sexta-feira, 16 de março de 2018

PROFECIA DE VENÂNCIO MONDLANE: Coligação MDM e RENAMO Por: Euclides Flávio

PROFECIA DE VENÂNCIO MONDLANE: 
Coligação MDM e RENAMO

Por: Euclides Flávio
À semelhante do texto que escrevi no ano passado, elegendo, no meu ponto de vista, Venâncio Mondlane, como figura parlamentar de 2017, volto à ribalta para prestar a este guerreiro mais um tributo.
Este texto também escrevi para que fique gravado na história, para que não venham futuramente falsos paternalismos, oportunismos insensatos e violadores de direitos autorias de idéias (idiotas), em relação ao que VM ousada e corojamente lançou para o espaço público como uma verdadeira visão profética sobre o futuro político do MDM em particular e de Moçambique no geral.

Vamos directamente aos factos. Li a partir da conceituada publicação internacional, África Monitor, uma entrevista, a 01 de Out de 2017 de VM, a partir do Aeroporto de Lisboa, sobre a actualidade política Nacional.
Exactamente, 3 dias antes do assassinato de Mahamudo Amurane, contrastando a posicionamento assumido publicamente pelo Presidente do MDM, Daviz Simango, de que estava fora de questão, de que era irredutível, uma possibilidade do MDM se coligar, VM avança, com a verticalidade que lhe é caracteristica, de que era imperioso o MDM "avaliar coligação com a Renamo".

Aterrado em solo pátrio, VM veio, posteriormente, explicar à imprensa nacional, que a natureza da coligação de que se referia devia surgir de um debate interno, sendo que o Congresso que se avizinhava, em Nampula a 05 de Dezembro de 2017, poderia ser uma oportunidade flagrante e nobelíssima para se abordar como centro da agenda do plenário do Congresso.
VM dizia que não seria automático uma coligação política, aos moldes do que ocorreu com a extinta Renamo-UE, mas que haviam várias possibilidades de coligações sendo, para ele, a opção mais ajustada para o momento uma coligação eleitoral.
Segundo VM, coligação eleitoral, seria uma espécie de balão de ensaio para uma provável coligação política no futuro, como corolário de um novo debate-balanço no pós eleitoral 2018. Acrescentava que a coligação podia ser parcial ou total, em função do mapeamento da ecologia política resultante do estudo detalhado das tendências de voto em cada círculo eleitoral ao longo do território autárquico nacional.

Em termos simples, o que VM pretendia dizer era fazer-se uma simbiose entre as potencialidades e capital político individualizado, MDM e Renamo, e definir- se, estrategicamente, candidatos únicos para Presidentes de Conselhos Municipais em função das probabilidades e penetração político-eleitoral dos potenciais candidatos a serem colocados na mesa de negociações.
Três dias depois desta entrevista, em terras lusitanas, recebe-se, com choque estrondoso, a notícia de assassinato por baleanento de Mahamudo Amurane. Curiosamente ocorrido no mesmo dia, 04 de Outubro, dia da Paz, em que VM liderou e coordenou uma "Mega Marcha do MDM" na Cidade de Maputo, com um séquito de mais de três mil (3.000) membros no troço compreendido entre a delegação política do MDM, na Avenida da Angola indo desembocar na Praça da Paz, ao lado da Shoprite.

Soubemos por notícias que correram em circuitos fechados nas redes sociais, que VM, à semelhança da tortura psicológica que passou durante três (3) meses em que esteve na Comissão Parlamentar de Inquérito sobre a dívida pública, como único membro da oposição contra Dez (10) membros séniores do Partido Frelimo, foi atacado violentamente nos grupos de whatsap e Facebook do MDM, acusando-o de defender utopias que "...nunca seriam possíveis de acontecer com o MDM".
Para além do ataque truculento que VM foi alvo na redes sociais, o mesmo foi sujeito a um ostracismo delirante na sua própria bancada parlamentar. Foi marginalizado, rejeitado,
excluído das reuniões de grandes decisões a nível da Chefia da Bancada, de que é membro, como relator e das reuniões "secretas" da Comissão Política Nacional, de que também é membro.

Para além dos ataques, da rejeição, da marginalização e exclusão no seu próprio partido que, ironicamente, devia suportá-lo e acolher as suas idéias, VM também foi humilhado durante a realização do Congresso. Dizia -se que foi preparado um grupo de choque, orientado pela fina casta do Partido para atacá-lo, vaiá-lo e ridicularizará-lo, com gritarias, insultos e com contra-argumentos sucessivos de vários membros já previamente preparados. Um dos expoentes deste esquema macabro e maquiavélico foi um dos representantes deste partido na Comissão Nacional de Eleições.
VM, já talhado nestas lides, deste os seus tempos de comentador de televisão, depois de ter sobrevivido as vergastadas apanhadas na Comissão Parlamentar de Inquérito, resistiu e continuou de pedra e cal, inabalável, sereno, fiel aos seus ideais e, sobretudo, mantendo as suas idéias relativo ao debate da Coligação que veio profeticamente a acontecer.
Depois do afastamento do MDM, na primeira volta das intercalares de Nampula, rendidos as mais dolorosas evidências de uma derrota estrondosa, o núcleo do Partido, nos seus encontros secretos, em que só uns pouquíssimos eleitos assumem todos os poderes extraordinários da Comissão Política, decidiram "correr contra o prejuízo" e encetar um movimento atabalhoado e desesperado de negociar com a Renamo.
As negociações feitas, em que a moeda de troca era a promessa pela Renamo de ceder algumas vereaçoes ao MDM, após a Vitória na segunda volta das intercalares, resultaram no que foi tornado público: o anúncio de apoio do MDM ao candidato da Renamo.
Consumada a vitória inquestionável da Renamo, tornando-se este partido, automaticamente, favorito nas próximas autárquicas, não resta outra alternativa ao MDM senão, tardia e em desvantagem mais que clarividente, render-se e avançar para uma coligação eleitoral com a Renamo para as eleições de Outubro próximo. Algo que o núcleo duro do MDM havia apelidado de "impossível", "inadmissível" "inaceitável"...em fim vão agora consumar um pecado que antes classificaram como "mortal". Equivale Isto a ser sentenciado a uma injecção letal com o veneno produzido pelo condenado.
Assim é caso para dizer que a justiça tarda, mas nunca falha. VM esteve certo desde o início. Suas idéias foram de um verdadeiro profeta.
*Veja Entrevista completa de VM aqui *
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10 comentários
Comentários
Abyana Arzok Visão dourada. Venâncio tem ideas unicas e opinião propria. Tendo em conta os ultimos resultados em Nampula, penso que é tempo de se equacionar uma possivel coligação tal como sugere o texto. Alias, mesmo em paises como uma cultura democratica como Portugal, isso ja é uma realidade.

Escreves bem jovem.
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Munguambe Nietzsche Concordo ilustre plenamente com a sua posição
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Eurico Nhassengo Este sim e visionario, muitas vezes nao compreendido, mas sempre com muita razao racional
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Ismael Ossifo É vossa especulação o MDM em nenhum momento negociou para dar apoio a Renamo na segunda volta das intercalares de Nampula , se não sabem o que aconteceu procurem se informar melhor.
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Egidio Maliango KKKKKK SERA?
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Kleimor Sting Belo Brilhante ser humano
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Melissa Gonçalo Euclides flavio escreves muito bem.
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Abdul Gafur Monteiro Há que tê-las no lugar sempre 🎱🎱 e VM têm-as! 🎱🎱
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Kuyengany Produções Mondlane Para Président do Municìpio de Maputo in 2018
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M-du Dulomite Caro Euclides Flavio, eu não sou entendito em politica, mas não sei se em politica existem ideias impossiveis.

Um político precisa reger-se por principios absolutos, mas tambem precisa ser um individuo flexivei e estrategista.

Se uma coligaçao revelar-se viavel porquê ataca-la? A historia de coligaçoes nao começa em Moçambique e tao pouco terminará em Moçambique.
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Jose Majasse Dombe Apoiado plenamente a ideologia.

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