A cada assunto quente que surge em Moçambique, noto a tendência de se procurar respostas numa tal mão-externa. Os moçambicanos, nessa perspectiva não pensam sozinhos, não agem por conta e sequer por consciência própria, há sempre alguém a influenciar.
Esse pensamento é retrógrado e é uma clara negação a todo o investimento que este país fez ao longo dos anos para gerar massa crítica. Se estudamos e aprendemos a questionar e de facto questionamos, somos agentes da mão-externa. Os estudantes, médicos, enfermeiros, professores e até cidadãos decidem fazer uma manifestação/ greve, estão a ser instrumentalizados. aff... que atraso!!
Se aprendemos na escola que um grupo de moçambicanos juntou-se para lutar pela independência do país (certamente, hoje diriam que estavam ao serviço da mão-externa, só não sei qual, porque todos os tais externos eram colonos, gostaria de saber quem lhes agitou a abandonarem a família e abdicaram da sua juventude para ficarem no mato e desafiarem o sanguinário colonialismo!), porque acham que as pessoas ficariam ou seriam passivas em todas as situações? Há momento na vida das pessoas, de um povo em que se diz basta! Talvez não queiramos ver que estamos a cansar as pessoas e para fugir à nossa responsabilidade preferimos dizer que as pessoas são tábua rasas e que elas estão a agir porque alguém assim as instruiu.
Esse assunto de desresponsabilizar as pessoas tem consequências graves na resolução do real problema. Quantas vezes nós vimos nossos familiares, amigos e até país mergulharam em sarilhos por não acreditarmos que eles agem por conta própria, que fazem as suas escolhas, pode ser consciente ou inconscientemente, mas fazem as suas escolhas.
Basta de andarmos a ver feiticeiro no vizinho, olhemos para os problemas de nós próprios causamos e fingimos não ver, é camos bater de frente com eles no sentido de resolveê--los.
As pessoas podem parecer estúpidas, mas não são. Há limite para tudo!
Bom início de semana.
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