Grupo ligado ao Movimento dos Trabalhadores Sem Tecto invadiu esta manhã o triplex no litoral do estado de São Paulo.
Cerca de 30 pessoas ligadas a movimentos sociais ocuparam durante duas horas o apartamento de Guarujá que está no centro do escândalo de corrupção que envolve Lula da Silva, num protesto contra a prisão do ex-Presidente.
A acção serviu como protesto contra o que os apoiantes de Lula dizem ser uma prisão ilegal, com o único objectivo de impedir o ex-Presidente de se candidatar às eleições de Outubro – para as quais continua a liderae as sondagens, embora tenha registado uma descida. Na varanda do apartamento foram colocadas bandeiras dos movimentos sociais.Cerca de 20 carros, que transportavam cem pessoas, chegaram durante a madrugada desta segunda-feira ao complexo onde se localiza o triplex de luxo na praia de Guarujá, no litoral do estado de São Paulo. Segundo o jornal Folha de São Paulo, 30 pessoas ligadas ao Movimento dos Trabalhadores Sem Tecto conseguiram aceder ao prédio e arrombaram a porta do apartamento que a justiça brasileira diz pertencer a Lula e cujas obras terão sido pagas por uma construtora em troca de favores políticos. Foi este caso que levou Lula à prisão.
“Se o triplex é dele, então o povo está autorizado a ficar lá. Se não é, então precisam de explicar porque é que ele está preso”, disse o candidato presidencial do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), Guilherme Boulos, muito próximo de Lula.
Durante mais de duas horas, os militantes mantiveram negociações com a Polícia Militar e acabaram por concordar em abandonar o prédio.
Depois de ver a sua condenação confirmada pelo tribunal de segunda instância, Lula entregou-se à polícia no início do mês para começar a cumprir a pena de 12 anos e um mês de prisão pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro. Na quarta-feira, o tribunal que confirmou a condenação de Lula por corrupção e lavagem de dinheiro vai analisar o último recurso a que o ex-Presidente brasileiro tem direito em segunda instância. Este recurso , conhecido como "embargo do embargo", não tem consequências para a prisão – seja qual for a decisão, Lula da Silva continuará preso na Superintendência da Polícia Federal, em Curitiba.
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