sexta-feira, 18 de maio de 2018

O nó da estrangulação da pobreza começou a sortir efeitos

STELA PINTO ZECA: MADRE TERESA DE CALCUTÁ DE GAZA

Centelha por Viriato Caetano Dias (viriatocaetanodias@gmail.com )
Quando estás rodeado de preguiçosos, trabalha, alguns virão a reboque e outros serão rejeitados pelo processo.
Na caça, nem todos participam na perseguição do búfalo: muitos desertam e apenas aparecerão quando o animal estiver dominado pela acção de alguns dedicados. Extraído de uma conversa com o amigo Nkulo No decurso do meu périplo pelo país, hoje escalei a província de Gaza. Depois de muitos anos de estagnação, Gaza está a desenvolver e a prosperar. O velho hábito de sobreviver das gorduras e abundâncias do passado – instigado pela falsa ideia de berço do poder político da Frelimo – deixou Gaza na cauda de desenvolvimento do país.
O nó da estrangulação da pobreza começou a sortir efeitos quando foram adoptadas medidas eficazes de reestruturação económica e institucional, dado que as calorias da produção da província eram gastas no longo processo de amamentação do passado histórico que conferia ao partido Frelimo retumbantes vitórias em pleitos eleitorais. Sim, vitórias, mas quenão eram acompanhadas de políticas públicas para combaterem a fome que expunha os gazenses. Isto é, a produção de Gaza servia para dilatar e ecoar a publicidade político-partidária, diante de uma governação eleitoralista moribunda, pouco virada para a satisfação dos problemas das populações.
O crescimento de Gaza está ligado a uma figura que muito estimo, devido a coragem, a determinação e a vontade de vencer. Estou a falar-lhes da governadora Stela Pinto Zeca. Ela tem sabido, com inteligência e capacidade criar mais-valias, empreender as mudanças necessárias para acompanhar a evolução do mercado e das vontades políticas da administração Nyusi: apostar na diversificação económica para almejar o desenvolvimento democrático. Para responder àqueles que acharão que o desenvolvimento de Gaza está associado aos seus recursos naturais, digo-lhes que a geografia, a demografia e o património natural, apenas possibilitam, mas não impõem.
O Homem não é um ser inerte face à realidade circundante, daí a necessidade de reconhecer o esforço e a disciplina da governadora Stela. Ouvi gente, entre os mais desfavorecidos, dizer que a governação da governadora Stela é humanista. Mais: “Ela governa para o povo.” De facto, as suas nobres obras, construídas com temperança, discrição e silêncio, fazem-na ombrear com a figura mundialmente conhecida, Madre Tereza de Calcutá.
Nenhuma governação, por mais investida que seja, logrará êxitos enquanto colocar de lado a totalidade dos interesses do povo. Qualquer governação, mesmo em terrenos que parecem pícaros, torna-se fácil e prazeroso quando há definição dos objectivos a atingir. Stela não governa Gaza com base em epístolas estomacais que são emitidos sistematicamente por alguns camaradas seus, ela tem foco. Em Gaza, nada acontece por acaso, é tudo obra da inteligência humana. No ano passado, devido à seca, encontrei uma província tremendamente dilacerada pela seca. Ouviu-se alguns choros, mas ninguém baixou os braços, porque tinham uma governadora que nunca deixou de lutar e de acreditar no futuro sem quaisquer reservas.
Esse esforço comum é a mais pura demonstração de que, qualquer que seja a hecatombe, traz consigo uma aura de esperança. Às vezes ou quase sempre, o mal é uma renovação da vida. A corrupção era uma epidemia em Gaza. Ouvia, para legitimar os actos de corrupção, “fulano é intangível, porque é familiar de Mondlane, de Samora e de Chissano, heróis da nossa Pátria Amada.”
Stela compreendeu que a semente da corrupção estava instalada nas instituições públicas, por isso decidiu adoptar um modelo de gestão transparente. Os contratos de adjudicação de obras, que eram decididos no “submundo da política”, passaram a ser decididos e aprovados por uma equipe multi-sectorial, mediante uma exaustiva radiografia dos perfis dos candidatos.
Gaza é hoje sinónimo de desenvolvimento porque está a conseguir, pedra sobre pedra, construir um futuro cada vez mais sólido. Aqui chegados, porque nem todos os governantes governam com sabedoria, apelo o seguinte: aceitem a lição de inteligência da governadora Stela, a Madre Tereza de Calcutá de Gaza.
Zicomo e um abraço nhúngue ao José Aleixo. 
WAMPHULA FAX – 18.05.2018

Sem comentários: