidadãos wue não tem capital social falar. Felizmente é uma pesquisa de Sociologia.


José Jaime Macuane Jessemusse Cacinda. Pesquisa interessante, dá para alimentar este debate.Gerir


Brazao Catopola O problema está no tudólogo ou em quem cria o tudólogo? Acho que muitos ou todos nós temos opinião sobre qualquer assunto mesmo que seja acientifica. A grande questão creio situar-se na visão que os mídias querem dar sobre o assunto. Eu me sinto tambem incomodado quando vejo um indivíduo A comentar sobre assunto X muito fora da sua área com naturalidade. Acho que falta aguma humildade para reconhecer seus limites. Opinar pode faze-lo, mas quando está numa rádio, tv, jornal não basta ter opinião é preciso conhecer e bem a essência assunto. Os tudologos não nasceram por si. Eles são produtos dos mídias que na maioria das vezes por desconhecimento, ligações vão buscar quem lhes apetece. Jamais ver-se-a numa tv, rádio seria a discutir um assunto político-economico indo buscar, por exemplo um fulano linguista só por este ser doutor ou de uma filiação x. Jamais veremos num debate sobre as linguas a ir-se buscar um jurista para falar sobre isso, isto é, não é o tudologo em si o problema, mas as condições do seu surgimento. Mesmo os autodidatas têm limites. No tudologo não vê isso, não é por si só mas, e sobretudo porque alguém o produz assim. Agora abdicar do Dr para mim tem outra questão por trás. A afirmação de um argumento autoritário. Muitos gostam do SoDotor porque lhes permite ser diferente para melhor.


Xirico J. Pedro Esses dizeres revelam uma doze exagerada de ignorância até sabendo que você é um dos casos que contribui para a proliferação desses analfabetos com diplomas. Não estou a adivinhar testemunhei quando era teu estudante e quando tinha colegas que vinham como bolseiras do ministério da defesaGerir


José Jaime Macuane Xirico J. Pedro. Não me diga? Não me lembro de ter lidado com algum estudante de forma especial por ser bolsista de algum ministério em particular. Talvez me deva refrescar a memória. E de que forma contribui, a não ser solidariamente, por ser parte de uma instituição que tem as suas falhas, como qualquer outra? Fi-lo directamente? Mas também porquê não mostra a cara, se estamos num debate aberto. Tem medo de alguma coisa? Fique tranquilo que isso é um debate aberto. E não precisa se esconder. A não ser que tenha vestido a carapuça e tenha vergonha de assumi-lo.


Osvaldo Jocitala Ooh...Xirico, ignorante estás a sê-lo tu. Respondas-me isso: os analfabetos com diplomas são um problema de algum professor em Moçambique ou é essencialmente um problema institucional?


Artur Silasse Chichava Junior Prezado Professor José Jaime Macuane nem mais tente. Em casos similares a este, sempre vencer-te-ao. Niezsche aconselha: nao leve muito tempo olhando para o abismo sob pena do abismo olhar para si. Cumprimentos


Ben Hur Cavelane Vou vender frangos. Depois volto a para peceber melhor o debate. Até já.kkk


Constancio Machanguana E realmente não faz o menor sentido chamar doutor a licenciados e mestres. Doutor é quem tem o nível de doutoramento. Isso é o que tem que ser.


Wil Bender kkkk... E ainda temos de perguntar se é doutor com inicial minúscula ou maiúscula.


Domingos Dimande As academias foram instituidas como uma das maneiras de uniformizar o reconhecimento de quem respeitando regras e preceitos do saber possa através da credetização ser lhe outorgado um grau académico, fora do sentar na carteira, existem outras formas pra obter um grau académico tal é o caso do Dr. Honouris causa, portanto, nada de invenções que não obedeçam o critério imposto pelas academias!


Calamo Dos Santos Bom post e grande debateGerir


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Cremildo Bahule ...Circle, lembrei-me de ti.Gerir


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Circle Langa Já reagi acima.Gerir


Cremildo Bahule ...vi; perebi tambem que a minha duvida foi colocada, aqui, noutros moldes; mas nunca tive resposta. enfim, 'e sempre bom aprender.


Lazaro Mabunda Bem, ilustre Brazao Catopola, os "tudólogos" não são uma criação da Midia, como tal. Se for pela Midia, vinham pessoas com especialização. As rádios e tvs devem ir ao ar todos os dias e com programas. O que acontece é que sempre que se convidam pessoas especializadas na matéria eles não vêm, não têm tempo, com excepção de um e outro. Digo isso por experiência própria. Entre o programa televisivo não ir ao ar porque não conseguiu uma pessoa da área e o programa ir ao ar com um "turbólogo" ou "tudólogo" melhor é ir ao ar com "tudológos". Em parte a culpa é das pessoas com conhecimento em determinadas áreas que nunca aceitam convites para discutir sobre áreas do seu conhecimento. Os "tudólogos" estão sempre disponíveis para fechar lacunas. Por exemplo, quando que pretende um cientista político para analisar um assunto desta área, aqui em Moçambique só vais ter dois ou três cientistas que estarão disponíveis. Os restantes sempre não estão disponíveis. E aí se acaba contactando os "tudólogos", porque estes estão sempre disponíveis e têm opinião sobre tudo. Nos países avançados, os "tudólogos" não têm espaço, senão apenas em programas de "Opinião Pública".


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Circle Langa Lazaro Mabunda... hehehehehe. Tudo dito. Obrigado.Gerir


Edson Chichongue Lázaro Mabunda meu respeitado mano, disse tudo sobre os tudologos.

Daí que muita informação de péssima qualidade que passa na nossa media, é resultado das fontes a quem se recorre. Gente que tem opinião para tudo


Domingos Dimande que se identifiquem como tal e parem de inventar!







9/2 · 

Aham! Com que então alguns empregados do povo não querem mais correr riscos com essa coisa de voto directo do patrão...😬




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Comentários


Domingos Sibia Sibia E uma autentica bipolarizacao


Mandzamako Lopes Será? Ou é por imposição?Gerir


José Jaime Macuane Segundo o pai da democracia, foi chantageado a renegar o seu filho para conseguir o acordo que foi anunciado.


Mandzamako Lopes Ahaa! Stou a concluir que há pais pre destinados a serem contagiados para sempre!Gerir


Abel Vilanculos JJM, esse aí , está na bolada, conhecendo a peça, nunca aceitaria tal chantagem numa altura destas!


José Jaime Macuane Abel Vilanculos, pelo menos ele está a descalçar a bota. Agora vai ser o jogo de empurra-empurra. Todo mundo quer dar uma de empregado do povo e democrata, mas lá dentro o coração palpita por outro amor.


Antonio A. S. Kawaria É pena que muitos não entendem que o Dhlakama já descalçou e nos ajudou bastante em nos dizer de quem é a obra de banir o voto directo.


Alcy Amosse Isto parece mais um acordo entre irmãos para evitar que mais "Simangos" independentes apareçam...


José Jaime Macuane É um "bromance" da Frenamo.


Jose Ombe Comíco, porém realístico..kkkkGerir


Leopoldo Amaral Inaceitável


Kuyengany Produções Màfia Is Back in TownGerir


Jorge Simoes Afinal tinha saído ???


Kuyengany Produções Tava em banho mariaGerir


Zainadine Machuama So espero que seja uma simples brincadeira pra entreter o mais velho😪😪Gerir


Heitor Foia Esta versão da marrabenta reduz o número de concorrentes ao ngoma e procura buscar consenso no seio dos cantores renomados, asfixiando os novos talentos!




José Jaime Macuane Já não há carreira a solo. Tem que ter conjunto musical, não, 
mais ainda: uma orquestra!


Lazaro Filimone Pene Kakakakakaa! Mais complicado será a verba para pagar os assistentes técnicos que irão afinar o equipamento, parece que os grupos musicais activos, não estão bem afinados...Gerir


Lazaro Filimone Pene Era de esperar. Conseguiram.Gerir


Kuko Cassamo Dr JJM bateu didaticamente...


Sergio Baloi Sergio Lutar para dividir para reinarGerir


Dino Foi Bwakakakaka. Não bate cabe, eu quando chegar lá mudo constituição também, só para acomodar fuzilamento.


Zulficar Mahomed As cedências e competências de um cabaz mal embrulhado rumo a banquete de quase nada.
Retrocesso com cosmética.


Calbe Jaime Os ventos da abstenção estão a vir aíGerir


Damiao Cumbane Pese embora haja falta de tomates espero que os deteriorado que estão naquele órgão que a todos deveria representar possam fermentar o mínimo necessário para provocar movimentos naqueles ponteiros que toda a hora só sabem marcar "sezimeia".


José Jaime Macuane Os "deteriorado"? Presumo ter sido o corrector automático que mudou a palavra... Vamos ver se há consensos dentro da Frelimo, sobretudo, porque na Renamo parece que o deal está feito e selado. Só falta cumprir.


Damiao Cumbane A tecnologia furtou o SGerir


David Colaco Ribeiro Hehehehehe, os tipos estão a acautelar o futuro. Pelo menos previram que se forem ao voto directo, a população já cansada, poderá nem lhes escolher...São espertos.Gerir


Ivo Neto Costa Professor esperemos q AR mostre pujança, sabedoria e integridade e em tempo útil faça as emendas q se impõem. Esperemos pelo fim d enredo!Gerir




Benedito Mamidji Já disse uma vez porque é que os dirigentes africanos precisam de barrigas alongadas. É para irem empurrando os assuntos enquanto a sua fila anda. Esse nyusi nunca me inspirou o mínimo de confiança. O outro é o que sempre se soube. Os tais da mudança e de Moçambique para todos são tão apáticos que autoflagelam-se em picuinhas e são incapazes de mobilizar a sociedade contra esta infâmia. There’s no hope. We’ll end up like Zimbabwe in no time. Damn it


José Jaime Macuane There is hope, my brother, as long as we are still alive. Don't give up!


Benedito Mamidji Glad to hear that brother...


Brazao Catopola Muito preocupado mesmo. Pensei que era natural deixar patrão escolherGerir


GostoMostrar mais reações · 4 sem
José Jaime Macuane Patrão às vezes "não escolhe bem". :-)Gerir


Domingos Dimande Em plena era

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